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Fogo e brasa ditam as regras no 550º, o novo restaurante com carnes maturadas e pizzas artesanais

Há também arroz de forno reinventado, cocktails de autor e DJ à quarta-feira para um copo depois do trabalho.

Escrito por
Andreia Costa
550º
Henrique Isidoro
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Num dos cantos da cozinha aberta do 550º está o forno. É italiano, alimentado a lenha e gás, e uma das estrelas desta casa onde quem manda é o fogo. “A lenha dá a temperatura e o gás compensa. Com o termómetro interno, o gás vai dando ou tirando calor, mantendo sempre a lenha no compo”, explica o chef David Casaca, responsável pela cozinha. As temperaturas atingem os 550°C – e explicam o nome do restaurante que no arranque de Outubro abriu no Príncipe Real. Ao lado, uma grelha divide-se em duas partes, com uma caixa ao centro, dentro da qual arde madeira que é depois distribuída para a esquerda ou para a direita. 

A carta divide-se em três grandes apostas: o fogo, os arrozes e as pizzas. “No fogo, optámos pelas carnes. Fazemos também uma brincadeira na brasa com saladas. São um bom prato para partilhar. As pizzas também são feitas no forno e os arrozes passam pela brasa.”

550º
DR

Não há grande ciência, provando que, muitas vezes, regressar ao básico resulta. “Tudo passa pelo fumo e pela brasa”, garante o chef. E, quando David Casaca diz “tudo”, começa logo pelas entradas, com os pimentos padrón na brasa (6€), as mini calzones picantes (6€), o pão de alho, parmesão e cebolete (7€) ou os mexilhões no fogo à Bulhão Pato (8€). “O mexilhão é aberto na brasa, apesar de o molho ser feito no fogão”, explica o chef. A dose é ideal para dividir e vale a pena guardar um pouco do pão de massa mãe grelhado do couvert (5€), com manteiga e azeite fumado, para mergulhar no molho com pimento, cebola, alho e salsa. É leve e pouco picante, apesar da advertência na carta.

A cozinha do 550º funciona das 12.30 às 15.30 e reabre às 19.00, mas tem havido procura por refeições bem mais cedo. “Sobretudo à quarta-feira. Muitas vezes às 18.00 já temos pessoas que transitam do lounge para as mesas e procuram muito mais do que snacks.” O que têm de especial as quartas-feiras? DJ na zona da entrada, onde numa das paredes se lê num néon vermelho “Light my fire" (acende o meu fogo) – um espaço pensado para um copo ao final da tarde, depois do trabalho.

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DR
550º
Henrique Isidoro

Se a música precisa de companhia, ela está no bar, em forma de cocktails. Com assinatura do bar manager Bernardo Carreira, há dois imperdíveis a provar: para quem gosta de uma opção mais doce, o Passion Martini (9€), com vodka aromatizada com baunilha, licor e puré de maracujá e lima; e para quem prefere algo mais fresco, o Patapesto (12€) que junta gin Mare, xarope de manjericão, lima e espuma de gengibre. São servidos em doses generosas.

Claro que também fazem parte da lista clássicos como o Mojito (7€), a Margarita (7€) ou o Pisco Sour (8€), além de cervejas, gins, vinhos e muitas outras bebida. Para acompanhar há petiscos, como o prego de atum com maionese de wasabi (13€) ou a tábua de enchidos alentejanos 100% bolota com pão de massa mãe grelhado (14€). 

550º
Henrique Isidoro

Essa é uma das opções que faz também parte da carta de entradas do restaurante 550º. Com um design industrial, pensado pelo atelier Furtivo, o preto domina as paredes e os pilares, enquanto a madeira e os tons terracota das mesas e cadeiras contrastam para criar um ambiente acolhedor. Ao longo de uma das paredes crepita lenha que, apesar de ser artificial, confere um tom quente à sala e faz a ligação com o fogo que domina o menu. Também ele tem direito a um suporte fora do comum: uma tábua feita a partir de um skate reutilizado, criado pelo artista Francisco Varela. 

Um arroz de forno nada tradicional

Geralmente, cada turno tem cinco ou seis pessoas na cozinha, lideradas por David Casaca. Aos 33 anos, o chef já passou por espaços bem conhecidos, como a Bica do Sapato, em Lisboa, ou o Art Restaurant, em Cascais. Agora à frente da nova aposta do Real Hotels Group, está atento ao feedback. “Em termos de clientes tem sido bastante homogéneo. Ao almoço, temos muitos portugueses que trabalham nas empresas aqui da zona. Ao jantar, muitos estrangeiros, grande parte hóspedes aqui do hotel.” Os clientes que vêm de fora optam sobretudo pelas carnes. Porém, também as opções de arroz têm suscitado curiosidade. “Não é um arroz de forno à portuguesa, feito num tacho ou num tabuleiro, é feito numa chapa.” 

550º
Henrique Isidoro

É assim mesmo que chega à mesa, numa chapa rectangular que serve duas pessoas. O arroz de forno com camarão tigre (43€) é cremoso graças ao refogado de tomate, mas ganha crosta crocante depois de passar pelo forno. Por cima da fina camada de arroz há maionese kimchi e lima, que acrescentam novos sabores aos aromas tradicionais. Os camarões são dois e, claro, são grelhados na brasa. Além deste, há o arroz de forno com peixe do dia (41€), com alho francês grelhado e beurre blanc; o vegetariano (36€), com legumes grelhados e pickles de sementes de mostarda; ou o rib eye (44€), com cogumelos e maionese de alho.

Quem quiser comer carne, deve passar directamente para a secção No Fogo e entregar-se à difícil tarefa de escolher entre o entrecôte Angus Grain Fed (35€), o tomahawk de porco preto Laborela (63€, duas pessoas) ou o tomahawk de vaca Angus (90€, duas pessoas). A carne é tenra, desfaz-se na boca e tem um sabor intenso e viciante — palavra do cliente da mesa ao lado que janta aqui pela segunda vez e promete voltar uma terceira. A preços mais acessíveis, há picanha Angus Grain Fed (22€) ou hambúrguer 550º (14€), com cebola caramelizada, cheddar, bacon e maionese de pimentos assados.

550º
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Nos acompanhamentos é possível escolher entre os legumes na brasa (5€), um mix cheio de sucos intensos de cebola, tomate e pimentos; batata frita com maionese de alho (5€), esparregado (6€) ou puré de batata trufado (8€). Este último, cremoso e intenso no sabor a trufa, ganha a corrida.

Muitos dos pratos não são exclusivos do menu à la carte. Ao almoço, de segunda a sexta-feira, há um menu executivo com três opções: couvert, prato principal e bebida (21€); couvert, entrada ou sobremesa, prato principal e bebida (23€); ou couvert, entrada, prato principal, sobremesa e bebida (25€). Presente em todos está couvert. Os pratos principais incluem pizzas (margherita ou de queijo e fiambre), carnes como a picanha ou lagartinhos grelhados, arroz de gambas no forno e opções vegetarianas e vegan, como couve coração grelhada, chili oil, romesco e sour cream. Para terminar, há banoffee, mousse de chocolate ou fruta do dia. As bebidas variam entre água, copo de vinho Assobio ou limonada de manjericão. 

Chegados à paragem final, a das sobremesas, o fogo não tem descanso. No crumble de abacaxi (6€), os pedaços da fruta são passados pela brasa, antes de serem servidos com uma bola de gelado de nata. O limão e merengue (7€) é uma tarte merengada desconstruída, com o creme de limão encapsulado no merengue cujo topo é queimado. O cremoso mistura-se com o ácido e tudo se alinha na companhia das telhas de bolacha que terminam o prato. Se quer provar tudo isto, não convém tardar, porque “com a chegada do Outono, iremos mudar a carta”, diz o chef David Casaca.

Travessa da Fábrica dos Pentes, 12 (Príncipe Real). 211 147 831. Seg-Dom 12.30-15.30, 19.00-00.00. Bar: Qui-Sex 12.30-00.00 e Sáb 12.30-01.00

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Está a par dos melhores novos restaurantes em Lisboa? Não fique para trás. No Príncipe Real abriu o primeiro italiano de Olivier, o La Famiglia; e na Avenida, já pode visitar o JNcQUOI Fish – mais fresco é impossível. Se procura alternativas de mar, mas com vistas de rio, dê um salto ao Almadrava. Já no Gancho, em Alfama, Louise Bourrat dá-nos a sua cozinha do coração.

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