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Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

É difícil acompanhar o ritmo da cidade? Damos-lhe uma ajuda e indicamos-lhe os novos restaurantes em Lisboa (e aqui ao lado) que não vai querer perder.

Cláudia Lima Carvalho
Teresa David
Editado por
Cláudia Lima Carvalho
e
Teresa David
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As novidades na restauração multiplicam-se de tal forma que, à medida que damos conta dos restaurantes que abriram nos últimos meses, novas mesas já nos esperam. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há restaurantes de alta-cozinha, comida democrática e street food, refeições para qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao jantar, pratos daqui e do mundo. Fazemos-lhe um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa e arredores, abertos nos últimos meses. Não se deixe sentir desactualizado e marque já uma mesa – é só escolher o que mais lhe apetece hoje.

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Os melhores novos restaurantes em Lisboa

  • Restaurantes
  • Grande Lisboa

Abriram há pouco mais de dois meses, mas toda a gente os conhece na Caparica. Foi em Dezembro de 2020 que David Liptay e Anna Bárath se mudaram de malas e bagagens (e até um forno) de Budapeste para aqui, seduzidos pelas ondas que já surfavam e ainda sem planos definidos. Depois de ter começado a fazer pizzas para os amigos e de ter tido uma food truck na Hungria, em Portugal David foi desafiado a voltar a pôr as mãos na massa, a convite de Gregory Bernard, do Dr Bernard. “Ele tinha um sítio e estava à procura de um conceito e decidimos tentar.” Foi quando nasceu o Palms Blitz, em 2021. "Fizemos coisas óptimas juntos, mas sentimos que era tempo de nos estabelecermos sozinhos”, justifica. “Basicamente vendemos o nosso apartamento em Budapeste e investimos o dinheiro para ter este sítio. Não há uma história mágica, é preciso pagar o preço e arriscar.” Até ver, parece ter sido a aposta certa. O espaço não é grande, mas tem uma boa esplanada, quase junto à praia. O forno destaca-se, a carta é simples. Há cinco pizzas com base de tomate, entre as quais se destaca a Picante, com pepperoni e queijo azul (12€), e quatro com base de queijo, como a Veranil com mozzarella, com speck, figos e ricota (13€). Nas foccacias, mais umas tantas opções, algumas bem tentadoras, como aquela que põe almôndegas entre duas fatias de pão (8€). É uma questão de atitude e personalidade, acredita David, tal como acontece “em Lisboa no Velho Eurico, no Boavista Social Club ou na Musa.”

  • Restaurantes
  • Princípe Real

Na carta, são as pizzas que se destacam, mas mesmo assim Jorge Marques, dono também do Faz Frio, é relutante em chamar pizzaria à casa. Não por ter dúvidas na qualidade do que serve, porque aí sabe bem o que está a ser feito na cozinha, mas antes porque não quer ter amarras. “Fazemos comida italiana, mas não somos um italiano fundamentalista. Amanhã, se quiser, posso meter alguma coisa japonesa”, diz, sem preconceitos, tal como quer que seja o Malice, um espaço aberto a todos e sem rótulos. “A ideia é isto ser uma cena muito tranquila, descontraída, para vires com os teus amigos comer, beber um copo”, acrescenta. Ao fim-de-semana, o horário prolonga-se até às 02.00, com direito a DJ. A carta de cocktails é grande e tem sugestões fora da caixa como o popping lolo (10€), com gin, licor de flor de sabugueiro e peta zetas. Para picar, há entradas gulosas como as almôndegas (7€) ou a burrata (7€). Quanto às pizzas, prometem-se opções "fora do baralho”, a começar desde logo pela margherita sbagliata (13€), com uma base de mozzarella (da portuguesa Ortodoxo) em vez de tomate, que vai em cima, alinhado com o manjericão. A fichi & prosciutto (15€) junta o presunto aos figos, mas em vez da fruta é usado um creme de figos. A bestseller, por agora, parece ser, no entanto, a chicago pie (16€), uma bomba em forma de pizza, carregada de mozzarella, com salame picante.

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  • Restaurantes
  • Parque das Nações

No novíssimo Martinhal, no Parque das Nações, o chef Daniel Andrade apresenta uma carta de inspiração mediterrânica e oriental, em homenagem à localização e à Expo ‘98. Segundo o chef Daniel Andrade, o objectivo é “trazer as influências de quando saímos de Portugal e passámos pela Índia, pelo Japão…” “Utilizamos produto português com alguns twists de pratos orientais”, complementa o director de F&B, Luís Madera. Nos interiores projectados pelo arquitecto Eduardo Capinha Lopes sobressai uma peça de Bordalo II – “Lighted Koala” –, um enorme, colorido e cintilante coala virado de cabeça para o ar.

  • Restaurantes
  • Chiado/Cais do Sodré

Depois de tentar fixar a Cavalariça em Lisboa, Bruno Caseiro mudou os planos, aproveitando a boleia da entrada dos novos sócios, com Bruno Contreras, do grupo hoteleiro Harvest Cotton Tale, à cabeça. A Cavalariça mantém-se de pedra e cal na Comporta, onde tudo começou, e em Évora, aonde chegou em 2022, mas em Lisboa transforma-se noutra coisa, num restaurante ainda mais descontraído, à imagem da zona onde está, o Cais do Sodré. Chama-se Cav 86 e tem Marcelo Oliveira a comandar a cozinha. Até o espaço está diferente, mais colorido, com o azul e o amarelo a destacarem-se, ao contrário dos tons mais sóbrios de antigamente. O unicórnio, herdado do anterior restaurante, também desapareceu. É uma vida nova. Entre as propostas da carta, todas pensadas para serem partilhadas, Marcelo destaca o pão de queijo e costela de vaca com molho de francesinha (6€), as pataniscas vegan, feitas com cogumelos, aioli e vinagrete de flores (6€), e a costela mendinha de vaca fumada, com chimichurri (19,50€/200gr). Há ainda, por exemplo, um coração de burrata com funcho, pistáchios e pickles de morangos verdes (9€), ou uma cavala na brasa com tomate fresco e confitado e pão grelhado (10€), mas a probabilidade de os pratos rodarem é alta. É assim que acontece quando é a oferta e a estação a ditar o menu. Hoje há certo prato, amanhã pode não haver. Para acompanhar, a carta de vinhos (25€-84€) é eclética, entre espumante, tinto, branco e rosé, e bem composta, apostando-se também nos cocktails (12€-15€). Aos finais de tarde, há uma happy hour com ostras e vinho, em que duas ostras e um copo de vinho ficam por 10€.

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  • Restaurantes
  • Estrela/Lapa/Santos

Stéphanie Graisier e Yann Rotundo não saíram do lugar, mas pode dizer-se que estão num sítio novo. Quando em 2020, em plena pandemia, abriram na Madragoa o BBB Taste, uma casa de sandes artesanais, talvez não imaginassem que três anos depois revolucionariam tudo para abrir o Maluca, um restaurante com uma carta pequena, mas cuidada, onde praticamente tudo é feito em casa. Uma ideia, para alguns, maluca, lá está. Se durante a pandemia as esplanadas proliferaram pelas cidades, numa medida que pretendia também apoiar a restauração, muitas acabaram por desaparecer entretanto, por culpa das licenças que não foram renovadas. Foi o caso do BBB Taste. “Tivemos que repensar”, diz Yann Rotundo, para quem era evidente que não seria a mesma coisa servir sandes numa sala que não é muito grande. “E a verdade é que já tínhamos esta ideia”, confessa o cozinheiro. “A nossa cozinha não tem origem, somos muito influenciados pelos produtos, pelo que descobrimos da época”, confessa, explicando o esforço feito para trabalhar apenas com produtos nacionais. Veja-se o exemplo do coração de burrata (12€), vindo da Ortodoxo, na Arrábida, servido com nectarina, pistáchio e croutons, dos cogumelos ostra da Nam com creme de aipo e amêndoas, cobertos com trigo sarraceno crocante (12€), ou do peixe curado do dia (aquando da nossa visita era encharéu), habitualmente vindo dos Açores, com puré de batata doce, pickles de cenoura e um vinagrete de kombucha de cenoura (15€). Para acompanhar, destacam-se os vinhos naturais. 

  • Restaurantes
  • Grande Lisboa

Esta não é mais uma história de um bar que acaba de abrir. É antes um percalço, chamemos-lhe assim. Sergei e Elena Borisovy viviam em Moscovo, na Rússia, quando a guerra rebentou na Ucrânia. Ela, ucraniana, e ele, russo, não quiseram esperar por um desfecho do conflito e fizeram-se à estrada rumo a Portugal. “Temos apenas russos e ucranianos a trabalhar aqui, todos nos mudámos para Portugal quando a guerra começou”, diz Yevheniia Samsonova, também conhecida por Jane, como gosta de ser chamada, responsável pelo marketing do Muse. “Agora, estamos à procura de, pelo menos, uma pessoa que seja portuguesa porque temos esta barreira linguística”, admite, revelando que nem Sergei nem Elena tinham qualquer experiência no ramo. “Mas a Elena é uma fã de vinho. É mesmo a sua paixão e por isso decidiram abrir este espaço”, explica. Apesar de serem os vinhos naturais o grande chamariz, com umas dezenas de referências (18€-79€ a garrafa, 6€-15€ o copo) de vários países, há uma carta de petiscos e pratos simples para acompanhar, como uma burrata com tomate, manjericão e sementes de abóbora (10€) ou uns mexilhões em molho de tomate, funcho e salsa (12€). Entre as 09.00 e as 16.00, há ainda uma carta de pequeno-almoço e brunch onde se destacam as syrniki com iogurte e frutos vermelhos (9€). “É o nosso pequeno-almoço tradicional, fazemos tal como se faz na Ucrânia e na Rússia."

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  • Restaurantes
  • Princípe Real

Foi quando souberam que a Casa Lira D’Oro, na Rua Nova de São Mamede, estava para trespasse que David e Aude Dubois perceberam que estava na altura de se fixarem em Portugal. Vindos da Normandia, onde tiveram dois restaurantes, transformaram o restaurante tradicional português num moderno e acolhedor bistrô. O foco aqui está nos produtos portugueses de qualidade, procurando o casal estabelecer uma relação próxima com pequenos produtores locais. Mais do que uma lista de compras, Aude e David estão disponíveis para trabalhar com o que há. Não há nada no Dubois que não seja feito em casa, dos molhos aos gelados, o casal acredita que este é o caminho que fará a diferença e que acabará por fidelizar clientes. Aude está sempre a testar novas ideias, pegando no receituário que vai conhecendo por cá e acrescentando-lhe o seu twist. A salada de polvo (11,50€), por exemplo, leva cogumelos shimeji, caviar de limão e azeite orgânico. Há um gravlax de truta com limão, batatas, natas e sorvete de aneto (11€), um ceviche de dourada com yuzu, pepino, cebola roxa e sorvete de coentro (15€), mas também um hambúrguer (15€) com cheddar e pancetta cortada ali à frente dos clientes, tal como toda a charcutaria. 

  • Restaurantes
  • Cascais

A Souldough, que durante a sua longa estadia na Aldeia da Praia, em Colares, Sintra, conquistou muitos estômagos, mudou-se para o Legasea, em Cascais, em Março, e levou tudo consigo, inclusive o imponente forno a lenha. Entre as entradas estão as bruschettas, como a de creme de queijo azul de búfala, cebola caramelizada e redução de vinagre balsâmico (8€) e também os arancini (6,5€), bolinhos fritos recheados com risotto. As pizzas napolitanas são de fermentação lenta, o que ajuda na digestão. “É uma fermentação de 48 a 72 horas. Os queijos, a farinha, o molho de tomate vêm de Itália, mas vegetais são daqui. No fundo, tentamos respeitar os ingredientes sazonais”, esclarece o pizzaiolo. La Dolce Vita, com molho de tomate, grana padano, queijo straciatella, pesto e manjericão (14 euros) é uma das opções.

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  • Restaurantes
  • Grande Lisboa

As cores são as de uma piscina, mas é a praia da Fonte da Telha que fica aos pés. Abriu em Julho pelas mãos de Bernardo e Manu, dois franceses a viver em Portugal há mais de cinco anos, ambos ligados à restauração. "Quando vimos o sítio, percebemos que era muito interessante porque a Fonte da Telha pode ser o sítio do futuro, já que a Costa agora está cheia de restaurantes”, conta Bernardo. “Aqui sentados, nem vemos nada da concorrência, só a praia e esta falésia nas costas, parece o sul da Califórnia. É maravilhoso.” O único problema, antevê, é o estacionamento, “mas é a Fonte da Telha, já se sabe”. Quanto ao menu, há uma longa lista de pratos para partilhar, com tudo o que se espera de um restaurante de praia, das habituais amêijoas à Bulhão Pato (18€) e salada de polvo (15€) às entradas cada vez mais frequentes, como ceviche – de atum (16€) e pampo (14€) – ou tártaro de salmão e abacate (17€). Há também petiscos menos frequentes, como arancini de polvo e sriracha (16€). Na cozinha está Márcio Rodrigues, chef que chegou recomendado pelo fornecedor do peixe. “Queríamos um bom chef porque um restaurante não é nada sem um bom chef. Foi de Márcio a ideia de introduzir sushi no menu, já que o peixe fresco está sempre ali, exposto numa banca, como se na peixaria estivesse. Não há combinados, mas diferentes peças que se podem combinar: niguiris (6€-11,50€/três ou cinco peças), gunkans (6€-13,50€/três ou cinco), sashimi (10€-17€/cinco ou dez unidades) e urumakis (16€/oito peças). Falta dizer que Tiago Pires instalou aqui a sua escola de surf.

  • Restaurantes
  • Bairro Alto

À primeira vista, poder-se-ia dizer que estamos perante dois bares de vinhos, com pinta e onde é possível também comer alguma coisa, mas a carta denuncia. É mais do que isso. Não há pratos batidos, nem vinhos escolhidos ao acaso. Não abriram à procura de um público fácil, apesar de estarem num dos mais movimentados bairros de Lisboa, o Bairro Alto. O objectivo é servir e agradar a quem gosta de comer bem, tal como acontece no irmão de Alfama, o Bar Boca, com um menu completamente vegan. “O conceito do restaurante é literalmente tapas para partilhar para todos os que gostam de boa comida com ingredientes portugueses e um pouco de twist”, diz Ugne Kris, gerente vinda do restaurante SEM. As garrafas estão expostas nas prateleiras com os preços à vista. Não há uma carta porque os vinhos mudam com frequência. “Senão acabamos todos a vender o mesmo”, justifica. Os preços variam 25€ e 45€ para as garrafas e os 5€ e os 9€ para o copo. O importante é a qualidade, nos vinhos, como na comida. Foram, aliás, os atributos dos ingredientes portugueses que mais cativaram o chef canadiano Elliott Jones. Na carta do Rosetta’s, tem, por exemplo, porco preto com uva e sálvia (16€), atum curado com physalis e alcaparras (13€) ou alcachofras com stracciatella (11€).

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  • Restaurantes
  • Cascais

Dentro do boutique hotel Artsy, o Art Restaurante está aberto a todos – hóspedes e não hóspedes. Daniel Estriga, do restaurante de fine-dining Conceito, em Bicesse, é o director gastronómico e tem dois grandes objectivos. O primeiro é mostrar que “nem só o tradicional é bom”: “Vamos ter sempre muito peixe e marisco, mas quero ter alguma liberdade para fazer o que é nosso com influência das viagens que fazemos e da cultura do mundo que temos.” Exemplo disso são o presunto de porco preto, torricado e tomate (13€), “muito espanhol”; a ostra, ponzu, azeite e beldroegas do mar (4€), “fácil para o público europeu”; os espargos verdes, queijo da ilha e sabayon de azeite com limão, “o queijo nosso, o sabayon francês”; ou o arroz de pato confit, hoisin, favas e chouriço (20€), “com um toque asiático”. O menu é bastante flexível: entre entradas (crus e snacks) e pratos principais (arrozes e clássicos), o cliente pode criar a sua refeição, mas o conselho é sempre partilhar.    

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Vera Moura
Directora, Time Out Lisboa

Mais novidades gastronómicas

  • Restaurantes
  • Italiano

Do risotto e das pizzas em forno de lenha à massa fresca, não esquecendo a burrata, o tiramisù e as bebidas típicas, como o limoncello, o aperol ou o negroni. Os portugueses ainda dizem "ciao" e "prego" à gastronomia vinda de Itália, que continua a ser uma das favoritas e indispensáveis na oferta da cidade. Prova disso são os vários restaurantes italianos em Lisboa que apareceram nos últimos tempos e aos quais não faltam clientes, ansiosos por uma boa dose de hidratos de carbono.

  • Restaurantes
  • Japonês

A vida retoma a (quase) normalidade e as novidades gastronómicas sucedem-se em Lisboa. Nos últimos meses, apareceram na cidade e arredores novos restaurantes japoneses que prometem dar que falar – na verdade, alguns já têm dado e a prova disso é a dificuldade em arranjar mesa. Há propostas arrojadas onde reina a fusão e casas onde manda a tradição, sem grandes espalhafatos. Há preços em conta, mas também contas que podem pesar mais porque os restaurantes não são todos iguais – e ainda bem que assim é.

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