1743 Palácio Fonte Nova
Francisco Romão Pereira / Time Out
Francisco Romão Pereira / Time Out

Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

É difícil acompanhar o ritmo da cidade? Damos-lhe uma ajuda e indicamos-lhe os novos restaurantes em Lisboa (e aqui ao lado) que não vai querer perder.

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As novidades na restauração multiplicam-se de tal forma que, à medida que damos conta dos restaurantes que abriram nos últimos meses, novas mesas já nos esperam. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há restaurantes de alta-cozinha, comida democrática e street food, refeições para qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao jantar, pratos daqui e do mundo. Fazemos-lhe um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa e arredores, abertos nos últimos meses. Não se deixe sentir desactualizado e marque uma mesa – é só escolher o que mais lhe apetece hoje

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Os melhores novos restaurantes em Lisboa

  • Chiado

A história começa na Ericeira, onde o sonho de Alex Horbenko de chefiar um restaurante ucraniano de fine dining foi ganhando forma. Dois anos depois, a ambição do chef ucraniano está mais perto de se cumprir, agora em Lisboa, no Capsule Neo-Bistro. Em plena Baixa, o restaurante não tem só melhores condições e tamanho, como chega a um público mais diverso, que faltava na Ericeira. Na cozinha aberta para a sala, Horbenko ganhou um novo fôlego para as suas “experiências loucas”, muito à volta das fermentações, mas conseguiu sobretudo um espaço para dar palco à gastronomia do seu país, numa fusão com o produto e os sabores portugueses. À semelhança do que acontecia na Ericeira, e já com provas dadas, são duas as cartas, a de pequeno-almoço e brunch, disponível entre as 10.00 e as 14.00, e a de almoço, servida das 12.00 às 17.00. “É por isso que é um neo bistro, é um misto de conceitos, entre um bistrô e um restaurante Michelin”, defende o chef. Mesmo que um menu possa ser mais criativo do que outro, nada é descurado, nem foge à filosofia do espaço. Na primeira carta, fugindo ao óbvio e procurando ir buscar os sabores ucranianos, há uma omelete com nduja artesanal, molho holandês de sriracha e chips de inhame (12,50€) ou uma torrada de sardinha com alga marinha, pickles e maionese de pele de frango (9€). Na carta de almoço, notam-se, porém, os sabores mais complexos, como no prato inspirado no tradicional (e de conforto) kasha, aqui servido com enguia fumada, frutas, limão salgado e trigo sarraceno (17€).

  • Sintra

O GPS marca a chegada ao destino, numa estrada pouco movimentada, em Rio de Mouro. De um lado, umas vivendas, do outro um muro alto e uma entrada feita à medida de carruagens, tal é a antiguidade. É preciso seguir mais uns metros e virar à direita num caminho estreito para se entrar na Quinta da Fonte Nova (ou Palácio Fonte Nova), hoje um bonito espaço de eventos e casa do 1743, um restaurante italiano de fine dining que quer valer por si, com consultadoria de Joachim Koerper, chef com uma estrela Michelin, e da mulher Cintia Koerper, chef pasteleira. Na sala ou na esplanada, o ambiente é acolhedor. Clássico, sem ser pesado. Romântico, sem ser piroso. Na cozinha, o exercício não é diferente. “Estamos a conseguir ter um restaurante de fine dining de primeiro nível que poderia estar em Itália. Há uma cozinha italiana mais sofisticada, mais trabalhada, com ingredientes de primeiro nível”, resume Franco, o proprietário. E Koerper dá o exemplo do bucatini cacio e pepe “dalla brace” com queijo parmiggiano de 36 meses e pecorino romano (22€): "Cacio e pepe há em muitos lugares, mas o nosso passa primeiro pela grelha". Nos antipasti, há, por exemplo, um atum tonato (23€), feito com atum dos Açores, anchova, alcaparras, cebola roxa e tomate. Nos “primi piatti”, destaca-se também um talharinni com alho, peperoncino e camarão da costa (28€), enquanto nos secondi, a barriga de leitão com parmigiano, nozes, sálvia, funghi porcini e polenta cremosa (30€) tem tido muita saída. Nas sobremesas, de Cíntia Koerper, tanto há uma panna cotta de buganvília com texturas de framboesas (15€), como um elegante e fresco limoncelo (16€). Há também dois menus de degustação: um com sete momentos (125€) e o outro com oito (175€), mas já com trufa preta, caviar e pratos como leitão.

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  • Chiado/Cais do Sodré

Foi durante muitos anos a morada da Farmácia Confiança e é com confiança que as norte-americanas Mickey e Mindie Spencer se propõem a conquistar a Praça das Flores. Depois de terem aberto no ano passado o bar Royal Vessel, abriram a menos de 200 metros a Cantina Flores, inspirada nas cantinas mexicanas que tão bem conhecem e das quais sentiam já falta. A proposta é servir comida de rua mexicana autêntica, sem fechar a porta à rua e à praça onde estão instaladas. A Austin, de onde são naturais, foram buscar o amigo e chef Daniel Brooks, que viajou até Lisboa para fazer o menu e treinar a equipa. Tudo o que pode é feito em casa, como acontece com todos os molhos; os produtos mexicanos são comprados na Casa Mexicana de Paulina Gallardo; e em Sintra descobriram o trabalho que o mexicano Yoann Nesme está a fazer com as tortilhas, usando apenas farinha mexicana nixtamalizada e certificada. O menu é bastante simples, como acontece numa cantina mexicana. “Funciona todo o dia. É exactamente o mesmo, mas quisemos adicionar o brunch, entre as 11.00 e as 16.00”, explica Mickey, referindo-se, por exemplo, aos “huevos rancheros” (12€), onde o ovo estrelado acompanha com tortilha de milho coberta com feijão preto, molho de chili, natas ácidas, queijo, abacate e pico de gallo. Já no menu de tacos e quesadillas, são várias as opções: tanto há o habitual taco pastor (4€), com carne de porco marinada grelhada, ananás, cebola roxa e coentros; como um menos habitual apelidado de “arrachera” (5€), com bife grelhado marinado com chimichurri de conetros, pimentos assados e cebola; ou um com camarão em tempura de cerveja (5€), com guacamole, maionese de chipotle, couve cortada e pico de manga; e até um com peixe grelhado, guacamole, maionese de chipotle, couve cortada e pico de manga (5€). Nas quesadilhas, mais oito opções, como a de chouriço mexicano e pico de gallo (4€) ou a vegetariana com courgete, cogumelos e milho (4€). E, claro está, que não falta o guacamole com totopos (8€). Para acompanhar, o bar é forte nas tequillas e no mezcal e há frozen margaritas (12€) e palomas (12€), mas também opções sem álcool como os sumos caseiros (4€-5€).

  • Santos

A inspiração é francesa, mas é a Rússia que está na base de tudo. É Pavel Kiselev, um dos sócios, quem nos dá conta disso mesmo. Com Vladimir Perelman, empresário que conheceu em Lisboa, mas cujo trabalho na restauração em Moscovo já acompanhava, abriu o Bisque, no Largo do Conde Barão. A carta é do chef Dmitry Parikov, que à distância assegura o toque francês. Estamos perante um bistrô que podia perfeitamente funcionar na capital francesa – pelo menos, é essa a estética, assinada pelo estúdio Centá, da esplanada às rosas vermelhas, toalhas brancas, cortinas vermelhas, velas e meia luz. E não é diferente na carta. A bisque, a sopa cremosa tradicional da cozinha francesa, feita à base de crustáceos e que dá nome ao restaurante, é servida aqui com generosos pedaços de lagosta. Há também topinambur com molho bisque e queijo comté, robalo com broccolini, tomate e molho poulet, bourguignon de vaca com batatas e cenoura assada ou peito de frango com espargos, ervilhas e morcela. Antes disso, nas entradas, têm-se destacado os carabineiros com azeite e flor de sal, o tártaro de vaca, o crudo de dourada com molho de ruibarbo e o carpaccio de figo com queijo de ovelha. Aos fins-de-semana, há um menu brunch que funciona apenas à hora do almoço, aí com menos influência francesa.

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  • Oeiras

A entrada não é muito vistosa, mas o verde sobressai. É o Jardim Municipal de Oeiras que serve de pano de fundo ao Hemisfério. O restaurante é só um, mas são vários os lugares que o fazem. De um lado, as mesas e os bancos embutidos em pedra rodeiam o bar, do outro, ladeiam o caminho em direcção a um solário onde se encontra a sala do restaurante e a cozinha. Tal como o espaço, a carta também se divide. Durante o dia, são os ovos mexidos, as saladas, as bowls que nos chegam à mesa, à noite são os espresso martinis, os negronis e os mojitos. O Hemisfério é daqueles lugares em que não precisa de grande pressa para sair. Se quiser, pode ficar do meio-dia à meia-noite. E também é pet-friendly. Ao nível das entradas, o mil-folhas de batata, com maionese de trufa e queijo parmesão (6€) é o favorito e não se fica atrás o crudo de salmão com ponju, pickle de cebola, alcaparras, tofu, endro e sésamo (13€). Os good morning eggs (7€), ovos mexidos, creme de abacate, requeijão fresco, tomate, crumble de sementes, salada de agrião e rebentos em pão brioche tostado juntam-se aos ovos benedict (9€), com creme de abacate, fiambre fumado, molho holandês e crumble de sementes. Também há hambúrgueres, entre os quais o classic burguer (13€), com bacon grelhado, queijo cheddar, pickles caseiros e molho secreto, e o succulent burguer (13€), que leva carne de porco, coleslaw, couve, pickles, chutney de manga e chilli. À noite, há cocktails de autor. Os mais pedidos são o sour (9€), com whisky, maçã, clara de ovo e limão, e o equador (8,50€), com tequila, maracujá, rooibos e malagueta. Há outros como o mikow mule (9€), com vodka, ginger beer e ginjinha, o pipoca (8,50€), com vodka, lima, pipoca syrup e prosecco, e o meridiano (8,50€), gin, st. germain, manjericão, pepino e água tónica.  

  • Lisboa

Há uma nova fase a iniciar-se na carreira de Kiko Martins e o restaurante que acaba de abrir em Campo de Ourique é disso prova. No LeBleu, o chef mostra-se de forma mais depurada. A carne não entra e não há um prato que seja óbvio, nem mesmo para quem tenha seguido as pisadas de Kiko. Focada no Atlântico, e no que de melhor este tem para nos dar, a carta divide-se entre entradas e principais, e são poucos os pratos que não brincam com os sentidos de quem se senta à mesa. O niguiri de lírio (7,60€/dois), em que o habitual arroz é substituído por um marshmallow feito com o caldo do peixe e por isso carregado de sabor, é um bom espelho disso, tal como o pastel de nata com enguia (5,70€) ou o crème brûlée com mexilhão fumado (11,70€). Já nos principais, que podem perfeitamente ser partilhados, há um polvo com enguia no carvão e pastinaca (27,90€), ou um surpreendente Wellington de pregado e camarão (78,90€), mas também um risotto de aipo e bacalhau negro (26,90€), que não é realmente um risotto, e um lagostim com tagliatelle nero (38,70€), que de pasta não tem nada e é, sim, feito de lula. Nas sobremesas, a dinâmica mantém-se. Veja-se o cremoso de pistáchio e goma de maracujá (8,90€), cujo empratamento (uns lábios vermelhos) promete fazer furor nas redes sociais.

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É um clássico da Linha. Em Agosto de 2024, a pizzaria Os Gordos, aberta desde 1987, mudou-se de São Pedro do Estoril para Carcavelos. O espaço é novo, o negócio está numa nova fase, mas a essência (e a maior parte da carta) mantém-se.

  • Cais do Sodré

O espaço é pequeno e os mais distraídos poderão até não dar por ele, muito por culpa dos andaimes que o tapam. Mas que isso não seja isso impedimento para se descobrir a Sofi' Pizza & Vinho, aberta na Travessa dos Remolares pelos donos do Jobim, no Príncipe Real. Nesta aventura, a dupla Pedro Ivo Carvalho e Antonio Setembrino conta ainda com o chef Gil Guimarães, cuja pizzaria em Brasília tem sido apontada como uma das melhores do Brasil – e uma das melhores da América Latina, segundo o Top Pizza. A funcionar há apenas dois meses, a Sofi’ tem já o certificado da Associazione Verace Pizza Napoletana (AVPN), muito graças ao trabalho reconhecido do pizzaiolo brasileiro. Muitos dos produtos usados, de origem certificada, chegam de Itália, embora a entrada de pequenos produtores portugueses na equação não seja descartada. Também por isso, o menu é curto. São sete as pizzas napolitanas, ou seja, com a massa ligeiramente mais alta. Da mais simples margherita (11,50€) às mais compostas como a que leva presunto de bolota de porco preto e burrata (16€) ou a que junta queijo da Serra da Estrela a um chouriço português picante, tomate coração de boi e crumble de amêndoa (16€). Antonio é sommelier, e aplica nos vinhos o mesmo critério que aplica na procura pelos melhores ingredientes. “Queremos vinhos fora da caixa, que respeitem o terroir, que respeitem o local e as pessoas que o fazem”, conta. São vinhos essencialmente de baixa intervenção e de diferentes partes do mundo. Por agora, são três as opções a copo (4€-5€), e pouco mais de uma dezena à garrafa (18€-38€).

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Depois de quatro anos de sucesso na Casa da Guia, o eco-lounge brasileiro Palaphita chegou a São Pedro do Estoril. Chama-se Palaphita Deli & Market e é o novo vizinho do lado do Fauna & Flora, mesmo em frente da Marginal. Ao contrário do espaço aberto e envolto na natureza que existe em Cascais, este irmão mais novo fica numa loja convencional, mas com um conceito distinto é uma concept store e uma delicatessen, um sítio onde dá para almoçar uma refeição leve, comprar mercearias para casa ou uma série de outros itens, desde roupas a plantas, de produtos gastronómicos regionais a peças de swimwear, passando por pranchas de surf, artesanato indígena e cosméticos naturais.

  • Avenida da Liberdade

Estávamos em 2017 quando o casal Yasmine Van-Dúnem e Ricardo Manita, chegados a Portugal não há muito tempo, apostavam num pequeno restaurante no Príncipe Real, que baptizaram de RUA. Chamaram Manuel André Fernandes, vencedor do MasterChef dois anos antes, para tomar conta da cozinha e em pouco tempo a casa conquistou o seu espaço. Sete anos depois, tudo mudou. O RUA fechou, já depois de o chef ter saído do projecto, e Yasmine e Ricardo abriram agora o Addiction, junto à Avenida da Liberdade. Do passado, mantêm-se alguns dos pratos estrela, como as asas de frango coreanas e kimchi caseiro (12€), os rolinhos de arroz com manga, salmão curado, compota de malagueta, creme de miso e amendoins (12€) e a barriga de porco a baixa temperatura, com maçã verde e molho hoisin (12€), mas são mais as novidades, a começar desde logo com o brunch. Nas costas da Avenida da Liberdade, o espaço é grande e cheio de onda. Quando se entra, salta à vista o mural do duo espanhol PichiAvo, uma representação de Baco, deus da festa e do vinho – se dúvidas houvesse que nem só de comida se faz a história deste novo restaurante, mas também de cocktails e música. Nas novidades, há as ostras Addiction com ponzu, kumquat confitada, la-yu e cebolo (12€/3 uni), o tártaro de novilho de vazia maturada, com caramelo de soja, chili oil, chalota em pickles, maionese fumada e won-ton (14€) e o aguachile (16€). E no brunch, ora há uns ovos benedict com salmão curado e espinafres (12€), como há uns ovos Addiction com lagosta, manteiga noisette, béarnaise, ikura, cebolo e pão brioche (18€). 

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O Âncora Terrace de São Domingos de Rana fica no Parque Urbano de Outeiro de Lima e é um restaurante de cariz familiar com opções para todos. Do brunch às pizzas, das massas à comida portuguesa, pretende ser um espaço versátil para a vizinhança. Aos sábados têm música ao vivo.

O Belverede, o restaurante do hotel Grande Real Villa Itália, em Cascais, reabriu renovado no Verão de 2024, e com um novo conceito ligado às raízes da história daquele palácio, construído como residência do último rei italiano, Umberto II, mas também ao serviço tradicional de um ristorante italiano. Isto não significa, porém, que se trate de um regresso ao passado demasiado colado à tradição: os vários pratos apresentam twists contemporâneos e o espaço foi renovado para ter um ambiente mais luminoso e leve, em tons de branco e azul, com uma série de plantas que ajudam a tornar a experiência mais agradável. A ideia é manter o requinte que inevitavelmente caracteriza aquele edifício, mas com uma abordagem descontraída.

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As Sandocas são as mais recentes residentes da Casa da Guia. Em pouco tempo, tornaram-se um autêntico sucesso. O responsável, Pedro Gato, idealizou umas sandes de carne de porco ou de vaca fumada durante 13 horas; completas com queijo de Seia; e um pão exclusivo criado de propósito para a marca, que lhe confere a tão desejada crocância. São sandes "nutritivas e proteicas", ou não fosse o dono um personal trainer. O negócio correu tão bem nos primeiros meses que Pedro Gato já recebeu uma série de propostas para expandir o projecto.

A Pinsetti é um restaurante tipicamente italiano que se dedica às pinsas romanas, uma versão diferente da pizza que surgiu nos anos 80. É um projecto da família Mazzetti, italianos que vivem em Portugal há vários anos, com experiência na área. A grande maioria dos ingredientes chega directamente de Roma e tudo o que ali se serve é autêntico. Com um registo informal, a Pinsetti aposta sobretudo no take-away e nas entregas.

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  • Santa Maria Maior

No centro da cidade, junto à estação do Rossio, há uma esplanada e um jardim numa espécie de dois-em-um. Pintado de vermelho, verde, amarelo e branco, o Rossio Gardens quer ser um ponto de paragem, onde as pessoas podem chegar e espreguiçar-se a aproveitar o sol que bate ora de manhã, ora ao final da tarde. Para comer, a carta estende-se do brunch aos pratos para partilhar. Para beber, há sumos, batidos e cocktails, tanto clássicos como de autor. Às quartas, quintas e sextas, já há DJ sets a animar a esplanada. 

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