Tosta, sandes
RITA CHANTRE
RITA CHANTRE

Felicidade entre duas fatias de pão! Seis sítios para comer sandes em Lisboa

A moda das sandes está a bater-nos à porta e estes sítios dedicam-se em exclusivo a esta especialidade. Vai uma dentada?

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Já tínhamos visto muita coisa – as bifanas são um clássico lisboeta, os cachorrinhos desceram do Porto até Lisboa há quatro anos e a febre dos hambúrgueres esmagados prolifera na cidade –, mas nunca uma vontade tão partilhada de elevar a sanduíche clássica a refeição de elite (em alguns casos, até é obra de chef). Falamos de seis sítios para comer sandes em Lisboa, alguns deles inaugurados nos últimos meses, que se dedicam em exclusivo a esta iguaria. E há para todos os gostos: pastrami às camadas, cachorros de polvo, guarnições de beterraba, pickles caseiros, carnes picantes e molhos de perder a conta. Por cima e por baixo está sempre o pão, mas no meio os ingredientes mudam ao sabor da criatividade.

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Seis sítios para comer sandes em Lisboa

  • Lisboa

A Tosta abriu em Maio, nos Anjos, e apresenta-se como uma cozinha de sanduíches, onde o britânico Jake Goosen (anteriormente na Tasca Pete) é o chef de serviço. Mais do que uma forma rápida de forrar o estômago, aqui a sandes é promovida a especialidade gastronómica. No fundo, é como pegar nos vários ingredientes de um prato e colocá-los entre duas fatias de pão. Com criatividade e alguma experimentação, junta ingredientes e trabalha-os na cozinha, até chegar às receitas de conforto que enaltecem a qualidade dos produtos.

Há cinco sanduíches no menu e, em pouco mais de um mês, duas delas já se tornaram praticamente intocáveis. Cubano (10€), a rainha das sandes, é uma mistura compacta e com camadas bem definidas de fiambre fumado, carne de porco desfiada, queijo provolone, maionese picante, salsa verde e mostarda. Tosta Mista (7€), outro êxito da ementa, junta fiambre fumado, brie e provolone, maionese, pimenta e alho negro. Jerk Chicken (10€) completa o trio de sanduíches quentes, também conhecidas como tostas, com coxas de frango assadas, salsa de abacaxi, sour cream fumado e cheddar. A Smokey Veg (9€) e a Lemon Zuke (9€), ambas servidas em focaccia, completam o cardápio. A primeira, vegana (na imagem), leva cenoura e beterraba assada, pesto de miso fumado, alface, tomate seco, pepino e babaganoush. A segunda, a mais fresca das receitas, junta curgete, queijo de cabra e parmesão, limão, manjericão e noz pecan.

  • Santos

Era um típico café de bairro, de seu nome Apolo XI, até que os seus proprietários decidiram que estava na altura da reforma. Na mesma altura, Leonor Godinho procurava um espaço para trazer de volta a sandes de pastrami que tanto sucesso fez quando chefiava a Musa da Bica. Conhecia a família e a transição acabou por acontecer de forma rápida, natural e, mais do que isso, sem grandes mudanças no espaço.

A Bibs abriu em Abril e são as sandes a grande aposta. Tudo o que pode é feito em casa, a começar desde logo pelo pastrami. A sandes é uma reuben em sourdough com chucrute e queijo suíço (13€). Há ainda uma sandes de enguia fumada com molho tártaro, endro e pickles (10€) e outra de cogumelos shitake e pleurotus (8€), à qual é possível acrescentar o queijo scamorza. Para acompanhar, há uma selecção curta de vinhos de baixa intervenção, todos também disponíveis a copo (6€-8€). Nas sobremesas, destaca-se uma tarte de cereja (4€).

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  • Alvalade

Havia um espaço para ser explorado no Kübe Coworking e o desafio foi lançado aos sócios do Cobaia, não muito longe dali. O Cultural Club abriu com um menu curto e simples de sandes italianas. O espaço tem onda e é pequeno – ao contrário dos planos. De Itália, chegam os ingredientes escolhidos a dedo, entre vários testes. Já o pão é feito na vizinha Isco. São seis as opções, mais uma especial que muda semanalmente. Em pouco tempo, a sandes de pancetta, stracciattela, pesto trapanese e agrião (12€) já se tornou na mais pedida.

  • Estrela/Lapa/Santos

Para Alexandre Leão, as sandes estão intimamente ligadas a memórias de infância. Era a típica refeição leve de domingo, feita pela mãe. Há dois anos, este luso-descendente trocou Paris por Lisboa e, na hora de abrir um negócio próprio, não teve dúvidas. Sem encontrar grandes opções para quem quer comer uma valente sanduíche com ingredientes cozinhados, abriu o Duíche.

São receitas de conforto, como manda a tradição familiar. A de carne assada (12,50€) é a favorita do proprietário – com carne de vaca a desfiar-se a cada dentada, queijo flamengo, pimentos vermelhos e pickles de pepino, tomate fresco, chimichurri, molho gravy e coentros. Uma sandes de sabor intenso, que ainda assim não rivaliza com o best-seller da casa: a chicken piri-piri (11€), que além do frango assado e do doce de bacon, traz uma dose extra de maionese picante que cada um pode dosear a seu belo-prazer. O pão vem da Crust, uma padaria de fermentação natural em Alcântara, e os acompanhamentos também brilham à sua maneira, especialmente a salada de pepino, molho de iogurte e hortelã (3,50€). Em dias soalheiros, os piqueniques começam a ser um clássico por estas bandas. Há cada vez mais pessoas a pedirem a sua sanduíche e a levarem-na para o Jardim da Estrela, mesmo ali ao lado.

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  • Chiado/Cais do Sodré

Fazer, preparar e servir pastrami é uma arte dominada apenas por alguns. Neste espaço que abriu no início de 2024, o ingrediente é rei e senhor, o que fica desde logo declarado no nome. “As estrelas são os seis tipos de pastrami, onde sobressaem os de carne de vaca, que podem ser com maionese, com o molho da casa ou com kimchi; e o de salmão, com ovo, queijo-creme e pickle de cebola roxa. Todos bons, mas foi consensual, entre os três comensais, que a Reuben era a mais saborosa, e que talvez faltasse um pouco de fumo a todas elas.” As palavras são de Alfredo Lacerda, então crítico da Time Out, depois de visitar o Let’s Pastrami, em Dezembro do ano passado.

Monocromático e minimalista, o espaço não vai além dos 20 lugares sentados. A ementa é também ela reduzida, além de focada neste ingrediente principal. Ao todo, são oito sanduíches, e em todas é-lhe dado a escolher entre brioche e pão de fermentação lenta, curiosamente os únicos ingredientes das sandes que não são feitos na casa. Com preços entre os 12€ e os 15€, as opções incluem o Mustard Classic, o Spicy Kimchi e o Rachel, com pastrami de peru.

  • Princípe Real

É um dos muitos projectos que nasceu da pandemia. O Boubou’s Sandwich Club abriu no final de 2023, onde outrora funcionou o Sujamãos, no Príncipe Real. O nome não esconde o que é: uma casa de sandes pensada por Louise Bourrat, chef do Boubou’s. Se no restaurante, umas portas abaixo, Louise aposta num conceito de fine dining, aqui tudo é mais descontraído.

Embora o espaço esteja agora reservado a outros conceitos gastronómicos de quinta a sábado, ao jantar, a carta é simples e assenta nas sandes. São bem diferentes entre si e podem sempre mudar, conforme a criatividade da cozinha e a sazonalidade dos ingredientes. Destaca-se a lamb durum (10€), a lembrar o kebab do it yourself que a chef já teve no seu restaurante. Há ainda uma sandes chamada KFC, com frango, kimchi e molho coreano (11€), um octo dog (13,50€), que é uma espécie de cachorro quente de polvo com harissa aioli, e uma crispy tofu sando (8,50€).

Os três melhores sítios para comer...

  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só na década de 2000 atingiu o seu auge. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru.

A salivar por um bom bife? E já sabe como é que o vai querer? Mal passado, médio ou médio-bem? O que não falta em Lisboa são bons nacos de carne, daqueles suculentos e tenrinhos, que até se desfazem na boca.

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  • Pizza

É um assunto sensível, sobretudo numa cidade onde há cada vez mais restaurantes de pizzas de qualidade. E a verdade é que uma pizza é capaz de ser o prato mais consensual e com mais adeptos um pouco por todo o mundo.

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