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Televisão, Séries, Biografia, Doce (2021)
©DRDoce de Patrícia Sequeira

Um ano doce: as melhores séries portuguesas de 2021

Patrícia Sequeira é o nome em destaque na televisão nacional em 2021. Aplaudimos as suas ‘Doce’ e ‘Prisão Domiciliária’.

Escrito por
Eurico de Barros
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O ano de 2021 foi marcado pela produção da primeira série portuguesa para a Netflix, Glória, uma história de espionagem passada em Portugal no tempo da Guerra Fria e antes do 25 de Abril. Não foi a única. Houve outras séries que se destacaram na produção nacional, mostrando que o investimento na ficção televisiva e para streaming começa a apresentar resultados apreciáveis, com a RTP a funcionar como catalisador na maior parte dos casos. Ainda assim, continuam a estrear-se muitos títulos medíocres ou esquecíveis. Pesando prós e contras, estas são as melhores séries portuguesas exibidas este ano.

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As melhores séries portuguesas de 2021

5. Terra Nova

Inspirada em O Lugre, de Bernardo Santareno, que verteu para esta peça as suas experiências de médico de bordo num dos navios que iam pescar bacalhau à Terra Nova, naquela que foi a última grande aventura marítima colectiva dos portugueses, Terra Nova, de Joaquim Leitão e Artur Ribeiro, anda a patinhar em lugares-comuns e situações feitas enquanto está em terra. Mas quando o bacalhoeiro levanta âncora rumo aos distantes mares gelados, e as tensões e conflitos a bordo se acentuam, a série melhora consideravelmente e ganha em interesse, fôlego visual e energia dramática.

HBO/ RTP Play

4. Pôr do Sol

Sara, de Marco Martins, já se tinha metido com as telenovelas, mas apenas tangencialmente. Pôr do Sol fá-lo em grande e num registo que combina o humor nonsense e a farsa. A série tem coisas boas e outras falhadas. É como disparar com chumbos: uns acertam no alvo, outros passam muito ao lado. Mas é bom que alguém tenha decidido atirar-se ao hambúrguer de minhoca da ficção televisiva que é a telenovela. E é bastante divertido ver muitos actores que habitualmente entram nelas a fazer aqui gato sapato das respectivas e estereotipadíssimas personagens. Até o Toy faz parte da paródia.

RTP Play

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3. Prisão Domiciliária

Eis uma incursão num género em que a televisão e o cinema português são largamente deficitários: a sátira política. Um magnético Marco Delgado interpreta Vieira Branco, um político em prisão domiciliária e com pulseira electrónica, que é uma síntese, no feitio, carácter, psicologia e trafulhices, de vários notórios corruptos nacionais, e a série, realizada por Patrícia Sequeira, está bem conseguida, no alto nível da escrita e na capacidade de criar uma variedade de situações e manter o interesse do enredo sem sair do mesmo (amplo) espaço fechado.

OPTO SIC

2. Glória

Apesar das ingenuidades e inverosimilhanças do argumento de espionagem, um género completamente alheio ao audiovisual nacional, esta série assinada por Pedro Lopes e realizada por Tiago Guedes, a primeira portuguesa feita expressamente para a Netflix (em co-produção com a RTP), é um grande passo na direcção certa para a nossa ficção televisiva. Glória apresenta um investimento e valores de produção muito pouco habituais no nosso meio, um muito apreciável esforço de recriação do Portugal no tempo da Guerra Fria e do conflito no Ultramar, bem como uma ambição narrativa invulgar por estas paragens.Venham mais assim.

Netflix

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1. Doce

A história das Doce, o quarteto feminino que, das canções à apresentação em palco e à imagem pública, mexeu de forma única com a música popular e o Portugal do pós-25 de Abril, é ao mesmo tempo o retrato de um país no início de uma acelerada mudança política, económica, de costumes e de gostos nos anos 80. Protagonizada por quatro actrizes impecavelmente metidas nas suas personagens e realizada por Patrícia Sequeira, Doce mostra como se faz boa ficção usando matéria bem portuguesa e com grande e nostálgica ressonância na nossa memória colectiva.

RTP Play

Mais séries para ver

  • Filmes

Longe vão os tempos em que os actores portugueses estavam limitados ao mercado nacional das novelas. Nos últimos anos, acompanhando o crescimento das plataformas de streaming, há cada vez mais actores a darem cartas em grandes produções internacionais, seja em filmes ou em séries. Na Netflix, Pêpê Rapazote foi, em 2017, o primeiro português a participar numa das grandes produções do momento, Narcos. Depois dele, Alba Baptista, com Warrior Nun, Nuno Lopes em White Lines, ou mais recentemente Albano Jerónimo, em The One, continuaram a representar Portugal além-fronteiras. Mas também há filmes na plataforma de streaming com a participação de nomes conhecidos, caso de Lídia Franco ou Diogo Morgado, entre outros. Estes são os actores portugueses na Netflix.

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  • Filmes

Chegou timidamente aos nossos ecrãs, mas hoje seria difícil imaginarmo-nos sem ela. Entre conteúdos originais de grande qualidade e outros que foram aproveitados (ou mesmo ressuscitados), a Netflix parece não querer abrandar no número de entretenimento disponibilizado e está, continuamente, a trazer-nos apostas dignas de binge watching. Títulos como Gambito de DamaOzark, Stranger Things ou The Crown mostram bem aquilo em que a plataforma trabalha, e outros como Breaking Bad Arrested Development são óptimos exemplos de como levar audiência ao seu moinho (o streaming) por meios comprovados. A apontar-lhe alguma coisa, será a oscilação de conteúdos: estamos sempre na vertigem de ver a nossa série favorita desaparecer do catálogo. Por isso, não perca tempo: prepare-se para uma maratona e siga estas sugestões das melhores séries para ver na Netflix.

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  • Filmes

As listas, como quase tudo nesta vida, são relativas. Mas depois de enchermos uma espécie de conselho de administração com loucos de séries televisivas e outros consultores da redacção da Time Out, chegámos a estas 25. Portanto, se vai começar a disparar insultos e a pedir justificações para as suas séries de comédia preferidas não estarem aqui avisamos já que não vai ter sucesso. Podiam ser outras, mas são estas. E pedimos desculpa às que ficaram de fora.

Mais um alerta à tripulação: estas séries de comédia estão ordenadas apenas por ordem alfabética, que não queremos alimentar ainda mais a polémica. Ria-se connosco. 

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  • Filmes

Desde que chegou a HBO (para não falar nos outros serviços de streaming que apareceram entretanto) ficou ainda mais complicado gerir a agenda – e não falamos apenas da vida social, mas do calendário de estreias de séries. A pensar nisso, fizemos-lhe uma selecção das séries na HBO que vale a pena ver e que nunca o farão perder tempo. Recuperamos os clássicos que não pode perder e as novidades que têm dado que falar. De Os Sopranos e A Guerra dos Tronos até à aclamada Zero Zero Zero, de Roberto Saviano, e a mais recente criação de Joss Whedon, The Nevers, estas são as séries na HBO que tem de ver.

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  • Filmes

Há muitas séries de produção americana e asiática de grande interesse nas plataformas de streaming, assim como co-produções entre países de vários continentes. Mas convém não esquecer nem menosprezar o produto europeu, que muitas vezes fica à sombra ou ocultado pelo que chega de outras latitudes, muito em especial de Hollywood. Por isso, fomos à Netflix, à HBO e à RTP Play buscar uma selecção muito variada de séries europeias. Algumas deram mais nas vistas do que outras quando se estrearam, mas o denominador comum de todas elas é a qualidade, independentemente do género ou da língua que falam.

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  • Filmes

Ter menos coisas é sinónimo de mais tempo e liberdade para fazer o que lhe dá prazer. Mas ser minimalista não significa abdicar de todas as suas posses materiais nem deixar de consumir. Significa, sim, livrar-se do que não é essencial e aprender a consumir melhor. Para o ajudar a pôr a vida em ordem, reunimos duas séries e dois documentários sobre o poder do menos. Desde Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, do movimento The Minimalists, até à guru da organização Marie Kondo, estes são os professores e as lições de que precisa para aprender mais sobre minimalismo, organização, casas pequenas e desperdício zero.

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  • Filmes

É verdade que os serviços de entrega de comida continuam a levar o melhor dos restaurantes às nossas casas, mas não é a mesma coisa. Ainda bem que existem séries e documentários que ajudam a matar saudades das histórias dos chefs, das paredes dos restaurantes, e muito mais. Há de tudo nesta ementa: desde clássicos modernos, como Anthony Bourdain: No Reservations e Jiro Dreams of Sushi, a fenómenos mais recentes, como Ugly Delicious. E sim, bem sabemos que o efeito destas incursões audiovisuais não é propriamente o que queremos, tendo em conta que há pouco mais a fazer do que fazer rusgas ao frigorífico. Esta lista é para comer tudo com os olhos e nada com a boca. O que já não é pouco.

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