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© Manuela Morais

Cinco filmes que Paula Rego recomenda ver na Cinemateca

No mês em que inaugura uma exposição e estreia um documentário, Paula Rego seleccionou dez filmes que a influenciaram para ver na Cinemateca. Nós escolhemos cinco

Escrito por
Catarina Moura
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Esta é a semana de Paula Rego: o documentário Paula Rego: Histórias e Segredos, uma conversa íntima com o filho, Nick Willing, estreia quinta-feira e na sexta inaugura uma exposição com o mesmo nome na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais. Através das suas obras, algumas nunca expostas em Portugal, ou dos segredos que o filho capta no filme, descobre-se que a vida e a obra desta pintora são um contínuo, sem separações.

Algumas das fontes de inspiração para as suas obras vão estar durante todo o mês de Abril na Cinemateca Portuguesa, no ciclo Carta Branca a Paula Rego. São dez filmes escolhidos pela artista, que vive em Londres, e que contam com a sua presença e apresentação na primeira sessão, esta quarta-feira, às 19h, para ver Quando os Sinos Dobram, de Michael Powell e Emeric Pressburger. Olhámos para as escolhas de Paula Rego e escolhemos cinco que mostram como são ecléticas.

Leia mais sobre o documentário e a exposição na Time Out desta semana.

Cinemateca Portuguesa, Rua Barata Salgueiro, 39. Seg-Sáb. 3,20€

Cinco filmes que Paula Rego recomenda ver na Cinemateca

Quando os Sinos Dobram

O filme de 1946 filmado por Michael Powell e Emeric Pressburger tem os ingredientes para um esgotamento nervoso: um convento isolado nos Himalaias com a sua elevada altitude, clima extremo e choque cultural. É de facto a loucura que acontece às personagens de Black Narcissus, baseado no romance homónimo, de Rumer Godden. O grande conflito está entre a carne e o espírito – o voto de celibato não permite nem que se revivam as memórias de um grande amor nem que nasçam novas paixões. Venceu dois Óscares – direcção de arte e fotografia – e é considerada uma das películas mais perturbantes e bem conseguidas da dupla britânica.

Quarta-feira, dia 6 de Abril, 19.00

Branca de Neve e os Sete Anões

Como as obras de Paula Rego, simultaneamente fantasioso e perturbante. É a primeira longa-metragem de animação da história do cinema – de 1937 – quando a Disney não tinha medo de assustar os mais pequenos. Como para muitas das gerações que se lhe seguiram, é um dos primeiros filmes que Paula Rego vê em criança e cuja influencia na sua obra é clara em séries em que pinta momentos chave desta história, como aquele em que Branca de Neve morde a maçã envenenada e definha no chão. A Cinemateca exibe este clássico de Walt Disney da maneira como está no imaginário da maioria: dobrado em português do Brasil.

Segunda-feira, dia 9 de Abril, 19.00

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Barry Lyndon

Paula Rego viu este filme de Stanley Kubrick por altura da sua estreia em Londres, em 1975, e ficou impressionada pela “elaboração do filme a nível visual e pelo trabalho da cor, mas também pela sua subtileza”, lê-se no programa da Cinemateca deste mês. A adaptação do romance As memórias de Barry Lyndon, de William Makepeace Thackeray, conta como Lyndon conseguiu ascender socialmente no século XVIII, usando a Guerra dos Sete Anos, jogo e sexo. Esta caminhada que o levará a sentar-se no Parlamento britânico ganhou Óscares pelos figurinos, cenários e fotografia.

Quarta-feira, 19 de Abril, 21.30

Aldeia da Roupa Branca

Beatriz Costa, em 1938 – antes da sua icónica franja –, é a estrela de Chianca de Garcia. Mas não uma estrela hollywoodesca. É a saloia da Malveira, lavadeira de roupa da alta sociedade de Lisboa quando esta vila era para lá de suburbana. A projecção desta comédia popular na Cinemateca é uma forma de tributo à actriz que Paula Rego ia ver ao teatro com a avó e de quem ouvia histórias contadas pela mãe. A música sobre “a água fria da Ribeira” que continua no ouvido é de Jaime Silva Filho.

 

Sexta-feira, 28 de Abril, 18.30

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O Conto dos Contos

O fantástico do livro de contos Pentamerone, do italiano quinhetista Giambattista Basile, que influenciou os irmãos Grimm ou Charles Perrault, contaminou o universo de Paula Rego desde a residência que fez em Londres apoiada pela Fundação Gulbenkian. Em 2015, a sua adaptação ao cinema por Matteo Garrone é o primeiro filme falado em inglês deste italiano e tem Salma Hayek, Vincent Cassel, Toby Jones e Joahn C. Reilly como rainha e reis de diferentes reinos. Passa agora pela primeira vez na Cinemateca.

Sexta-feira, 28 de Abril, 21.30

 

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O museu da artista Paula Rego em Cascais, num edifício desenhado pelo Pritzker de 2011, Eduardo Souto de Moura, foi inaugurado em Setembro de 2009 e, além da colecção de obras da artista, tem sempre boas exposições temporárias. 

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Aos 82 anos, Paula Rego deitou mãos à cerâmica pela primeira vez. Em colaboração com a Bordallo Pinheiro, a artista baseou-se na escultura têxtil de um figo, que fez por volta de 1967, reduziu-lhe a escala e recriou-a seguindo o naturalismo bordalliano. Figo saiu directamente da Fábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, para ser apresentado na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais. A partir daqui, será vendida apenas por subscrição. O que não quer dizer que não vai poder ver a dita peça de perto. Para já, só está lojas Vista Alegre do Chiado e do Colombo, mas aos poucos vai chegar a todos os pontos de venda próprios da marca. E este Figo é só o começo. A colaboração com Paula Rego dá início à colecção WorldWide Bordallianos, uma forma de aproximar artistas plásticos de dimensão internacional através de peças assinadas e limitadas a 125 exemplares.   + Bordallo Pinheiro vai à pesca + Cinco filmes que Paula Rego recomenda ver na Cinemateca  

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