Void: Júlio Pomar e Julião Sarmento

Por estes dias, Júlio Pomar encontra um Julião à altura, ou pelo menos à altura de dar continuidade ao ciclo de exposições que cruza a obra do mestre com a de artistas convidados. Chega agora um novo capítulo, pensado para ser uma intervenção específica no espaço do Atelier-Museu. O artista da casa recuperou pinturas e desenhos dos anos 60, uma selecção que inclui o famoso Metro, pintado em 1964 e inspirado no metro de Paris (na imagem). Juntou-lhe mais alguns desenhos de elementos naturais e esperou que Julião Sarmento completasse a sala. Este deixou a figuração de lado e puxou do seu fluente francês para apresentar uma série de obras sobre tela e papel, onde não faltam, lá está, as referências literárias. Mas o protagonismo dos artistas é dividido com um terceiro elemento: a curadora e directora do Atelier-Museu, Sara Antónia Matos. Em Janeiro, passa também a dirigir as Galerias Municipais. Entre os sete espaços expositivos da EGEAC estão o Pavilhão Branco, a Galeria da Boavista, o Torreão Nascente da Cordoaria Nacional e o Palácio Pombal. À futura directora, boa sorte no malabarismo.