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13 razões porque não pode perder 'Por 13 razões'

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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Primeiro apareceu o livro de Jay Asher, Thirteen Reasons Why, publicado nos EUA em 2007, uma ficção sobre o fenómeno do suicídio adolescente, e que se transformou num bestseller. É a história de Clay Jansen, um tímido estudante de liceu, que recebe um dia uma encomenda. Dentro do pacote estão sete cassetes áudio com os lados numerados de um a 13, gravadas por uma colega, Hannah Baker, de 16 anos, que se suicidou duas semanas antes, e pela qual Clay tinha um fraquinho. Nelas, Hannah explica as 13 razões Anatomia de um suicídio que a levaram a suicidar-se. Clay descobre então que não foi a única pessoa do liceu a receber as cassetes. As outras foram enviadas a outros colegas, rapazes e raparigas, que a magoaram de várias formas, e acabaram por a conduzir ao suicídio. A audição das cassetes impressiona Clay profundamente, de tal forma que corre para o liceu e vai falar com Skye, uma colega que suspeita que poderá também ter tendências suicidas, e saber se ela precisa de ajuda.

Agora, a coisa transformou-se numa minissérie na Netflix. Se perdeu a estreia na passada sexta-feira, damos-lhe 13 razões para ir a correr para casa ver Por 13 razões.  

1. É um mistério à antiga. Gosta de suspense a conta-gotas? Está com sorte. Por 13 razões conta a história da morte da adolescente Hannah Baker ao longo de 13 episódios, cada um revelando uma pequena peça do puzzle.  

2. Mas dá-lhe a volta. Sabemos quem morreu (Hannah) e como morreu (suicidou-se). Só não sabemos porquê. E é a própria Hannah que o irá explicar.

3. Envolve cassetes. Cassetes? Walkmans? Ainda alguém se lembra disto? Podemos pertencer à geração digital, mas esta história não se conta através de um chat no Whatsapp, uma story no Instagram ou um tweet no Twitter. E isso é altamente refrescante. Hannah obriga os seus colegas a procurarem leitores no fundinho do baú para ouvirem as cassetes que deixou gravadas a explicar a sua morte.

4. É pesadote. Hannah está a jogar o jogo da culpa, dando a 13 pessoas 13 cassetes que explicam porque são responsáveis pela sua morte.

5. Fica à beira do precipício. A técnica de ficção usada chama-se cliffhangers e cabe aqui que nem uma luva. Também conhecida como "à beira do precipício" ou "do abismo", acaba sempre da mesma forma: com Hannah a dizer a Clay para começar a ouvir uma nova cassete.

6. Não é um draminha adolescente comum. Sim, passa-se num liceu, e sim, conta com alguns dos lugares comuns que nos habituámos a ver no cinema que usa liceus norte-americanos como pano de fundo. Mas fala de bullying, depressão e suicídio, em vez de bailes de finalistas, primeiros beijos ou cartas de condução. Mais importante que isto: não se dirige exclusivamente ao público teen.

7. Baseia-se num livro de sucesso. Editado em Portugal pela Presença com o título Por 13 Razões, o livro de Jay Asher que deu origem a esta minissérie da Netflix chegou a número um da lista dos mais vendidos do The New York Times, na categoria de Jovens Adultos. O escritor, de 41 anos, inspirou a obra em incidentes que testemunhou quando andava no liceu, em Arcadia, na Califórnia, onde nasceu, tendo também sido influenciado pela série de televisão Que Vida Esta (1994-95), sobre as atribulações familiares, escolares e sentimentais de uma adolescente de 15 anos.

8. Mas leva-o mais longe. Se no livro, Clay ouve as cassetes de Hannah numa única – e altamente stressante – noite, na série a história respira melhor, ganhando tempo e dando destaque a mais personagens.

9. A sua editora executiva é Selena Gomez. Calma, não fuja já. Os direitos do livro para cinema e televisão foram comprados por Selena Gomez, pela sua mãe e pela produtora Kristel Laiblin (Os Filhos do Homem, Sem Tempo), com a intenção de fazer um filme onde a cantora e actriz interpretaria o papel de Hannah Baker, numa produção dos Estúdios Universal, prevista para 2012. Depois do projecto dar várias voltas, acabou por tomar a forma de uma minissérie para a Netflix, e Selena ficou apenas com as funções de produtora executiva. 

10. Dylan Minnette e a estreante Katherine Langford são brilhantes. Para assinar os dois episódios de abertura, dos 13 que formam Por 13 razões, foi escolhido o actor, argumentista e realizador Tom McCarthy, autor de filmes como A Estação (2003) ou o oscarizado O Caso Spotlight (2015), e que já apareceu em séries como Lei e Ordem ou The Wire. Katherine Langford, uma estreante, personifica Hannah Baker e Clay é interpretado por Dylan Minnette (Um Segredo do Passado, Arrepios).

11. Levanta questões interessantes. Porque é que pessoas tão novas desistem e decidem acabar com a vida? Pode o suicídio adolescente ser prevenido? Poderão séries como esta glamorizar o suicídio? Este e outros assuntos para debater já no próximo jantar de amigos. 

12. E pisa terreno delicado. Por 13 razões lida com assuntos sérios de forma hábil. A série fala do sofrimento contemporâneo sem lamechices, mas com selfies, redes sociais e pais perturbados.  

13. Mas leva o suicídio muito a sério. A estreia da série foi acompanhada pelo documentário de meia hora Beyond The Reasons com especialistas a falar de depressão.




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