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8 curiosidades sobre Leonard Cohen em Lisboa

Escrito por
Luís Leal Miranda
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Estreou-se em Portugal no extinto Pavilhão Dramático de Cascais. Em Fevereiro de 1985 veio apresentar o disco Various Positions. Teve lotação esgotada.

Encheu o Coliseu em 1988. Sobre o concerto, o jornalista Luís Maio, do Blitz, escreveu: “A primeira parte do espectáculo iniciou-se com "Death of a Ladie's Man" para acabar com "First We Take Manhattan". Pelo meio foram repostos títulos novos como "There Ain’t no Cure for Love" e "I’m Your Man" entrecruzados com coisas mais antigas como "Bird On The Wire" e "Sisters of Mercy". Os arranjos eram bastante diversos dos originais, a música revelou-se assaz sincrética, no estilo de cocktails amáveis que se servem em wine-bars”. O jornalista conclui a crítica descrevendo o "espírito triunfalista estampado em tantas caras à saída do Coliseu".

Tocou no mesmo dia de Lou Reed. Não há fome que não dê em fartura. A 19 de Julho de 2008 Leonard Cohen voltava a Lisboa depois de um hiato de 20 anos para um concerto no Passeio Marítimo de Algés. Ao mesmo tempo, Lou Reed tocava no Campo Pequeno.

Teve uma manifestação à porta. Em 2009 o Comité de Solidariedade com a Palestina manifestou-se junto ao Pavilhão Atlântico para pedir o cancelamento de um concerto do músico em Israel.

O filho seguiu as pisadas do pai. Em termos profissionais e geográficos. Adam Cohen veio ao Lux apresentar o seu terceiro disco de originais, Like a Man, poucas semanas antes do concerto do pai, em 2012.

O último concerto em Lisboa foi no Pavilhão Atlântico, em 2012. Durou mais de três horas horas e meia divididas em duas partes e três (três!) encores. Ao todo o músico, então com 78 anos, interpretou 32 canções. 

Tem uma breve “aparição” num romance de Saramago. No página 90 do livro História do Cerco de Lisboa o protagonista depara-se com o músico na TV: “Agora um homem aparece sozinho, deve estar a cantar apesar de mal se lhe moverem os lábios, o dístico dizia Leonard Cohen, e a imagem olha para Raimundo Silva insistentemente, os movimentos da boca articulam uma pergunta, Por que não queres ouvir-me, homem sozinho, e certamente acrescenta, Ouve-me agora porque depois será demasiado tarde, após um video-clip vem outro, não se repetem, isto não é um disco que possas fazer voltar atrás mil e uma vezes, é possível que eu volte, mas não sei quando e tu talvez já aqui não estejas nesse momento, aproveita, aproveita, aproveita. Raimundo Silva inclinou-se para a frente, abriu o som, o gesto de Leonard Cohen foi como se agradecesse, agora podia cantar, e cantou, disse as coisas que diz quem viveu e se pergunta quanto e para quê, quem amou e se pergunta a quem e porquê, e, tendo feito as perguntas todas se acha sem resposta, uma só que fosse, é o contrário daquele que afirmou um dia que as respostas estão todas por aí e que nós não temos mais que aprender a fazer as perguntas. Quando o Cohen se calou, Raimundo Silva tornou a cortar o som, e logo a seguir desligou de todo o aparelho".

  

Este sábado, 12, há um tributo na livraria Ler Devagar, na Lx Factory
Manuel Cintra canta e declama poemas de Leonard Cohen acompanhado por Mário Fonseca ao piano. Amanhã a partir das 22.00.

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