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A Conchinchina não é assim tão longe: fica no Príncipe Real

Escrito por
Catarina Moura
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Yoon Chain Lai quer lembrar que a Conchinchina é um sítio real. Não é só uma expressão portuguesa para falar de um sítio longínquo e meio vago: é a região sul do Vietname, segundo os navegadores portugueses do século XVI. Desde Setembro é também o restaurante de comida vietnamita da dona do Malaca Too, na Lx Factory, com Kati, “uma cozinheira vietnamita apaixonada”, ao comando dos tachos.

Se esquecermos a tal terra da Indochina, a Conchinchina fica na Rua da Escola Politécnica, no espaço da antigo Duck Tail, fechado há cerca de um ano. Há uns tempos, quando Kati se apercebeu que o restaurante já não existia propôs a Yoon um lugar para a comida do Vietname sem atalhos, com tudo a levar o devido tempo – os caldos que vão parar ao pho levam no mínimo oito horas a preparar é tudo feito na casa com exceção dos noodles, garante Yoon. A sopa de peixe, Bún Cá, um caldo com aneto, é exemplo disso: é finalizada com uns pedacinhos de peixe frito processado na cozinha desde que chega inteiro até aos flocos que aparecem no topo da sopa (12,50€).

Falar do Pho é obrigatório se tratamos da gastronomia vietnamita. Aqui serve-se com carne – Pho Bo (12,50€) – ou de vegetais e tofu – Pho Chay (10,50€). “A carne crua que coze quando se junta o caldo quente, os tempos de preparação, muito importantes para os sabores no fim, a preparação é toda surpreendente”, diz Luís Costa que no Conchinchina está pela sala. Já foi taberneiro em sítios como o Trobadores e agora divide-se entre chá e cerveja asiática. Serve sapporo (japonesa), singha (tailandesa) e tsingtao (chinesa) – e já mandou mails para produtores vietnamitas, mas são muito pequenos, a produção não chega para todo o Vietname, quanto mais para Lisboa.

A casa é pequena – dá para 24 pessoas divididas por duas salas – e tem o estilo que veio com Yoon das viagens pela Ásia. Há móveis, tecidos que na sua terra-natal iam ser colchas e no tecto, sobre o balcão ao fundo, os chapéus dos agricultores servem de abajures. Luís pede que não nos fiquemos pelo Pho ao explorar a ementa: há Nem Hanôi, uns rolinhos de porco fritos com uma mistura de Kati que acabaram de entrar na carta (4,60€) e Bún Bò Sai Gón, uma salada de bifinhos de vaca salteados, massa de arroz, amendoim e ervas aromáticas (10€). Podem não ser os pratos que se reconhecem como vindos da Conchinchina, diz Yoon, mas são legítimos, assim como duas ou três coisas que quer vir a ter no futuro e que são surpreender: o café vietnamita, com a opção de ser servido com leite condensado, como nas ruas desse país, e as panquecas tradicionais, feitas com açafrão, leite de côco e farinha de arroz. Yoon garante que para estas últimas ninguém está preparado.

Rua da Escola Politécnica, 257 (Príncipe Real). Seg-Sex 12.30-15.00/19.30; Sáb 19.30-23.00.

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