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A nova Valenciana tem um jardim vertical, uma esplanada e o frango de sempre

Escrito por
Catarina Moura
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Homero Videira garante que recebeu mails e mensagens todos os dias durante três meses reclamando a falta de frango no churrasco. “Houve um cliente que me disse que isto não se faz. ‘Os níveis de frango no ADN da minha família estão a descer’”, vinha escrito no tal email. Essa vida de espera por um dos mais famosos frangos no churrasco de Lisboa acabou ao fim dos três meses de obras. A Valenciana reabriu na sexta-feira, 25 de Agosto, com mais espaço e mais luz do que nunca, uma esplanada e um jardim vertical a crescer. Não se preocupe com a actualização do espaço porque o frango é o de sempre.  

O Frango não mudou, promete Homero Videira
©Manuel Manso

As obras que apanharam de surpresa os clientes fiéis estavam planeadas há seis meses e eram mesmo necessárias para dar o ar mais desafogado que a Valenciana tem agora, explica Homero Videira. “Era uma questão de expansão [do espaço das salas], de ampliação da cozinha, criámos circuitos alimentares, uma área de recepção das mercadorias, reciclagem de gorduras”, explica Homero a entrar na cozinha ampla, “com chão igual ao dos hospitais”. A cozinha ocupa agora todo o espaço do que foi o início da Valenciana: uma pequena casa de pasto fundada em 1914. Nos últimos 100 anos foram ficando com as casas adjacentes à original – uma era uma casa de ferragens, outra uma drogaria. Agora são ao todo seis salas e em breve serão sete, quando abrir o espaço que há tempos era a pastelaria A Pastorinha.

Pela grelha passam pelo menos 500 frangos por dia
©Manuel Manso

“No dia da inauguração havia gente à porta às 11.00 para matar saudades”, conta Homero e acrescenta que no dia seguinte houve quem esperasse uma hora para jantar. Enquanto mostra as novas salas luminosas, de paredes brancas que ainda vão ser preenchidas com fotografias antigas de Lisboa e do Alto Minho, de onde são os seus pais, está com uma lista de uns 10 autocarros na mão, as camionetas turísticas cheias de espanhóis ou coreanos que param ali às dezenas por dia. E Homero está já preparado para que os números aumentem, até ao final de Outubro, quando o elétrico 24 tiver terminal mesmo à nova porta do restaurante, no Largo de Campolide.

Em breve a nova fachada da Valenciana vai ser toda verde
©Manuel Manso

A nova fachada da Valenciana tem com um jardim vertical que completa a paisagem verde do Largo requalificado. “Foi a Câmara que nos desafiou a fazer esta esplanada”, conta Homero, à frente das mesas com toalhas a imitar azulejos onde os clientes do almoço fazem os pedidos de sempre – o cozido, a mão de vaca, o coelho à caçador e o frango assado. Ao lado nasceu um bar de apoio onde se vão servir cafés, gins e afins – o objectivo é mantê-lo aberto até mais tarde no futuro.

As obras trouxeram a luz à Valenciana
©Manuel Manso

Se, com jardins verticais, password do wi-fi escrita ao lado de cada mesa e jardim com eléctrico à porta, está preocupado com a legitimidade do bom e velho frango no churrasco, não há razões para o temer. Chegaram à casa nos anos 50 e ofuscaram qualquer outro prato; deixar de cuidar desta jóia da coroa nem é uma hipótese – embora haja planos para se vir a alargar a carta para cataplanas e marisco, diz Homero. A parceria com a Avibom, que fornece os bichos, continua, assim como o take away e os serviços de entrega em casa. Vendem-se 500 frangos em dias normais, podem chegar ao milhar ao fim-de-semana e agora há mais uma grelha. “O meu filho também já cá trabalha, os frangos estão garantidos por mais uma geração”.

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