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De um recanto que até podia enganar e parecer escondido para uma grande esplanada com dezenas de lugares que não passa despercebida a ninguém: é mesmo o restaurante italiano do Príncipe Real, com as mesmas pizzas, os mesmos cocktails e charcutaria, as mesmas buganvílias a enquadrar o espaço exterior. A ZeroZero abriu no Parque das Nações e com isso ganhou espaço, aventurou-se nos risotos e conquistou uma vista para o rio.
“A ZeroZero é um projecto muito especial, com um grau de complexidade grande, não nos interessa banalizar a marca, esta é a última, ficamos por aqui”, diz Rui Sanches, dono da Multifood. Agora são duas ZeroZero, uma no centro da cidade, e outra geograficamente distante. Uma pequenina, a outra com capacidade para mais de 400 pessoas. “A fila de espera no Príncipe Real às vezes era tão grande que muita gente não estava para ficar à espera”, diz Rui Sanches notando que foi uma oportunidade dividir mercado.
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A nova ZeroZero no Parque das Nações abriu no final de Julho mas está agora a consolidar espaço e equipa – falta ainda servir almoços aos dias de semana e Rui Sanches aponta para este mês de Setembro o serviço a todas as refeições.
Mais espaço abriu novas possibilidades: uma garrafeira mais completa, zona de charcutaria com controlo de temperatura e humidade, laboratório de massa fresca que Ricardo Bolas, chef executivo das duas cozinhas, apresenta com gosto – até porque é forrado a vidros e em breve vai poder ver-se, a partir da sala, a equipa a fazer as massas.
A cozinha mais espaçosa também trouxe a possibilidade dos risotos, que são exclusivos do restaurante do Parque das Nações. “Sempre dissemos que ou fazíamos risoto ao momento ou não fazíamos”, diz Rui Sanches, explicando que neste novo espaço é possível ter este prato por causa do fogão enorme, no meio da cozinha aberta a toda a sala. Para já, há três risotos na carta: o de speck, com todos os aromas deste presunto desossado e ligeiramente fumado; o Primavera, com sete tipos de legumes e puré de ervilhas; e o de tinta de choco e choco.
A somar a estas novidades exclusivas, há novos pratos nas cartas dos dois restaurantes, como os raviolis de vitela e cogumelos, com um aroma a trufa assim que chegam à mesa; a salada de quinoa com quinoa branca, vermelha e preta, servida com lombo de atum; a lasanha muito leve inspirada na receita de Portofino, com cinco camadas e sem carne (só tomate, mozarela, parmesão três tipos de bechamel e servido com crumble de manjericão).
Abrir este novo restaurante, apesar de tudo fazer lembrar a casa original – das mesas de pedra, aos fornos das pizzas (que aqui são dois) – foi razão para se dar uma revisão geral na carta e Rui Sanches garante que todos os pratos foram aprimorados. Se estiver para declinar a mousse de gianduja porque já a conhece, dê uma segunda oportunidade, porque agora sabe mais a avelã e tem uma textura mais leve, tal como a panna cotta de baunilha também ganhou um sabor mais delicado porque passou a ser feita com vagem.
E não se preocupe, se não tem barriga nem para metade, fique a saber que continuam a vender-se as tábuas de queijos e enchidos à media dos clientes e no Parque das Nações até se pode pôr a petiscar enquanto aprecia as belas artes de fazer massa fresca.