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Ano Novo Chinês em Lisboa

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
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Se estava a pensar passar a manhã de sábado na cama a dormir, talvez seja melhor pensar duas vezes. Às 11.00, o desfile que assinala a chegada do Ano Novo Chinês em Lisboa parte da Igreja dos Anjos e desce até ao Martim Moniz com tudo o que está habituado a ver na televisão. Dragões e leões de papel, lanternas a decorar as ruas, música, acrobatas e tudo o que faz parte da Festa da Primavera (o nome das celebrações que antecedem a entrada no novo ano).

Uma hora depois, o cortejo chega à praça, onde a festa continua até às 16.00. Durante a tarde, a China monta a banca. O mercado vai ter recortes de papel, tecelagem de cânhamo, esculturas em argila, teatro de sombras e outras artes tradicionais do Império do Meio. Enquanto isso, o palco também lhe vai chamar a atenção. Por lá, vão passar as famosas danças do leão e do dragão, ópera chinesa, tambores e todas aquelas coreografias sincronizadas que nos costumam deixar de queixo caído. A dose repete-se no domingo, sem desfile, mas com a genica do primeiro dia.

O Ano Novo Chinês à mesa

Esqueça a carne. Pelo menos, na mesa de Ano Novo ela não dá para a cova de um dente. Nesta quadra, o peixe é rei e, dada a complexidade das receitas mais célebres, o melhor é pegar na família (ou não, que se for sozinho sempre fica mais em conta) e ir comer fora. Primeira degustação: dim sum. Na cultura chinesa, não há forma mais perfeita do que a redonda, o que faz dos dumplings um acepipe ainda mais apetecível. O Hong Kong Grande Palácio e o Macau Dim Sum são dois bons sítios para iniciar o repasto. Peixe e marisco, os pratos fortes do Ano Novo chinês, são a especialidade do The Old House. Se estiver aberto a outras sugestões tome nota ainda do Dinastia Tang e do Estoril Mandarim. Em qualquer um dos três é certo que vai encontrar chineses sentados à mesa.

Peixe com vegetais, do The Old House
©DR

Horóscopo

A ano de 4715 só começa no dia 28 de Janeiro, mas já que é tradição fazer a festa durante duas semanas, aqui está ela. Entretanto, se o zodíaco ocidental o tem andado a desiludir, o melhor é virar-lhe as costas e abrir a porta aos signos chineses, claramente bem mais experientes. Estamos prestes a entrar no Ano do Galo e, ao que parece, isso vai espalhar umas certas e determinadas energias aí pelo ar. Vai trazer paixões assolapadas e emoções à flor da pele, no que toca ao amor, exigir muita cautela e poucos riscos nos negócios e deixar as pessoas confiantes, persistentes e até um pouco agressivas (sim, os galos têm fama de autoritários). Aconselha-se, por isso, a todos os seres humanos que tenham muita calma e bom-senso, sobretudo os signos com a mesma tendência, como é o caso dos bois e das serpentes.

Um feliz e cultural Ano Novo

Enquanto meio mundo atira foguetes para o ar, pode muito bem dar uma de intelectual e enfiar-se no Museu do Oriente. Entre 27 e 29 de Janeiro, o museu desdobra-se em actividades, algumas delas gratuitas. Quase todas giram em torno da exposição A Ópera Chinesa, mas poupe as cordas vocais porque os chineses já são muito bons nisso.

Máscaras em exposição no Museu do Oriente
J. Silveira

Equipados a rigor

Não lhe vamos sugerir merchandising barato, mas sim chinesices à séria. Na Casa da Prosperidade (Rua Barros Queirós, 36-30), os budas e dragões são de toda a espécie e feitio, mas se o convencemos com o horóscopo chinês, talvez o melhor seja levar uma peça do seu próprio signo. Numa passagem pelo Supermercado Chen (Rua da Palma, 216) ou pelo Hua Ta Li (Rua Fernandes da Fonseca, 16) encontra uma ou duas coisas igualmente úteis: bolinhos da sorte, mais fetiche ocidental do que outra coisa, os famosos envelopes vermelhos para deixar a notinha debaixo da almofada dos mais pequenos e os meninos de papel, símbolos de sorte e fortuna para pôr na sala.

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