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Damien Chazelle: música de câmara

Escrito por
Miguel Branco
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La La Land soma e segue: 14 nomeações para os Óscares. Damien Chazelle é o homem do leme desta produção. Quem? Encontre a resposta nas próximas linhas

Há sempre uma falsa partida. Ops. Um não-era-bem-isto ou antes um “o que queria mesmo ser era...”. Damien Chazelle, nesse aspecto, é mais um servo entre os escombros. Nascido há 32 anos em Rhode Island, com um background familiar que apontava à eloquência, –  filho de uma americana-canadiana, autora e professora de história, e de um francês professor de ciência computacional – o realizador nem sempre andou satisfeito. 

O senhor que segurou a câmara para Emma Stone e Ryan Gosling, algo que lhe vale já sete Globos de Ouro e agora 14 nomeações para os Óscares 2017, cedo desejou fazer filmes. Mas, como qualquer ser humano em marcha, foi atingido por relâmpagos laterais, daqueles que nos fazem direccionar a seta do GPS. Ah, é por ali. E por ali revelou-se demasiado complexo. Damien Chazelle, após uma valente sova de jazz, quis ser músico. Baterista desse estilo, mais precisamente. Só que o seu professor na Princeton High School devia pouco à sensibilidade. 

Aliás, o Fletcher (interpretado por J.K. Simmons) que vimos em Whiplash – fita abrupta e genial, se nos permitem, que arrecadou três Óscares em 2015 – vem desse lugar. 

Felizmente, Chazelle parece ser uma pessoa ponderada. Não tinha as aptidões de Andrew (Miles Teller) e cedo regressou à casa de partida. Começou como argumentista. As ferramentas de escrita que roubou à mãe foram um belo arranque. Em 2009, escreve e estreia-se como realizador com o musical Guy and Madeline on a Park Bench. Uma ode ao jazz e ao romance que este tão bem ilustra. O sucesso é relativo. Em 2013, assina mais duas argumentações: Grand Piano e O Último Exorcismo – Parte II. Com o já referido Whiplash, Chazelle vira apelido constante, a ficar no ouvido.  Ou seja, a não ser nos filmes em que é apenas argumentista, o norte-americano é sobretudo música. E se Whiplash é um drama disfarçado de musical – ou talvez o oposto – em La La Land não há cá engodo para ninguém. É isso mesmo, é um musical, sem rodeios. A pergunta que a Academia de Hollywood parece fazer é: e então? 

 

Veja aqui a lista de nomeados para os Óscares 2017.

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