A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

Este sábado há Noite da Literatura Europeia – e é grátis

Escrito por
Miguel Branco
Publicidade

No próximo sábado, entre as 18.30 e as 23.30, a zona do Carmo/Trindade recebe 11 autores de 11 países europeus, em sessões lidas por actores. Falámos com Miguel Fragata sobre este género de interpretação

Ler não é só ligar a luz da mesa da cabeceira antes de adormecer. Ler é ouvir. É conhecer obras pela voz de outros. Missão primordial da Noite da Literatura Europeia, iniciativa da EUNIC Portugal (rede constituída pelos institutos nacionais de cultura da União Europeia), com o apoio da Representação da Comissão Europeia em Portugal e em parceria com a EGEAC. 

Leituras de 10 a 15 minutos, em sessões que se repetem entre as 18.30 e as 23.30, para que possa escutar tudo sem ir para a casa a dizer que lhe faltou o autor de um certo país. Presentes na Noite da Literatura Europeia vão estar escritores da Itália (Simonetta Agnello Hornby com Café Amargo), de Portugal (Catarina Sobral com Achimpa e O meu avô), do Reino Unido (Alex Bellos e Futebol: o Brasil em campo e Alex no país dos números), da República Checa (Jiří Hájíček e Pau de Chuva) e ainda da Roménia (Matei Vișniec e Teatro decomposto ou O homem-lixo). 

Os restantes seis países fazem-se representar por obras de Tilman Rammstedt (Alemanha), Kathrin Röggla (Áustria), Cristina Peri Rossi (Espanha), Arto Paasilinna (Finlândia), Olivier Bourdeaut (França) e Andreas Staikos (Grécia). Os lugares que os recebem vão desde o Quartel General da GNR, passando pela Sala do Brasão do Museu de S. Roque ou o Museu Arqueológico do Carmo. 

Miguel Fragata, actor e encenador, que tem cumprido grande parte do seu trabalho através da dupla que forma com Inês Barahona, falou connosco sobre o que é isto de ler uma obra sem que a coisa pareça um ditado monótono. Ele que é o leitor da sessão dedicada a Portugal, onde se vão ler duas obras de Catarina Sobral no Terreiro Místico da Igreja do Santíssimo Sacramento. 

Bruno Simão

Que trabalho de preparação exige uma interpretação destas?
O mesmo trabalho de sempre: primeiro, mergulhar nas obras, compreendê-las, encontrar-lhes o nó. Depois, procurar a maneira de traduzir isso tudo numa pequena encenação que vá ao encontro do espírito da obra e do lugar onde vai ser lida. Finalmente, no momento de fazer a leitura, testar uma relação com o público que lhe permita encontrar-se com a obra, através de uma interpretação singular, mas que não se imponha demasiado. Afinal a noite é da literatura e das suas obras.

Vais ler duas obras da Catarina Sobral. Comunicaste com a autora? É um passo essencial?

Já conheço a Catarina há bastante tempo, trabalhámos juntos várias vezes. Neste caso facilita, mas não penso que a comunicação com o autor seja um passo essencial. Aliás em 2013, participei da Noite da Literatura Europeia com um texto do autor francês Mathias Énard. Não conhecia outras obras dele, e muito menos o próprio.

Vais actuar no Terreiro Místico da Igreja do Santíssimo Sacramento. Conheces o local?

Sim,  mas vou revisitá-lo agora para perceber o que me diz de particular na relação com esta leitura. Para mim, a relação com espaços específicos como este, que têm uma identidade forte e um carácter muito próprio, são parte integrante das leituras que preparo. Procuro descobrir como me posso relacionar com o espaço, que pontes se podem estabelecer entre o espaço e a obra, que detalhes existem no espaço que podem dar novos sentidos a detalhes na obra, por aí.

Na Time Out desta semana, conheça melhor os cinco autores que vão estar em Lisboa na Noite da Literatura Europeia. 

Últimas notícias

    Publicidade