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Fomos jantar ao Asiático do chef Kiko e contamos como foi

Escrito por
Ricardo Dias Felner
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Eram 19.30 quando abriram as portas do Asiático, na terça-feira. A Time Out foi dos primeiros clientes a entrar e diz-lhe tudo o que pode esperar do restaurante mais ambicioso do Príncipe Real.

O local

Fica mesmo no cimo da Rua da Rosa, a chegar ao Príncipe Real, ao lado do Clandestino (coincidência ou não, está encerrado para remodelação), e de frente para o histórico Bonsai, um dos primeiros japoneses de Lisboa e uma das mesas onde o chef Kiko mais gosta de almoçar quando não tem de estar numa das suas cozinhas. Por falar numa das suas cozinhas, a Cevicheria não está a mais de dois minutos dali. Depois de Avillez tomar o Chiado, estará Kiko a tomar o Príncipe Real?

 

 

 

  

O espaço

À entrada há um porteiro e uma recepcionista no que parece ser um túnel espacial forrado por frascos de cogumelos, feijões, ervas. Quem não tem mesa é encaminhado para o bar, uma mezzanine sobre a sala principal. Cá em baixo é onde tudo acontece. Há uma cozinha aberta, uma banca onde Kiko está a empratar e outro bar ao canto, tudo à vista. A sala estende-se até a um pátio com uma parede magnífica iluminada em fundo. Com tempo seco, valerá muito a pena almoçar ou jantar lá. O restaurante senta cerca de 70 pessoas, por enquanto, mas pode levar mais. Na noite de abertura, às 21.30 tinham sido servidas mais de 55 refeições.
 

 

A decoração

Tudo parece ter sido escolhido com requinte (e orçamento) extra. A porcelana e os talheres da RAK, os pauzinhos em inox, os candeeiros, o tronco no meio da sala (tendência na cidade?), as cadeiras-sofá em pele — nada foi deixado ao acaso. O sítio foi arrematado por Kiko há um ano e meio e desde então que o chef tem estado a trabalhar na sua abertura. Entra facilmente no top dos dez novos restaurantes mais bonitos de Lisboa.

 

 

 

 

 

A comida

A carta divide-se entre 13 pratos principais e quatro sobremesas, embora haja a possibilidade de provar o menu de Degustação, que inclui seis pratos por 46,80€. Todas as opções têm uma base asiática que Kiko depois transformou à sua maneira. O resultado está mais perto de uma cozinha de autor, com uso de técnicas de alta cozinha, do que do imaginário da comida de rua de Hanói, Pequim ou Banguecoque. Pratos pequenos, talvez pequenos demais (sugerem-se três pratos para repartir por duas pessoas, mas parece curto), que vão da sopa pho vietnamita (9,30€, versão mais cítrica e elegante, com ravioli de rabo de boi e carpaccio de Wagyu), a um Chawanmushi de Miso com Vieiras (12,80€), de inspiração japonesa, ou a uma reinterpretação da sopa tailandesa Tom Yum, com lulas recheadas com camarão (14,40€). Nas sobremesas, há tofu de erva príncipe (6,80€), caril doce (7,30€) e um excelente sticky rice vietnamita (6,90€).

 

 

 

 

 

A sangria

Na noite de estreia, toda a gente estava a ser convidada a beber a sangria da casa (22,60€) – uma vez que os vinhos ainda estavam a ser devidamente refrigerados. Kiko veio à mesa explicar todo o seu amor por aquela bebida. “Levou-nos muito tempo a criar e temos muito carinho por ela.” Não podia ser mais fresca, com muita coisa cítrica vinda do Oriente, nomeadamente lima kafir. O jarro é de inox, opaco, mas vale a pena espreitar lá para dentro. Não se assuste, a malagueta gigante no fundo não queima assim tanto.

 

 

 

Perfeito para…

Quem gosta de restaurantes com música, descontraídos mas requintados, com empratamentos bonitos e comida de autor. Será provavelmente mais um destino da gente bonita da cidade, assim o exotismo da cozinha e a conta (30-45€) não as afaste.

 

 

Ter-Qui 19.30-24.00, Sex-Sáb 19.30-01.00

 

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