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O fidget spinner explicado aos adultos

Escrito por
Luís Leal Miranda
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Há um novo brinquedo obrigatório entre a pequenada – sim, mães e pais hiperzelosos, mais uma coisa com que têm de se preocupar. Sim, educadores, mais um objecto metálico que pode ir parar ao olho de alguém.

Está inquieto com esta novidade? Assusta-o a possibilidade de crianças e adolescentes dominarem mais uma linguagem que desconhece de todo? Então veio ao lugar certo.

Todas as suas questões sobre o fidget spinner, essa espécie de boomerang estático, o pião do século XXI, serão respondidas em seguida. Sente-se no cadeirão da sua experiência de vida, pouse a condescendência nessa mesinha aí ao lado e deixe a mochila do “antigamente é que era” na recepção.

Para que serve?

A mãe de todas as perguntas. A questão mais urgente de Maio de 2017. Resposta: não serve para nada. Tal como o iô-iô, os matutazos, o diablo ou as palavras cruzadas do Expresso – na verdade, 70% do papel que vem com o Expresso.

Agora a sério.

O fidget spinner é um brinquedo de plástico e metal. Contém um eixo sobre o qual gira uma forma semi triangular com círculos mais pesados nas pontas que rodam sobre si próprios Para o fazer rodar basta usar um dedo. Um fidget spinner dos bons pode girar durante dois minutos ou mais.

É só isso?

É.

Quem é que se lembrou de uma coisa destas?

Os fidget spinners e aparelhos análogos existem há mais de duas décadas apesar da sua origem ser assunto para grandes discussões. A tese mais comum é de que o aparelho foi inventado por uma engenheira química chamada Catherine Hettinger.

Por que é que se tornou tão popular de repente?

Estão a ver o mindfullness e os livros de colorir para adultos que se vendiam nas estações de serviço? É mais ou menos isso. De repente uma coisa que existe há muitos anos torna-se um caso de sucesso bombástico porque se associou a uma prática que se diz "saudável".

Consta que ajuda à concentração.

Consta. E é esse o argumento que o seu garoto vai usar para convencê-lo a comprar um. Como quando nós éramos miúdos e “precisávamos” de computadores para fazer trabalhos de casa.

Onde se vende e quanto custa?

Pode comprá-lo em lojas de brinquedos, papelarias, livrarias e lojas a que chamamos preconceituosamente “lojas de Chineses”, independentemente da nacionalidade das pessoas que lá trabalham. O da fotografia foi comprado em Lisboa numa “loja dos Chineses” chamada Loja dos Chineses. Os preços variam. A gama baixa anda à volta dos 4€, os metalizados podem custar 8,50€ e os mais modernaços com luzes LED andam à volta dos 10€.

Não percebo o entusiasmo à volta desta coisa.

Não percebo o seu cepticismo à volta desta coisa que parece deixar as pessoas divertidas e bem dispostas e não magoam ninguém. 

É uma moda? Acha que vai passar?

Estávamos a falar do quê mesmo?

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