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Os souvenirs mais bizarros de Lisboa

Escrito por
Luís Leal Miranda
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Há, neste momento, mais ímanes de frigorífico do que pessoas a viver na Baixa. A quantidade de lojas de souvenirs rivaliza com o número de Padarias Portuguesas e, estando no centro de Lisboa, nunca ficamos a menos de 100 metros de distância de um postal em cortiça com a história do Galo de Barcelos em francês. Esta semana fomos às compras e fizemos um best of com o pior que encontrámos. Uma antologia de mau gosto com todos os recuerdos que preferíamos esquecer.

 

Copo de shot com citação de Amália Rodrigues, 2,50€

Qual é o fado em que Amália canta “I drink coffee because I need it and wine because I deserve it”? Isso mesmo, nenhum. No entanto é esta a frase que adorna este belíssimo copo ilustrado com o perfil da diva do fado. Se alguém conseguir escrever um H na palavra “wine” e transformá-la em “whine” (lamento) talvez o copo ganhe algum sentido. Mas não muito.

Fotografia: Arlindo Camacho

 

Postal de cortiça, 1€

O grande lóbi da cortiça parece ter-se apoderado de 50% das lojas de souvenirs da Baixa. Ele é porta-moedas, tapetes de rato, isqueiros, todos cobertos pelo material que é perfeito para fazer rolhas – mas nada mais. O postal de cortiça ilustra na perfeição as tentativas desesperadas em mostrar a versatilidade deste material: desajeitadas, forçadas e sem sentido.

 

Porta-chaves que também é tira cápsulas que também é corta-unhas, 2,50€

Chamemos-lhe a resposta portuguesa ao canivete suíço, o objecto que melhor define aquilo que é ser português: a pessoa de unhas aparadas que abre todas as garrafas que lhe aparecem à frente (a segunda parte talvez seja verdade).

 

Íman de frigorífico de tributo à vitória portuguesa no Euro 2016, 1,50€

O ano passado mais de meio milhão de franceses visitaram Lisboa. Para que se sintam mais à vontade foi criado este íman que celebra a presença da sua selecção na final do último Campeonato da Europa. É a primeira vez que uma loja de recuerdos investe num produto que toda a gente quer esquecer.

 

Íman de sardinhas, 2€

Parece um inofensivo íman de sardinhas assadas, não parece? O que pode haver de errado numa inocente imagem do prato mais representativo da gastronomia da cidade? Para começar, o limão. Quem é que come sardinhas com limão? Os mais atentos também vão reparar que a palavra Portugal, escrita com as cores nacionais, contém um erro: a bandeira é verde-amarela-vermelha e não o contrário.

Fotografia: Arlindo Camacho


Globo de neve com a Torre de Belém, 3,50€

Em primeiro lugar não neva em Lisboa. Mas será este um snowglobe muito específico que recorda aquela manhã de Janeiro de 2007 em que nevou durante menos de um minuto? A incoerência meteorológica nem é o pior neste souvenir: ao lado da torre aparece uma estranhíssima coluna que, ao que parece, representa o Cristo Rei. Uma trapalhada monumental.

 

Porta-chaves de Portagul, 1€

– Então foste a Lisboa. Trouxeste alguma coisa para mim?

– Sim, querida. Trouxe este porta-chaves com o edifício da Câmara Municipal do Porto e a palavra “Portugal” mal escrita.

– Obrigado Paolu.

– De nada, Catarani.

Fotografia: Arlindo Camacho

 

Íman óculos de sol, 2€

Para: Departamento criativo de marca de souvenirs

Subject: Ideia que nos vai deixar ricos

Já percebi como é que vamos tirar a empresa da falência e ficar ricos: as pessoas gostam de Lisboa, gostam de castelos, gostam de Barcelos e gostam de óculos de sol. E o que é que as pessoas gostam mais do que todas estas coisas juntas? Se respondeu “tapetes de rato”, enganou-se, mas anda lá perto – ímanes de frigorífico. Isso mesmo!

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