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Visita jogada a South Park

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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South Park: The Fractured But Whole, acabado de lançar para PC, PlayStation 4 e Xbox One, é a continuação do trabalho começado há três anos, em South Park: The Stick of Truth.

E ainda bem. O jogo de 2014 foi a primeira adaptação interactiva de South Park que fez jus à série. A todos os níveis. Além de replicar o imaginário e o sentido de humor irreverente de Trey Parker e Matt Stone, funcionava como uma paródia dos RPG (role playing games) de fantasia tradicionais.

Desta vez o género parodiado não são os jogos, mas os filmes (e não só) de super-heróis. O jogador volta a encarnar um miúdo que foi viver para South Park e se junta aos protagonistas, que agora andam a brincar aos super-heróis. E está dado o mote para uma enxurrada de piadas à custa deste género cinematográfico e televisivo, bem como da cultura popular americana em geral.

É basicamente uma temporada de South Park. (Pelo menos) 20 e tal de horas de humor sem limites, mas com consciência. Uma das melhores piadas é feita no início, quando escolhemos a etnia do protagonista e quanto mais escuro for o tom de pele mais difícil o jogo se torna. Pode parecer insensível, mas é uma crítica ao racismo sistémico. Outra piada que alguns poderão achar problemática, com implicações ludomecânicas, gira em torno da identidade de género da personagem principal.

Porém nem tudo funciona tão bem. Há vários gags questionáveis e difíceis de defender. E enquanto as críticas aos RPG em South Park: The Fractured But Whole eram mais certeiras e metatextualmente coerentes, dado que o jogo também era aquilo que criticava, agora a paródia aos super-heróis é apenas textual, porque o jogo continua a ser um RPG com combates por turnos. Só que com superpoderes. O que não deixa de ter piada, mas não é tão inteligente.

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