A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

World Press Photo: grito do assassino do embaixador russo é fotografia do ano

Escrito por
Inês Garcia
Publicidade

O fotojornalista Burhan Ozbilici, da agência Associated Press, fotografou o grito do polícia turco Mevlüt Mert Altintas momentos depois de matar o embaixador Andrei Karlov em Ancara, na Turquia, em Dezembro de 2016. “É uma imagem explosiva que mostra verdadeiramente o ódio dos nossos tempos”, afirmou o júri do 60.º World Press Photo, e valeu-lhe o prémio de fotografia do ano.

A imagem é forte e controversa: o polícia de 22 anos está de arma no ar a gritar por Alepo e foi tirada por acaso. Burhan Ozbilici, de 59 anos, apareceu na abertura da Galeria de Arte Contemporânea de Ancara à última da hora e apanhou o momento. “Tinha de fazer o meu trabalho”, afirmou no site da Associated Press na altura. 

Foi capa do jornal norte-americano The New York Times e é a fotografia do ano, mas o fotógrafo e presidente do World Press Photo, Stuart Franklin, votou contra a “imagem de terror” porque “promove a ligação entre martírio e publicidade”. “É a fotografia de um homicídio, o assassino e a vítima, ambos na mesma imagem. É tão problemática de publicar como uma decapitação terrorista.”  

Na categoria de Temas Contemporâneos – Fotografia Única, o vencedor foi Jonathan Bachman, da Reuters, com a fotografia da activista Ieshia Evans a entregar-se às autoridades norte-americanas durante os protestos de Baton Rouge, nos Estados Unidos.

 

2017 Photo Contest: Contemporary Issues, first prize singles by Jonathan Bachman, USA Lone activist Ieshia Evans stands her ground while offering her hands for arrest as riot police charge towards her during a protest against police brutality outside the Baton Rouge Police Department in Louisiana, U.S. on July 9, 2016. Evans, a 27-year-old Pennsylvania nurse and mother to a young boy, traveled to Baton Rouge to protest the shooting of Alton Sterling, a 37-year-black man and father of five, who was shot at close range while being held down by two white police officers. The shooting, captured on cell phone videos, aggravated the unrest that has coursed through the United States for two years over the use of excessive force by police, especially against black men. Commissioned by Thomson Reuters (@thomsonreuters) The 2017 Photo Contest (#WPPh2017) drew entries from around the world: 5,034 photographers from 125 countries submitted 80,408 images. We'll be sharing some of the winning images for the next few weeks, but click the link in our bio to see the full gallery of 309 prize-winning photos.

A photo posted by World Press Photo Foundation (@worldpressphoto) on

Entre os premiados está também um ensaio sobre o vírus Zika do fotojornalista brasileiro Lalo de Almeida, da Folha de São Paulo (segundo lugar na categoria Temas Contemporâneos – Histórias), o trabalho de Thomas Munita, do The New York Times, sobre Cuba no rescaldo da morte de Fidel Castro (na categoria Dia-a-Dia – Histórias) ou Valery Melnikov com a série “Dias Negros da Ucrânia”, onde retratou vários civis a fugir de uma casa destruída por um ataque aéreo na vila de Luhanskaya, na Ucrânia (categoria de Projectos a Longo Prazo).

Em competição estavam 80.408 fotografias, de 5034 fotógrafos de 125 países. No total, foram premiados 45 fotógrafos de 25 países. A galeria completa com as fotografias premiadas pode ser vista aqui.

A exposição da World Press Photo 2017 pode ser vista no Museu Nacional da Etnologia a partir do dia 28 de Abril e até 22 de Maio. 

Últimas notícias

    Publicidade