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Super Marmita: cinco razões para não perder a próxima

Escrito por
Maria Ramos Silva
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Um open space, uma mesa, uma cozinha, 15 lugares. A Sociedade recebeu este sábado o primeiro evento pop up Super Marmita e nós, que por lá passámos, deixamos cinco razões para se juntar à próxima reunião de comensais. 

 
 
Tolga e Vítor dão um toque final
©Luiza Chataignier
 

Conhecer o chef Tolga von Klein e o seu braço direito

Gostamos de comer bem, mas também apreciamos encher a barriga com hospitalidade e neste caso é seguro que ficará bem servido. Tolga é alemão, tem uma herança turca, estudou em Nova Iorque, participou no concurso televisivo The Taste. Nos primeiros meses do ano, o chef e o seu braço direito português, Vítor Berlin, trocaram de vez o frio de Berlim pela capital portuguesa. Começaram por assegurar um serviço de catering no Museu do Chiado e em bom tempo perceberam que a ideia não devia nascer e morrer num vernissage. A dupla recebe-nos n'A Sociedade, a comunidade gastronómica recheada de livros de receitas que acolheu a estreia desta evento em Lisboa. E o cenário para 15 estranhos partilharem uma mesa frente ao balcão de cozinha onde Tolga ia finalizando os pratos a servir. Acabámos a escutar os seus projectos gastronómicos enquanto Vítor lavava a louça. Sim, a informalidade prevalece e o objectivo é sentir-se mesmo em casa. Prometem novidades para breve. Fique atento.

 
Menu da noite? Uma lista que começou a ser vivida às 19h30 e só terminou depois das 22.00
©Luiza Chataignier
 

Conhecer pessoas novas (ou tirar uma breve folga daquelas que conhece)

Fomos 15 sentados à mesa e se alguns comensais já se conheciam entre si, outros nem tanto. É claro que pode tentar reservar lugares para um grupo generoso, para garantir uma lotação quase 100% familiar, mas tente deixar esse banal jantar de grupo para outras núpcias. A piada é partilhar a experiência com pessoas que não conhece de parte nenhuma, cruzar trajectos e áreas de interesse, alimentar uma simples conversa sobre intolerâncias alimentares, ou mesmo, quem sabe, arranjar uma boa desculpa para não estar com os amigos de sempre num sábado à noite. Incrível é poder ouvir histórias sobre arquitectura, o processo de torrar café ou o microclima de Sintra numa só refeição, num emaranhado de português, inglês e ainda com um toque de alemão.

 

Bom material para o Instagram? Confere, foodies
©Luiza Chataignier
Reavivar a nobre arte de marmitar
Ainda se lembra das velhas marmitas metálicas de tampa vermelha? Serviam para piquenicar ou transportar alimentos para o trabalho, e se os recipientes em alumínio caíram em desuso, o seu espírito continua em altas em paragens como o Japão (chamadas de Bento), Turquia (Sefertasi) e Índia (Tiffin). É, aliás, daqui que vêm estas que tivemos à nossa frente, e não só aludem a esse acessório enraizado em tempos idos no quotidiano como - e aqui as memórias são mais recentes - a enredos como o d'A Lancheira. É verdade que a moda tem sido ressuscitada nos anos mais recentes, mas nenhum formato como este, dos três recipientes empilhados, dá tanta vontade de trocar bilhetinhos como no filme. Além do mais, são reutilizáveis. O ambiente agradece.
 
Um festim de purés, do grão à beringela fumada e ao pimento vermelho
©Luiza Chataignier

Celebrar a diversidade no prato

Num mundo cheio de muros, é bom ver gente feliz a devorar algo tão simples como um humus ou um babaganoush (puré de beringela fumado) com um simit caseiro, uma argola de pão turca. Com um legado mediterrânico, mas sem restrições, o chef propõe neste menu uma combinação de pratos exóticos, daí que a mesa seja ocupada por sabores do Médio Oriente, Japão e Índia. Também sujámos os dedos com muhammara, ou creme de pimentos vermelhos assado, nozes e melaço de romã. A encetar as hostilidades, uma sopa de lentilhas vermelhas com um twist indiano. Prato principal? Bulgur pilaf inspirado no império Otomano com almôndegas balcãs e tzatziki grego. A finalizar, reproduzimos a extensa descrição: "arroz doce basmati de coco com crocante de sésamo e cardamomo acompanhado de confit oriental de marmelo em xarope de rosas". E estamos satisfeitos.

 
O sake foi uma das companhias desta experiência
©Luiza Chataignier
 

Tentar adivinhar cada bebida, falhar totalmente, e continuar a achá-las deliciosas

Terminamos como começámos, para lhe contar que ninguém acertou no conteúdo do copo de boas vindas. Serão frutos vermelhos? E que frutos vermelhos? Que tipo de álcool contém? A resposta é um rubro kvass de whiskey com beterraba fermentada. Muito, muito bom. Por falar nisso, prepare-se para mergulhar no mundo da fermentação controlada por métodos tradicionais e super visionada por Tolga. Provámos limonada pró-biótica com gengibre; e kombucha, com aroma de laranja e romã, também conhecido como elixir da vida, obtido a partir da fermentação do chá. Se não gosta muito de arriscar, tenha calma que há a alternativa do vinho branco. Mas se o escolher, não sabe o que perde. A acompanhar a refeição, a Super Marmita serve duas especialidades de sake: Narutottai Ginjo Nama Genshu e Tamagawa Yamahai Jumai Sake, capazes de converter mesmo os menos fanáticos. Para saber tudo sobre estas garrafas premium fale com quem sabe, a Sake Mico, em Campo de Ourique, parceira nesta aventura gastronómica. Dito tudo isto, é lavar a marmita e preparar-se para a próxima.

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