Lisboa é uma galeria a céu aberto, com cada vez mais arte espalhada pelas ruas. As paredes já há muito que deixaram de ser usadas apenas por taggers apressados e são agora verdadeiras telas para artistas, nacionais e internacionais, deixarem a sua mensagem – e a cidade mais bonita. E se a arte nas paredes não passa despercebida, também o chão que pisamos merece um olhar mais atento.
A calçada de Lisboa já escondia pequenos desenhos que só quem está realmente atento é capaz de identificar. Mas não se fique por aí. É que agora, a Águas do Tejo Atlântico querem pô-lo a olhar também para as tampas de esgoto e a pensar no mundo que existe por baixo dos nossos pés.
A Águas do Tejo Atlântico, em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa e a Saint-Gobain, lançaram o projecto Há ART no ESGOTO, uma campanha de personalização das tampas de esgoto de 12 locais representativos da cidade – Campo Pequeno, Marquês de Pombal, Restauradores, Rossio, Castelo de São Jorge, Sé, Terreiro do Paço, Ponte 25 de Abril, Padrão dos Descobrimentos, Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Parque das Nações. As obras têm a assinatura do artista plástico português Gilberto Gaspar, e pretendem sensibilizar lisboetas e turistas para a importância da água e do trabalho invisível (mas com resultados bem visíveis para a saúde da população e do ambiente) dos profissionais responsáveis pelo Sistema Multimunicipal de Saneamento de Águas Residuais. É que é essa mesma rede que trata as águas residuais, um trabalho essencial para a prevenção da transmissão e propagação de doenças, e zela pela qualidade dos nossos recursos hídricos. Sabe quando olha para a água cristalina das nossas praias? É também aos profissionais da Águas do Tejo Atlântico que tem de agradecer.
Mas vamos lá ao que interessa: há um total de 36 tampas personalizadas para descobrir, espalhadas em cada um dos locais que aqui falámos, num percurso de cerca de 15km. Aos corajosos com vontade de fazer este passeio a pé, estamos a falar de quase quatro horas a andar, enquanto procura pelas tampas artísticas. Se lhe faltar pedalada para fazer tudo de uma assentada, não precisa de ter pressa: a arte está cá para ficar.