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Lucky Luke
©Morris

Dez nomes do Amadora BD que queremos seguir

De Marco Mendes, vencedor do Prémio de Melhor Álbum Português 2015, ao coleccionador Glenn Bray. A partir de amanhã e até 6 de Novembro, descubra estes e outros heróis dos quadradinhos. Ah, e dê os parabéns a Lucky Luke, que faz 70 anos

Escrito por
Maria Ramos Silva
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Não é todos os dias que se tem a oportunidade de usar a palavra “bedéfilo” com o sentimento de estar em casa. Se há paragem onde pode usar e abusar da expressão que melhor define os fervorosos dos quadradinhos, é a Amadora. De 21 de Outubro a 6 de Novembro, os caminhos vão dar ao Fórum Luís de Camões e espaços vizinhos. Conheça alguns mestres do traço a descobrir no Festival Internacional de Banda Desenhada. 

Dez nomes do Amadora BD que queremos seguir

Alecos Papadatos

Foi você que pediu um bocadinho de Democracia? Vamos a isso. Lado a lado com Annie DiDonna e Abraham Kawa, Papadatos assina esta história sobre a criação do sistema democrático numa Atenas atravessada pela corrupção. A acção decorre há 2500 anos, portanto qualquer semelhança com a actualidade...enfim, é isso. A obra é apresentada no sábado, às 17.00, e conta com a presença do autor. Não perca também a exposição reservada ao álbum no Fórum Luís de Camões. 

Morris/Lucky Luke

Funcionam um pouco como as duas faces da mesma moeda, ou irmãos separados à nascença, e por aí fora. Tal como na adivinha do ovo e da galinha, quase já não sabemos quem criou quem. E não faltam motivos para dupla distinção. Por um lado, o cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra chega aos 70 anos com o dedo firme e hábil no gatilho. Acresce que Morris foi o primeiro convidado internacional deste certame, cuja projecção além fronteiras muito ficou a dever ao artista belga, que morreu em 2001. Entretanto, o nosso solitário à beira da terceira idade tem álbum novo.

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Anton Kannemeyer
©Yann Doitté

Anton Kannemeyer

Autor sul-africano, Kannemeyer ainda conheceu a realidade do apartheid. O vencedor do Melhor Álbum Estrangeiro na edição do ano passado, parte das histórias de Tintin, umas das figuras a que mais regressa, para um novelo de leituras possíveis que convidam à reflexão. Com edição MMMNNNRRRG, todo o material relacionado com a obra Papá em África vai estar em exposição no Amadora BD 2016.

Hugo Pratt

“O Espaço e o Tempo na Banda Desenhada” é o tema da exposição central deste ano. Não é fácil eleger um nome entre os diferentes criadores e respectivas correntes, e na verdade esta não é mais que uma eleição afectiva, já que vale a pena conhecer todos eles. A evolução das noções de espaço e tempo, enquanto sistema conceptual, são exploradas através de três autores de referência: Hergé — Classicismo (Aristóteles e Euclides), Hugo Pratt — Modernismo (Newton e Monge), e Jean Giraud/Moebius — Contemporâneo (Einstein e Heisenberg). Escolhemos Pratt porque, naturalmente, temos um fraquinho especial por Corto Maltese.

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Marco Mendes

Juventude, emigração, praxes. Os temas anteriores desfilaram por Zombie, que mereceu o Prémio de Melhor Álbum Português de Banda Desenhada 2015, e que agora serve de mote à exposição central do Amadora BD, que passa em revista os originais do livro. Uma boa oportunidade para ver ou rever a obra editada pela Mundo Fantasma e Associação Turbina, com argumento e desenho de Marco Mendes. Preste ainda atenção ao cartaz do festival, da autoria de Mendes, que aqui ensaia um voo para lá da sua habitual monocromia.

Ricardo Cabral

O autor de Israel Sketchbook e Newborn: Dez Dias no Kosovo lidera uma sessão de urban sketch, que é como quem diz uma forma de nos mostrar o mundo, ou a cidade, através do traço. O resultado será “A minha cidade vista pelos teus olhos”. Ricardo Cabral junta-se ao alemão Till Laßmann nesta iniciativa em parceria com o Goethe Institut.

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Glenn Bray

Na Bedeteca, na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, encontra Ferozes Transparências: Undreground Comix, uma pequena amostra da magnífica colecção privada de Glenn Bray, um entusiasta da cultura pop Americana e das criações marginais em geral. Garantem as vozes do meio que folhear o álbum "The Blighted Eye”, lançado por este amante da junk culture, é um momento para mais tarde recordar, por incluir trabalhos de Charles Addams, Carl Barks, Charles Burns, Al Capp, Dan Clowe e muitos outros vultos da área.

Manuel Marsol
©DR

Manuel Marsol

Em 2015, Marsol (Madrid, 1984) foi premiado na categoria de Melhor Ilustração Infantil, galardão partilhado com Carmen Chica. A dupla convidava-nos a visitar este enredo capitaneado por um gigante solitário, que desabafava a sua melancolia: “Hoje não aconteceu nada. Nem hoje. E hoje também não. Será sempre assim?”. O Tempo do Gigante, editado pela Orfeu Negro, é a desculpa perfeita para novo lugar de destaque na edição deste ano.

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Rico Sequeira

Ainda no capítulo coleccionadores, agora com nacionalidade portuguesa, justifica-se uma escala na Galeria Artur Bual. Há duas décadas que a obra do desenhador e pintor Rico Sequeira (n. 1954) percorre exposições individuais em Portugal, Luxemburgo, Alemanha, França, Espanha ou Suécia, mas um dos aspectos mais famosos do seu trajecto é o impressionante conjunto de originais de banda desenhada reunidos ao longo dos anos. Bud Fisher ou George McManus são apenas alguns dos nomes que compõem este acervo.

Helena Roque Gameiro

Por fim, mas não menos relevante, antes pelo contrário, um elemento feminino para uma nota desviante na toada. Aproveite para visitar a exposição "Flor de Água: Helena Roque Gameiro (1895-1986) - Aguarela e Artes Aplicadas", uma primeira retrospectiva breve dedicada à aguarelista e mestre de várias gerações.

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