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Happy Drinks
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Mercadona bebe-se em português

A crítica de vinhos Mariana Lopes (@winemariana) provou os vinhos portugueses da Mercadona, de várias regiões, e falou com quem os faz. Eis o veredicto.

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A marca de supermercados Mercadona não pára de crescer em Portugal, com lojas a abrir desde 2019. Hoje, já são 24 as superfícies Mercadona – e o vinho de marca própria tem sido uma grande aposta da empresa, tendo total exclusividade nas garrafeiras das lojas. Desengane-se quem pensa que isto é uma limitação: os vinhos são feitos por produtores portugueses conceituados, com um controlo de qualidade exaustivo.

Vítor Grilo, responsável pelos vinhos da Mercadona Portugal, explica o modelo no qual se baseia a escolha dos produtores e dos vinhos: “O Modelo de Coinovação é uma das principais características diferenciadoras da Mercadona e consiste em colocar o “Chefe” (cliente) no centro das nossas decisões para podermos adaptar a nossa oferta aos seus hábitos e preferências, garantindo sempre a melhor qualidade. Este trabalho com os “Chefes” é feito nos nossos centros de Coinovação, dando-lhes a provar os nossos vinhos, conhecendo as suas espectativas, fazendo provas cegas e inovando com eles. É a partir desta partilha que começamos a definir o nosso sortido e a transmitir as nossas necessidades aos nossos fornecedores especialistas, impulsionando uma colaboração directa na elaboração dos melhores vinhos, com a melhor qualidade para a mesa de todos os portugueses.”

Vila Paraíso
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1. Vila Paraíso

Bairrada Espumante Bruto Reserva branco 2017. Produtor: Vinhos Messias | 5€

Este é um espumante feito com castas tipicamente utilizadas na Bairrada: as brancas Arinto, Bical e Chardonnay; e a tinta Baga. Tem o nariz de um espumante tipicamente bairradino: fresco, seco, apoiado em frescas notas metálicas e de maçã verde. Na boca é crepitante, jovem, tem bolha muito viva e, apesar de ser um espumante Bruto, tem alguma doçura (q.b.), o que o torna fácil de beber para qualquer consumidor.
João Soares, enólogo dos Vinhos Messias, refere que este é “um produto com um nível aromático mais elevado do que o normal, e com uma dosagem de açúcar também duas acima do costume, para se tornar mais atractivo, e com alguma ‘aspereza’ de bolha, um perfil mais jovem de espumante”.

Fica bem com: o espumante é um dos tipos de vinho mais versátil, safando-se dos canapés até à sobremesa. Este acompanhará bem queijos de pasta mole, leitão e doces conventuais, ou uma tarte de amêndoa.

Castelo de Moinhos
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2. Castelo de Moinhos

Vinho Verde Monção e Melgaço Alvarinho branco 2020. Produtor: Adega Coop. Regional de Monção | 3,80€

A casta Alvarinho traz, neste branco, aromas marcadamente tropicais, com pêssego, damasco, maracujá, mas também um toque de pedra molhada e aloé vera. Na boca é muito fresco, saboroso e atractivo, macio na textura mas com acidez crocante.
“A Mercadona é um cliente extremamente exigente em controlo de qualidade, muito focado no processo de produção, com uma grande percepção do mercado de vinho em Portugal. Para fazer este Alvarinho, seleccionámos um lote muito típico da casta na região”, diz Armando Fontainhas, presidente da Adega Cooperativa Regional de Monção.

Fica bem com: marisco, sushi, saladas... pratos leves, vegetarianos e do mar.

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Meio Escudo
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3. Meio Escudo

Douro tinto 2018. Produtor: Quinta do Crasto | 5,50€

Também da Quinta do Crasto, este tinto é feito com Touriga Nacional, Touriga Francesa e Tinta Roriz. Bonito aroma de bosque, sugere frutos silvestres mas também caruma, agulha de pinheiro, arbusto seco e leve alecrim. Na boca é muito saboroso e tem óptima amplitude, frescura e intensidade nas notas de fruta negra madura.

Fica bem com: entrecosto, bife do lombo ou lombinho, borrego, pratos à base de cogumelos de qualquer espécie. Na verdade, fica bem com uma grande variedade de carnes, e pratos com especiarias e elementos terrosos.

Pousada do Corvo
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4. Pousada do Corvo

Regional Alentejano rosé 2020. Produtor: Casa Relvas | 2€

Um rosé de Aragonez, Castelão e Touriga Nacional que no nariz tem citrinos como toranja, tangerina e bergamota, também nota vegetal seca. Na boca, sente-se alguma doçura frutada, a puxar mais para a ginja e o alcaçuz. Deve ser servido bem fresco. Alexandre Relvas, responsável pela adega, parte comercial e marketing da Casa Relvas, explica que, para este rosé, a empresa idealizou “um vinho com qualidade, mas com facilidade em ser compreendido pelo consumidor, pensado para um prazer fácil, sem complexidades’’.

Fica bem com: cozinha italiana, sobretudo pizzas e massas, mas também com qualquer prato com massa folhada.

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Pousada do Corvo
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5. Pousada do Corvo

Regional Alentejano Reserva branco 2020. Produtor: Casa Relvas | 2,75€

“Para o Reserva branco, a ideia foi obter um estilo de vinho um pouco mais complexo, com presença de alguma madeira, mas descomplicado em simultâneo, fácil de gostar”, refere Alexandre Relvas. O lote das castas Antão Vaz, Arinto, Verdelho e Viognier origina um branco com aroma de pedra molhada, toque vegetal e leve baunilha tostada; muito cremoso na boca, delicado e a trazer fruta branca madura e um leve floral ao conjunto envolvente.

Fica bem com: frutos secos, quer seja numa salada ou numa sobremesa, peixe grelhado, legumes salteados...

Maria Fidalga
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6. Maria Fidalga

Regional Alentejano Reserva tinto 2019. Produtor: Casa Santos Lima | 3,20€

Um tinto de Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet. O nariz emana fruta vermelha pura, como morango, cereja e framboesa, mas sugere também musgo e terra húmida. Na boca tem um lado vegetal marcado, com taninos agradavelmente secos e redondos, e um final intenso. Diogo Sepúlveda, enólogo da Casa Santos Lima — produtor em Lisboa, mas que em 2014 entrou na região do Alentejo — revela que quis “criar um vinho do Alentejo que fosse competitivo e um bom espelho da região. É um vinho virado para um consumo regular, que tem um pouco de estágio em madeira para lhe dar um toque de complexidade. É vinificado em Beja, região quente, que origina vinhos gulosos”.

Fica bem com: carne de porco com migas, o típico bitoque português, enchidos gordos e salsichas, sem esquecer os pratos vegetarianos intensos, com leguminosas e ingredientes que simulam carne.

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