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Eddie Redmayne
Andy Parsons

Eddie, o fantástico

Depois do Óscar por ‘A Teoria de Tudo’, Eddie Redmayne volta em ‘Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los’. A Time Out Londres falou com ele.

Escrito por
Cath Clarke
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Quando Eddie Redmayne começou a actuar profissionalmente, depois de Cambridge, esperava receber um telefonema do agente do elenco de Harry Potter. "Infelizmente, isso nunca aconteceu!", conta o actor londrino de 34 anos. Típico de Redmayne. Agora, conseguiu o papel de uma vida em Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los, o novo filme de JK Rowling, que hoje estreia em Portugal. O produtor diz que ele foi a primeira e única escolha para interpretar o mágico Newt Scamander.

Deve ser o único actor britânico que nunca fez uma audição para um filme de Harry Potter.

Eu sei. Nunca consegui uma audição. Na realidade, consegui uma, quando estava na universidade, para interpretar Tom Riddle, o jovem Voldemort, mas não correu lá muito bem.


O produtor diz que você foi a primeira escolha para interpretar Newt Scamander [protagonista de Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los]. Soube bem não ter de se submeter a uma audição?

Sim, mas com o entusiasmo vem a paranóia de que vais ser despedido no fim do primeiro dia. Estava convencido de que ia perder o lugar. É para saberem como os actores são neuróticos.


Disse há uns tempos que o medo motiva-o. Ganhar o Óscar não ajudou?

Às vezes dizemos uma coisa numa entrevista e torna-se uma história. Mas certamente que o medo está lá sempre. É aquilo que te faz trabalhar mais duramente. E, meu Deus, que bem que sabe quando alguém te dá um prémio. Mas não anula as coisas que poderíamos ter feito de maneira diferente.


A trabalhar, no dia-a-dia, fica nervoso?
Na minha vida normal não, mas a trabalhar, sim, fico. De certa maneira ajuda-me. Há uma tensão que pode ser útil para termos acesso às emoções.


O Newt Scamander é um outsider?

Ele gosta das suas criaturas mágicas mais do que gosta das pessoas. Sim, o que eu gosto acerca dele é que é absolutamente independente. Em consequência, pode ser também bastante difícil. Vemos o seu coração apenas pela sua relação com as suas criaturas. É algo que eu e Jo [JK Rowling] discutimos: que Newt tem muitas qualidades que não são heróicas de forma óbvia.


As criaturas mágicas foram adicionadas depois, na pós-produção. Trabalhou com o mesmo treinador que usou em A Teoria de Tudo. Porquê?

Sou um inútil com o green screen [técnica que permite acrescentar depois os efeitos especiais]. Tenho uma imaginação extremamente pobre. E as relações de Newt com as suas criaturas são o centro do filme. Por isso, passámos meses a representar com bonecos.


JK Rowling é uma pessoa impressionante. O poder mágico dela é conseguir lidar com os trolls no Twitter.

Ela é um ser humano extraordinário. Não estou no Twitter por muitas razões, e uma delas é que sou sensível a comentários desagradáveis. A Jo é tão eloquente e inteligente a desmontar argumentos... Admiro isso. É uma grande qualidade.


O produtor do filme diz que você é bom a interpretar outsiders. Mas você não é assim, pois não?


Na minha vida não me sinto um outsider. Sou atraído pela vulnerabilidade. Estou interessado em pessoas dispostas a expor a sua vulnerabilidade e a sua paixão. É o que gosto em Newt. De facto, eu acho que qualquer ser humano apaixonado por alguma coisa é atraente, porque mostra um grande amor.

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