Nem só de clássicos obrigatórios da HBO se faz a Max. Também não faltam novidades. Eis as séries que tem de ver.
★★☆☆☆
Há as séries policiais baseadas em factos reais narradas de forma tradicional, há as apresentadas em formato documental, ou de true crime, e depois há as excentricidades avulsas, como Landscapers (HBO). Olivia Colman (também produtora) e David Thewlis interpretam o casal inglês Susan e Christopher Edwards, que em 2014 foram condenados a 25 anos de cadeia pelo assassínio dos pais de Susan, que enterraram no quintal de sua casa, indo muito depois para França. Sempre disseram ser inocentes.
Os autores de Landscapers recorreram aos mais variados dispositivos de desconstrução e subversão momentânea do elemento ficcional, e de intromissão da realidade (a começar logo no início do primeiro episódio, em que vemos o lançar da rodagem), assim como a uma envolvência semi-onírica, relacionada com a cinefilia do casal, e em especial de Susan, que se vai tornando cada vez mais intensa. A opção por este modo de contar, em jiga-joga entre a representação ficcional e a exposição do artifício, faz com que Landscapers acabe por abusar dos mecanismos da desconstrução e dos trejeitos metanarrativos, que se tornam irritantes e um empecilho à boa leitura do enredo por parte do espectador. O artsy e a eficácia não são necessariamente compagináveis, e em Landscapers não foram mesmo.
