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Casa Az-Zagal

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A Time Out diz

Sobre o nome: trata-se de uma homenagem aos Zagalo, família antiga com muitos hectares na região. Já o prefixo Az refere-se à pessoa que cuida da propriedade. Ora este edifício com raízes no século XV terá sido um armazém onde se guardavam alfaias agrícolas usadas na quinta do Zagalo. Memórias mais recentes contam que estamos diante de uma casa senhorial construída em 1924. Os frescos que decoram todo o edifício, assim como os azulejos de época, revelam a preocupação de preservar o património. 

Na recepção não deixe de admirar uma inusitada lareira com fogão, forno a lenha e fogo de chão. Está em desuso, mas em contrapartida está cheia de lembranças que se podem levar para casa: desde taleigos ao vinho, mel e azeite da região. Na casa Az-Zagal o pessoal é todo autóctone, com excepção de Célia Delgado, uma espécie de druida da comida – que se mudou recentemente para o Alto Alentejo –, cuja mão está nos cogumelos à Bulhão Pato, no bacalhau com broa, nas sopas de cação ou numa tosta de cabeça de xara com cebola caramelizada. Situado nas antigas cavalariças da casa, o restaurante serve jantares, mediante marcação. Na carta são os sabores regionais os protagonistas. Das sopas de tomate ao leite creme de poejo. Ao longo do dia conte ainda com um manancial de petiscos, como a tábua de enchidos D. Otávia, a tosta alentejana com presunto de porco preto, ou a fresquíssima tosta de abacate. Tudo regado com vinho da vizinha Herdade do Mouchão. 

Aqui, a arte de bem receber não é defeito, é feitio, e mostra-se no sorriso de Adriana Carmo, no olhar de Matilde Chora ou nas histórias da terra de Luísa Pifano. Também únicos, os 13 quartos obedecem a diferentes tipologias: os clássicos (dois), as mansardas (três) – ideais para olhar as estrelas –, os premium (quatro), as suítes Premium (três) e a suíte Royal. Esta última, a mais apetecida. Com uma pequena varanda com vista para o pátio e respectiva piscina, diz o ar sofisticado que ali seria o refúgio do proprietário. Os frescos do tecto foram fielmente recuperados por uma artista local e guiam-nos por uma viagem no tempo. “A decoração residente já cá estava”, explica Gilberto Alves, director-geral da unidade, que nos acompanha na vistoria aos quartos. Todos diferentes, cada quarto é um pequeno mundo. Por exemplo, o número dois é um dos mais pequenos, mas tem um pátio com saída directa para a piscina. Já o número 15 ocupa a antiga cozinha da casa, mantendo as pias originais e a lareira onde antigamente se cozinhava. Com requintes mais femininos, a suíte Premium 16 apresenta cor de salmão, linhas sóbrias e paredes com apontamentos floridos. 

Com todos estes predicados, o hotel convida a um reencontro com a memória. Basta olhar a escadaria de madeira exótica e o tecto pintado de céu que a contempla para o hóspede fazer a travagem que há tanto tempo a alma pede. Para dias mais quentes, o jardim – também de arquitecto – tem uma piscina de água salgada e uma esplanada que ali fará as vezes do chaparro alentejano onde será bem-vinda uma cerveja estupidamente gelada a acompanhar uma tábua de queijos. Em dias claros pode até ser o cenário para o pequeno-almoço. Sumo de laranja dos quintais da aldeia acompanha ovos de galinhas felizes, doce de abóbora, marmelada caseira. A rematar, o bolo de laranja e cenoura da Célia que chega à mesa a fumegar.  

Escrito por
Maria João Veloso

Detalhes

Endereço
Rua de Évora, 14
Casa Branca
7470-156
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