Quem aprecie a opéra bouffe oitocentista tem aqui uma oportunidade que só surge uma vez na vida. Emmanuel Chabrier não é um compositor célebre, as óperas não são a faceta mais conhecida da sua produção e L’Étoile, a primeira ópera que concluiu e que estreou em Paris em 1877, é raramente levada à cena em França e é quase ignorada fora do "hexágono". Portanto, se perder esta oportunidade, é provável que passem 142 anos até que a L’Étoile volte a subir a um palco lisboeta.
Embora seja pouco tocada, L’Étoile mereceu elogios dos contemporâneos de Chabrier: Duparc classificou-a como o equivalente francês de Os Mestres Cantores de Nuremberga e Hahn viu nela "uma fina pérola da opereta francesa". Isto, claro, para quem se pele por um "uma grande farsa desopilante".
Intérpretes: Dora Rodrigues (Lazuli), Eduarda Melo (La Princesse Laoula) (na foto), Mário Alves (Ouf I), Coro do Teatro Nacional de São Carlos, Orquestra Sinfónica Portuguesa, direcção de João Paulo Santos, encenação de James Bonas.
[”Romance de l’Étoile”, por Collete Alliot-Lugaz (Lazuli) e a Orquestra da Ópera de Lyon, com direcção de John Eliot Gardiner, na Ópera Nacional de Lyon, em 1986 – uma das raras gravações integrais da ópera]