Há dois anos, com ‘Day Breaks, Norah Jones regressou ao princípio: jazz ligeirinho, ou, se quisermos, pop com roupagens de jazz. “Tragedy” é uma espécie de “Sunrise, Sunrise” sem o fulgor da novidade, nem a alegria da juventude. A pianista e cantora decidiu, pois, regressar a paisagens mais seguras e serenas, após uns tempos de aventura pela pop, em The Fall (2009) e, especialmente, em Little Broken Hearts (2012). É, pois, uma Norah conservadora, esta que agora se nos apresenta, voz em sossego, escondida atrás do piano.
O inverso de Benjamim, na primeira parte, uma das mais irrequietas vozes da cena portuguesa, tanto que até de nome tem mudado. Nos discos, o mesmo. Após a fase, digamos, parapsicadélica em que se chamava Walter Benjamin, como o filósofo, veio o registo português, em Autorádio (2015) e, no ano passado, o registo bilingue e multicultural de 1986, com Barnaby Keen. Seja o que for que faça em Cascais, será surpreendente.