Tristão e Isolda: Prelúdio do III Acto
No final do II Acto, o rei Marke e o seu séquito surpreenderam o enlevo amoroso de Tristão e Isolda, a noiva do rei. O amor entre os dois era funesto desde o início e eles estavam disso conscientes, pelo que estão ambos resignados a mergulhar no reino da noite eterna. Tristão luta com Melot, mas, deliberadamente, deixa-se ferir por este. O fiel escudeiro de Tristão, Kurwenal, leva-o para o seu castelo de Kareol, na costa da Bretanha, e o Prelúdio do III Acto abre, em tom sombrio, quase fúnebre, com Kurwenal velando o agonizante Tristão, enquanto um pastor toca uma triste melodia. O clarinete que simula o chalumeau pastoril é de uma audácia e liberdade que prefigura o jazz de um século depois e é colocado em evidência pelo silenciamento de toda a orquestra.
[Pela Orquestra do Festival de Bayreuth, dirigida por Karl Böhm, gravação de 1966]