Parsifal é, formalmente, uma ópera, mas Wagner preferiu designá-la como “festival cénico sacro” e também pode ser vista como uma pouco convencional oratória de Páscoa. O nome próprio “Parsifal” virá supostamente do persa e significa “louco puro” e é preciso um herói algo simplório mas de alma pura para curar as chagas do agonizante Amfortas, o rei dos Cavaleiros do Graal, que foi ferido com a Santa Lança – a mesma com que um soldado romano feriu Jesus na cruz – pelo malévolo Klingsor, um cavaleiro expulso da ordem. Parsifal entra nos domínios de Klingsor, resiste às seduções de Kundry e quando Klingsor atira contra ele a Santa Lança, esta detém-se em pleno voo; Parsifal agarra-a, faz o sinal da cruz com ela e, instantaneamente, o castelo de Klingsor desfaz-se em fumo. Após anos de errância, consegue encontrar Amfortas – numa Sexta-Feira Santa – e cura-o tocando o seu corpo com a Santa Lança.
Parisfal será apresentada em versão de concerto e em forma fragmentária – excertos do I acto e III acto completo – por Erin Caves, Ante Jerkunica (na foto), Michael Kraus, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, com direcção de Graeme Jenkins.