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Em 1985 uma pequena loja de mobiliário abria no número sete da Avenida de Paris, junto ao Areeiro. A morada ditou o nome e a Paris:Sete dava os primeiros passos na criação de peças para projectos de interiores. As peças, por sua vez, eram fabricadas numa unidade familiar, em Gondomar. Hoje, passadas quatro décadas, Gustavo Brito continua nos comandos da empresa que fez nascer, crescer e expandir-se. Para comemorar o feito – e a longevidade –, a marca está a lançar um livro, a expor 40 clássicos do design e a abrir uma nova loja, no Príncipe Real.
"Inicialmente, fazíamos muitas residências de estudantes, lares de terceira idade, alguns hotéis. O mercado dos escritórios não tinha a exigência que tem hoje. O nosso concorrente, na altura, eram os móveis de estilo. E a Paris:Sete nasce como filha de uma fábrica de móveis no Norte – que o meu pai, como arquitecto, desenvolvia com um sócio marceneiro. Já naquela altura havia uma inspiração nórdica, mas havia tecnologia, um saber-fazer, que não tínhamos em Portugal", resume Gustavo, que abriu a primeira loja aos 25 anos, depois de concluir o curso de Arquitectura.

Com o tempo, a Paris:Sete volta-se para fora e começa a importar mobiliário de marcas internacionais. Espanha, depois França e só mais tarde Itália. Marcas Andreu World e Punt Mobles vieram à frente. Seguir-se-iam B&B Italia, ou os tapetes Toulemonde Bochart. Hoje, é a casa de etiquetas de renome, muitas delas representadas na exposição "40 anos / 40 peças". Gustavo admite que seleccionar 40 objectos que sintetizem o brilhantismo do design do século XX não foi uma tarefa fácil, mas que as memórias e referências pessoais ajudaram a eleger algumas das peças expostas deste a passada terça-feira.
Falamos de Tizio, candeeiro da Artemide, a primeira peça de design adquirida pelo fundador da Paris:Sete. Desenhado por Richard Sapper, em 1972, é, para Gustavo, um símbolo de modernidade. Da mesma forma que a Lounge Chair, de Charles e Ray Eames para a Vitra (1956) permanece até hoje como emblema de intemporalidade. Outros 38 objectos ocupam as duas salas. São móveis, candeeiros e peças decorativas. No final de Junho, vão dar lugar ao corrente catálogo da loja portuguesa, composto por referências do design como a Magis, a Knoll ou a USM.

O espaço que agora está de portas abertas, na Rua da Escola Politécnica, é o nono na história da marca (e o segundo nesta zona da cidade, depois de uma passagem de dois anos no início dos anos 2000). A Paris:Sete prepara-se para encerrar definitivamente a loja de Santos e para concentrar aqui o portefólio e serviços de interiores. "Queríamos um espaço menor do que aquele que temos e que tivesse um ambiente um bocadinho mais romântico. E depois, como já temos 40 anos, começamos a ter que refrescar e é o que queremos fazer aqui. As gerações mais novas estão a interessar-se por design de uma forma diferente. Normalmente, as opções feitas eram muito fundamentadas no preço e não propriamente na qualidade. Hoje, já sentimos que é diferente", explica Gustavo Bruto.
O espaço é, sem dúvida, generoso, sobretudo no que toca à entrada de luz natural. Com montras para a rua, coisa que não havia na loja anterior, a Paris:Sete quer criar uma agenda que passe por intervenções voltadas para o exterior. Agora que chegou aos 40, ideias não lhe faltam.
Rua da Escola Politécnica, 235 (Rato). 21 393 3170. Seg-Sex 10.00-19.00, Sáb 11.00-17.00
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