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Assembleia Municipal volta a discutir destino de palacete em Alcântara

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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A história deu entrada na Assembleia Municipal de Lisboa em Maio do ano passado, quando a música sueca Helena Espvall interviu neste fórum munida de uma petição subscrita por 410 cidadãos.

"Em prol de Salvar o Palacete na Rua dos Lusíadas 15-17, em Alcântara, de demolição para dar lugar a alojamento turístico" é o nome da petição que regressa esta terça-feira à Assembleia Municipal de Lisboa (AML) e que, como o nome indica, tem como objectivo salvar o edifício datado de 1888 – em tempos atelier/sede da empresa de construção Touzet (fundada pelos franceses Charles Vieillard & Fernand Touzet) responsável por muito património industrial na cidade, como é o caso da Central Tejo.

Em causa está um projecto que pretende converter o edifício em 40 unidades de alojamento para fins turísticos e que prevê a demolição integral do prédio com excepção da fachada.

Na sequência da petição apresentada, a proposta relativa ao pedido de licenciamento para a obra no prédio foi retirada pelo vereador Manuel Salgado na reunião de câmara de 25 de Maio de 2017 por entender que "deveria ser encontrada outra solução arquitectónica que considere uma maior preservação do edifício". Entretanto o assunto baixou à 3ª Comissão Permanente (Comissão de Ordenamento do Território, Urbanismo, Reabilitação Urbana e Obras Municipais). Esta emitiu um relatório no passado dia 22 de Fevereiro e daí nasceu uma recomendação que propõe ao plenário desta terça-feira três pontos: que seja garantida uma solução arquitectónica que se enquadre na zona envolvente; que informe a AML da entrada de novos projectos para o palacete; e, caso não haja um novo projecto, que a CML avalie a possibilidade de adquirir o imóvel – como aliás já tinha sugerido a Junta de Freguesia de Alcântara.

O próximo episódio arranca nesta terça-feira às 15.00 no Fórum Lisboa.

Quem é Helena Espvall?

Em Setembro de 2017, a Time Out Lisboa fez 10 anos. Com a festa veio uma edição especial da revista com o melhor de uma cidade feita de gente de todo o mundo. Entre os melhores de fora que nos fazem viver melhor cá dentro estava a música sueca Helena Espvall. Recorde quem ela é:

helena espvall

Fotografia: Arlindo Camacho

Andam por aí leitores que estão “nem aí” para as eleições? Aprenda a dizer “shame on you” na língua de Helena Espvall. Foi em Maio que a sueca interveio numa sessão da Assembleia Municipal para pedir à autarquia que chumbasse a demolição de um edifício, construído em 1888. “Tentámos lançar uma petição para ir à Assembleia Municipal. Aguardo pelo dia de discussão. Lá estarei e tentarei dizer algo em português”, conta a música, que melhorou o idioma com a ajuda da TV.

Helena, de dedilhar folk e simpatia contagiante, nasceu no Norte da Europa, viveu uma década em Filadélfia, mas é em Alcântara, nessa Rua dos Lusíadas onde tentam enganar um prédio com cantigas para ver nascer apartamentos turísticos, que se imagina a viver sem prazo se validade. “Adoro Lisboa. Esta luta também me faz sentir parte de um contexto nesta freguesia. A cidade é linda e devíamos ser mais cuidadosos com o património. Vejo as coisas a perderem-se e isso aborrece-me”, lamenta Helena, uma vegetariana amante de yoga e dos passeios pela Tapada das Necessidades e Jardim Botânico Tropical, que foi bater à porta da Junta de Freguesia para tentar votar nas Autárquicas. Na semana passada, talvez se tenha cruzado com a suave militância na galeria Zé dos Bois, onde voltou a actuar, e onde se estreou em 2006. “Toquei na ZdB com americanos. Apaixonei-me logo. Voltei duas semanas em 2007 e ainda mais gostei e sempre pensei que ia aqui viver.”

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