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B Fachada toca José Afonso nos 11 anos do MusicBox

Escrito por
Miguel Branco
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Os anos passam e o MusicBox continua uma referência na cidade. De quinta a sábado, coma o bolo ao som de B Fachada, Iguana Garcia, etc.

A rua não era rosa, os carros ainda lá passavam, não havia vivalma a beber baldes de cerveja com um pé encostado à parede. A envolvente que viu nascer o MusicBox, há 11 anos, era tudo menos o lugar em que o Cais do Sodré se tornou. “Era uma zona muito decadente na altura, um espaço marginal, abandonado. Tirando o Jamaica e o Europa (que abriu uns meses antes do MusicBox) não havia nada. E nós levámos para lá conteúdos actuais, alternativos, e isso, não só por nós obviamente, representou o início de uma mudança para o Cais do Sodré.”, explica Gonçalo Riscado, um dos fundadores do clube e da CTL (estrutura que suporta a coisa), a par de Alexandre Cortez.

Já lá vai mais de uma década. Portanto, nada como celebrar a data, de quinta a sábado, com actuações de B Fachada (que vai tocar músicas de José Afonso), Iguana Garcia, Veenho, Electric Rainbow e Celeste Mariposa, entre outros.

Caso para dizer que se 11 anos parece coisa pouca, nesta Lisboa gentrificada e robótica 11 anos são quase uma galáxia. Ou seja, é óbvio que o MusicBox também bebeu do crescimento da indústria musical portuguesa, da integração em redes europeias de promoção de concertos que expandiram, e de que maneira, o número de músicos internacionais que vêm hoje tocar a Portugal, como Gonçalo Riscado confirma: “Estamos num circuito onde não estávamos antes, já existiam alguns festivais que traziam grandes artistas, mas a regularidade e a quantidade de propostas não tinham comparação com o que se faz hoje em dia.”

Só que independentemente de tudo isso, o MusicBox mantém o propósito habitual: “Uma sala de espectáculos, com uma programação diversificada e uma identidade própria, que tenta mostrar o que é novo e alternativo”, explica. E quando, meio em jeito de provocação, o interrogamos se não é um prejuízo estarem abertos sete dias por semana, a resposta vem pronta: “O nosso modelo de negócio é fácil de explicar: a programação de concertos dá prejuízo, o clubbing cobre esse prejuízo. Não tem nada que saber. Há espectáculos que não pagam a abertura de portas, mas não vamos fazer só coisas rentáveis, não seria o MusicBox”, conclui. Longa vida à caixa.

Musicbox, Qui-Sáb 22.30. 8€-10€

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