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Carta aberta ao cavalheiro estacionado em segunda fila

Escrito por
O Provedor
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Sim, você. O génio que descobriu a fórmula para o estacionamento eterno. Esse alquimista do código da estrada que inventou a técnica do Pirilampo Mágico: estacionar em segunda fila, meter os quatro piscas e ir à vida. Fique sabendo, senhor condutor, que existe um parquímetro especial no Inferno que conta cada minuto desta sua artimanha.

É claro que você tem um grande rol de justificações, todas elas merecedoras da nossa compaixão: está com pressa para ir buscar o garoto à escola, faltam poucos minutos para entregar o Euromilhões, vai só à mercearia buscar uma abóbora para a sopa ou tem de ir só num instantinho a casa evitar um holocausto nuclear. Essas desculpas não pegam – tal como o seu carro, que de tanto ficar parado com os piscas ligados arrisca-se a ficar sem bateria.

A praga do estacionamento em segunda fila é um dos grandes problemas de trânsito de Lisboa. E um sinal óbvio da falta de civismo dos automobilistas da cidade. Por causa deles a hora de ponta começa a ser dita no plural e os autocarros e eléctricos transformam-se em latas gigantes de suor e frustração.

Mas há uma coisa que admiramos em si, cavalheiro estacionado em segunda fila: a lata com que emerge de uma loja, de um prédio ou de uma repartição, com a maior calma do mundo, como se não fosse nada consigo. É um tipo de atitude que gostávamos de decantar, colocar em frasquinhos e comercializar. Porque não é fácil encontrar na natureza tanto desplante.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está arreliado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedorprovedor@timeout.com

Carta aberta à senhora parada no lado esquerdo das escadas rolantes

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