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Branko
©Maria RitaBranko

Cartas de Amor a Lisboa: Branko

Desafiámos alfacinhas com jeito para as palavras a escrever a Lisboa, a cidade do nosso coração.

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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Assim que o comboio entrava no túnel do Rossio era impossível controlar a emoção da chegada. Pessoas, ruas, lojas de discos, bares, discotecas, escadas, arcadas e a ideia de poder passar o máximo de tempo possível, com toda a confiança que nos davas, a traçar o maior e mais elaborado plano clandestino de te levar pelo mundo fora. Levar as tuas palavras, as tuas formas, os teus cantos, a tua luz, a tua batida, as tuas coordenadas musicais e a tua diversidade, que transformava qualquer encontro numa das tuas pequenas ruas numa longa viagem.

Passados alguns anos, a verdade é que, contra quase todas as probabilidades, o plano traçado algures entre o Bairro Alto e Santa Apolónia até deu certo. Passaste de ser o nosso segredo mais bem guardado, escondido na ponta mais ocidental da Europa, para motivo de celebração e reconhecimento mundial e eu tive de te partilhar. Em todas as respostas detalhadas aos mais diversos pedidos de instruções de navegação que me chegavam à caixa de entrada, eu nunca deixei de te elogiar, de tentar que todo o planeta descobrisse o teu potencial, de acreditar no teu futuro e de saber que no final iria dar tudo certo.

Pouco mais de uma década depois de termos oficializado aquela que será sem dúvida uma das mais longas relações da minha vida, eu já me considero um local. Mas mesmo antes disso eu sabia que tu eras muito mais que os teus limites administrativos de 100 km², e foi nessa versão que me encontrei e que percebi o teu potencial. Hoje em dia o resto do mundo está mais próximo, mas nenhum lugar me dá tanto prazer como regressar ao teu incomparável céu azul. Obrigado.

- Branko, músico e produtor

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