[title]
É um luxo acessível o que a Mesh propõe desde o primeiro dia. Criada há nove anos pelos irmãos João e Tiago Barbosa, é uma junção do saber-fazer tradicional com a estética contemporânea trazida pela terceira geração de uma família habituada a trabalhar a prata e o ouro. Hoje, a marca cresce no mercado europeu e é já um selo reconhecido em Portugal. Duas lojas no Porto não eram suficientes para consolidar a marca em território nacional. A mais recente abertura fica no coração de Lisboa: o Chiado.
"Estamos bem sedimentados no Porto. Toda a gente conhece a marca. No entanto, em Lisboa, não acontece tanto. Mesmo que tenhamos pontos de venda aqui, as pessoas acabam por não experienciar o espírito da marca. Ter uma loja própria é importantíssimo, aqui as pessoas conseguem sentir o nosso ADN – temos todo o portefólio da marca, o ambiente, o atendimento", resume Tiago Barbosa, co-fundador da Mesh.

A loja segue à risca a identidade dos espaços a abertos no Porto. Apenas o chão, mantido a todo o custo pela autenticidade, se destaca do microcimento habitualmente usado. Nos expositores, sucedem-se as diferentes colecções da Mesh, incluindo o mais recente lançamento, a colecção Knot. Numa produção que tira partido das novas tecnologias, mas também da herança da manufactura, estas peças e os seus nós ganham forma exclusivamente nas mãos do artesãos de Gondomar. "A colecção é toda feita à mão, como se fazia antigamente, só tivemos de moldar as ferramentas para fazermos peças um bocado mais modernas. Tudo o resto é feito usando as melhores tecnologias – impressão 3D, máquinas de cortar a laser –, mas continuamos a fazer os acabamentos de forma manual. É essa a ligação que tentamos fazer em todas as peças", continua Tiago.
Algumas das ferramentas usadas pertenciam ao avô, que montou uma oficina de ourivesaria ainda nos anos 50 do século passado. Outros dos utensílios estão agora expostos na loja de Lisboa. João e Tiago ficaram de tal forma marcados por uma infância vivida em torno da bancada de ourives, que, anos mais tarde, viriam a unir esforços para revitalizar o negócio da família. Enquanto o primeiro se dedica sobretudo à gestão, o segundo encarrega-se do rumo criativo e do design das peças.

A qualidade é outro dos pontos que a dupla tem privilegiado nos últimos nove anos. Feitas em prata reciclada, a aposta num banho de ouro com uma espessura acima da média tem sido uma das marcas da Mesh, razão pela qual todas as peças têm garantia vitalícia. Por outro lado, o intervalo de preços continua a posicionar a marca como um luxo acessível. Com novas colecções a cada três meses, sem contar com pequenos lançamentos cápsula pelo meio, as possibilidades multiplicam-se, mesmo para quem não quer chegar aos três dígitos.
Contudo, a clientela disposta a pagar mais por outro tipo de peças tem estado a aumentar. Razão pela qual os dois irmãos já pensam em diversificar a oferta, adicionando algumas peças de gama mais alta. "Ainda está tudo um bocadinho em aberto, mas gostava de criar a primeira linha de joalharia – peças em ouro e pedras preciosas. É o próximo passo, porque o mercado pede. Desde que abrimos a loja em Lisboa, já alguns clientes entraram à procura. Então, provavelmente, no Natal, é aqui que vamos fazer o teste", remata o criativo.

Quanto a novas lojas, o plano de expansão nacional parece estar consumado. Além das três lojas próprias, a Mesh conta com cerca de 170 pontos de venda. Se contarmos com o resto da Europa, a marca vai lançada, com aproximadamente 300 pontos de venda, com destaque para a Escandinávia, Grécia, Itália e Espanha. Quem sabe se a próxima abertura não será do lado de lá da fronteira. Testada a capacidade de gerir negócios à distância, nada impede os irmãos Barbosa de levar as jóias portuguesas – e uma loja própria – para o país vizinho.
Calçada do Sacramento, 29 (Chiado). Seg-Dom 11.00-19.00
🏡 Já comprou a Time Out Lisboa, com as últimas aldeias na cidade?
🏃 O último é um ovo podre: cruze a meta no Facebook, Instagram e Whatsapp