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A Mulher Que Ama Livros
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Deu Match? Esta livraria online tem um desafio literário à sua espera

Responde a um inquérito, recebe um livro surpresa, lê e avalia. No final, sempre deu match ou vai ter de fazer swipe de novo?

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Conhecida nas redes sociais como A Mulher Que Ama Livros, Cláudia Simões já é uma activista literária desde 2012, ano de inauguração do seu canal de Youtube, onde partilha desde críticas até desafios literários. Mas só o ano passado, em plena pandemia, encontrou forças para começar à procura de um espaço para realizar um sonho antigo: abrir a sua própria livraria. “Tive de desistir da ideia original, mas avancei na mesma, online”, conta-nos, a partir do seu quartel-general, em Alenquer, onde se prepara para nos escolher um livro com base no questionário a que respondemos há uns dias.

O desafio Deu Match (desde 15€) é uma das duas experiências literárias criadas por Cláudia para promover o poder da literatura. A ideia é responder a algumas perguntas sobre os nossos gostos literários, desde o último livro que lemos e adorámos até àquele de que não gostámos mesmo nada. A seguir, é-nos enviado um livro para uma espécie de encontro às cegas. No final da leitura, somos convidados a avaliá-lo de um a dez e a partilhar a nossa experiência no Discord. “É o nosso clube do livro e é também onde falamos sobre a leitura do mês, que vem incluída na caixa literária Ama Livros”, revela.

A Mulher Que Ama Livros
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Disponível durante o ano inteiro, a caixa literária não inclui o elemento surpresa – o título de Agosto, por exemplo, será desvendado no final deste mês. Mas também traz um desafio: sair da zona de conforto, com obras como O avesso da pele, de Jeferson Tenório, ou Conduz o teu arado sobre os ossos dos mortos, de Olga Tokarczuk. “Procuro recomendar livros com temas actuais e pertinentes, para levar à reflexão e ao diálogo. O primeiro, por exemplo, fala sobre preconceito racial e foi o mote para uma conversa muito interessante em torno dessa problemática.” O preço é sempre o do livro seleccionado, que chega acompanhado de um mimo exclusivo (ultimamente tem sido um marcador).

Além destas experiências literárias, é possível encontrar, como em qualquer livraria que se preze, várias referências de diferentes autores e géneros literários. Para Cláudia, Norberto Morais destaca-se facilmente com O Pecado de Porto Negro (15,75€), um mosaico de histórias que se vão encadeando para construir um romance admirável sobre o carácter circular do destino e a capacidade que o passado tem de nos vir bater à porta quando menos esperamos. Mas também A Cor Púrpura (16,50€), de Alice Walker, “um clássico essencial na vida de um leitor”, galardoado com um prémio Pulitzer e um National Book Award para Melhor Livro de Ficção.

No futuro, se tudo correr bem, a livraria ganhará mesmo um espaço físico, para receber lançamentos e eventos culturais. “Gostava muito de inaugurar em Alenquer, porque faz falta na zona”, confessa Cláudia, que espera um dia juntar debaixo do mesmo tecto a comunidade de leitores que tem vindo a reunir. Por enquanto, está empenhada em continuar a partilhar a sua paixão assolapada por livros, que começou aos oito anos, quando pediu à mãe uma máquina de escrever. “Passei a escrever histórias, a copiar histórias de outros livros e a brincar às bibliotecas, onde fazia cartões para leitores invisíveis”, partilha, evocando essas memórias de infância que, no fundo, acabaram por a guiar até este novo projecto.

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