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O espaço está cheio de história. Já foi Zodíaco, restaurante que abre no início dos anos 60 e do qual resta a grande tapeçaria no topo da sala; já se chamou Beatriz Costa, em homenagem a uma das mais ilustres hóspedes do hotel, e mais recentemente funcionou como Brasserie Flo, uma lufada de ar parisiense na Lisboa do século XXI.
Desde 2017 que o emblemático salão da Avenida dá pelo nome de Cervejaria Liberdade. Ao fim de mais de dois meses de obras, o restaurante do Tivoli é, finalmente, uma cervejaria que se preze. Saiu o grande balcão que marcava o centro da sala, entrou um aquário de crustáceos que, logo à entrada, diz aos clientes ao que vêm. A montra de peixe fresco tiras-lhes as dúvidas: estamos numa casa dedicada aos peixes e aos mariscos (maioritariamente nacionais), mas onde ainda há espaço mais uns quantos clássicos, que nunca passam de moda.

Falamos dos croquetes de novilho (9€), do camarão ao alho com malagueta e coentros (19€) ou do recheio de sapateira (25€) – isto começando pelas entradas. O bife tártaro à Tivoli (32€) continua a ser dos pratos que mais circula pela sala, preparado como manda a tradição, à frente de quem o vai comer. O arroz de marisco (39€) também continua na carta. A este junta-se agora um arroz de peixe (36€), com salicórnia e limão, nova adição feita pelo chef Miguel Silva.
Chegados às sobremesas, a escolha pode ser dificultada pela quantidade de opções. Ainda assim, ressaltam dois clássicos incontornáveis desta casa – a sopa de morangos (19€) e os crepes Suzette (16€). Mais uma vez, a cozinha de sala entra em acção e a preparação é feita à vista.

Sem o velho balcão, a sala torna-se agora mais ampla e luminosa, com capacidade para sentar cerca de uma centena de pessoas. O projecto da Martinez Otero apostou ainda em novas peças de conforto – há cadeirões, sofás e divisórias de vidro que mantêm a privacidade das mesas. Também a criatividade de artistas e artesãos foi convocada para a nova versão da Cervejaria Liberdade. Com curadoria de Felipa Almeida, o espaço exibe 50 peças de cerâmica contemporânea e de autor – e todas elas estão à venda.
Além do restaurante, também o pequeno bar à entrada está com nova cara. Funcionava como bar de ostras, mas é hoje um espaço para aperitivos, refeições rápidas e copos de final do dia. Também a pensar nisso, reforçou-se a carta de cocktails. Alguns, homenageiam estrelas da casa, como acontece com o Lurçat, combinação de champanhe, vodka, licor de pêssego e framboesa, ou com o Pirata do Tejo, que junta rum, licor picante mexicano, Chartreuse, ananás e hortelã.

Os vinhos são outra das apostas da Cervejaria Liberdade. A carta foi reformulada, pelas mãos de um novo director. Jorge Silva fala numa selecção mais sofisticada e atenta a pequenos produtores nacionais. Se a lista o deixar com água na boca, talvez o melhor seja apanhar o elevador do hotel e subir até ao nono andar, onde abriu a 933 Wine & Spirits Collection, uma união de esforços do Tivoli com a Garrafeira Nacional e que quer levar os vinhos e os seus apreciadores até ao topo da Avenida da Liberdade.
Avenida da Liberdade, 185 (Avenida). 21 319 8620. Seg-Dom 12.30-23.30
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