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O festival de cinema dedicado à arquitectura que acontece todos os anos em Lisboa, o Arquitecturas, vai para a sua sexta edição em Junho. Nesta quarta-feira, abrem as candidaturas para o concurso – e para assinalar o momento estreia o documentário Aires Mateus: Matéria em Avesso, do realizador Henrique Pina, sobre a dupla de arquitectos.
Estreou-se primeiro em Nova Iorque, no Architecture and Design Film Festival, e é agora apresentado no Cinema São Jorge (quarta-feira às 19.30) numa sessão conduzida por Sofia Mourato, directora do festival Arquitecturas, e que contará ainda com a presença do realizador e dos arquitectos Francisco e Manuel Aires Mateus.
O filme de Henrique Pina dedicado à obra do reconhecido atelier partiu de um trabalho de investigação dos arquitectos Maria João Soares, Susana Tavares dos Santos e João Miguel Couto Duarte.
O documentário centra-se em oito projectos do ateliê e nas ligações que estes estabelecem com o território português e com o corpo humano através da dança e do movimento da coreógrafa e bailarina contemporânea Teresa Alves da Silva, que também estará no São Jorge. Noiserv compôs a música.
“O cinema e a arquitectura eram dois universos que nunca tinha planeado juntar até as obras dos Aires Mateus se atravessarem no meu caminho. Há um lado muito inspirador e cinematográfico naquilo que eles criam, o que deu lugar a uma procura pelo movimento, pela vida e por uma reacção emocional que, à partida, reside num espaço ininteligível”, diz em comunicado o realizador, Henrique Pina.
Aires Mateus: Matéria em Avesso é uma amostra daquilo que poderemos ver depois no festival, que acontece de 6 a 10 de Junho no Fórum Lisboa e no Cinema City Alvalade. Estão assim abertas as candidaturas para a mostra internacional de filmes, que tanto podem ser documentários como ficção.
"No Arquitecturas 2018 voltamos a dar ênfase ao slogan que nos acompanha desde o início – não há cinema sem arquitectura, dando este ano destaque ao papel da ficção na produção de espaços na memória colectiva das cidades e indivíduos. Questionando por exemplo se as ficções criadas tanto pelo cinema analógico e digital como pela explosão de apps, funções GPS, etc. sublinham a necessidade de recorrer a visões e narrativas ilusórias para preencher o vazio criado por estas mesmas tecnologias,” refere na mesma nota a directora do festival.
Os bilhetes para a sessão desta quarta-feira estão à venda no Cinema São Jorge e têm o preço de 3,5€ (2,5€ para estudantes, desempregados e seniores).