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O Conde Drácula criado por Bram Stoker no seu livro clássico publicado em 1897, é a personagem da literatura de terror personificada por mais actores no cinema e na televisão do que qualquer outra. Entre os muitos que já o interpretaram contam-se nomes como Bela Lugosi, Christopher Lee, John Carradine, Klaus Kinski, Max Schreck, Leslie Nielsen, David Niven, Rutger Hauer, Louis Jourdan, Francis Lederer, Jack Palance, Frank Langella, Gary Oldman, Thomas Kretschmann, Ray Liotta, Nicolas Cage, Bill Skarsgard, George Hamilton, Denholm Elliott, John Carradine, Udo Kier ou Claes Bang, entre muitos outros. O Drácula de Lugosi foi eleito o 33.º Melhor Vilão do Cinema pelo American Film Institute, e uma votação da revista inglesa Empire elegeu Christopher Lee a sétima Maior Personagem da História do Cinema de Terror.
Os filmes de Drácula são numerosíssimos, muitas centenas, e vão desde o terror puro e duro até à comédia, incluindo mesmo a pornografia, em títulos tão curiosos como Sex and the Single Vampire (1970) ou Dracula and the Boys (1969), esta a primeira fita homossexual de vampiros (há ainda bastantes séries de televisão, telefilmes, curtas-metragens e animações). O crítico e autor de livros de terror e ficção científica inglês Kim Newman, grande conhecedor de cinema de terror e especialista na figura de Drácula, tem-se dedicado a recensear, meticulosamente, no seu site (johnnyalucard.com), todos os filmes em que o vampiro mais famoso do mundo aparece, desde produções clássicas e consagradas ou de culto, até obscuras e péssimas fitas de série Z realizadas nos mais variados países, numa rubrica chamada “Your Daily Dracula”.
A primeira versão cinematográfica da obra de Bram Stoker será, segundo alguns, um filme mudo russo de 1920, mas, a existir, nunca ninguém o viu, e há muito poucas informações sobre ele. O mesmo sucede com a fita húngara Dracula’s Death (1921), de Karoly Lajtahy, considerada perdida, pelo que a honra deverá caber a Nosferatu, de Murnau (1922), mesmo sendo uma adaptação não autorizada do livro de Stoker (a personagem, interpretada de forma inesquecível por Max Schreck, chama-se aqui Conde Orlok) que foi objecto de uma acção legal por parte da viúva do escritor, que quase levou à destruição de todas as cópias do filme.

No cinema e na televisão, a aristocrática e implacável figura de Drácula foi já apresentada de vários pontos de vista. A mais comum é a do monstro sobrenatural tal como Bram Stoker o criou e Christopher Lee o popularizou e imortalizou nos filmes da respectiva série da Hammer, mas o vampiro da Transilvânia foi também já filmado com várias nuances, por exemplo, sob uma luz mais romântica e condescendente, e mesmo como um anti-herói trágico ou um herói maldito. A mais recente versão da figura do Conde Drácula tem a assinatura, e inesperadamente, do francês Luc Besson, que nos habituámos a associar mais à ficção científica, graças a filmes como O Último Combate, O Quinto Elemento ou Valerian e a Cidade dos Mil Planetas.
Realizado e também escrito por Besson, Drácula: Uma História de Amor estreia-se em Portugal a 21 de Agosto e tem o americano Caleb Landry Jones no papel do título. Aliás, o realizador disse que o seu interesse neste projecto não surgiu por ele ter um fascínio especial pela história de Drácula, mas sim porque queria voltar a trabalhar com Jones, que dirigiu em Dogman (2023), tendo considerado que o papel do lendário vampiro lhe serviria como uma luva. Nesta incursão de Luc Besson pelo cinema de terror, através da figura de Drácula, o autor de Nikita – Dura de Matar, puxa pelo ângulo romântico, como aliás está claramente expresso no título.

O vampiro apaixona-se loucamente por Maria (Matilda De Angelis), na qual vê a reencarnação da mulher, Elisabeta, morta no século XV. A história continua a passar-se na Londres do século XIX e Besson explicou que em Drácula: Uma História de Amor, quis explorar a eterna busca por amor e a esperança de reencontrar a alma gémea através dos tempos, mantendo-se fiel, no essencial, às grandes linhas do livro de Stoker. Christoph Waltz personifica Van Helsing, Zoë Bleu é Elisabeta e Ewens Abis faz de Jonathan Harker. A rodagem desta co-produção franco-britânica decorreu na Finlândia e em Paris, com um orçamento de 50 milhões de euros.
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