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É desta que o Arquivo Municipal sai do impasse? Câmara de Lisboa lança concurso de ideias

Objectivo é condensar todos os serviços do Arquivo Municipal, do fotográfico à hemeroteca, no Campo Grande. Condições de armazenamento e de trabalho das actuais instalações são insuficientes há anos.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Arquivo Municipal de Lisboa
DR/Arquivo Municipal | Arquivo Municipal de Lisboa
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Esta segunda-feira, 26 de Maio, a Câmara Municipal de Lisboa lançou um "concurso internacional de ideias de arquitectura para o novo Arquivo Municipal", com a duração de 45 dias, anunciou Diogo Moura, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), em representação do presidente da câmara, Carlos Moedas. "É uma prova clara e formal da concretização deste mesmo projecto do Arquivo Municipal", vincou o responsável, indicando ainda que a autarquia tem já um local definido para a estrutura: "é no Campo Grande, junto ao cruzamento da Avenida do Brasil", referiu Diogo Moura, citado pela agência Lusa. 

O Arquivo Municipal de Lisboa está disperso pela cidade, com o arquivo histórico dividido entre o Bairro da Liberdade, em Campolide, e o Arco do Cego, a videoteca em Alcântara, a hemeroteca nas Laranjeiras e o espólio fotográfico, no Martim Moniz. Em 2004, o arquivo histórico foi transferido das torres do Alto da Eira, na Penha de França, por questões de insalubridade, para o Bairro da Liberdade, como solução provisória. Mas já foram várias as vezes que os trabalhadores do Arquivo apontaram o dedo às condições precárias do edifício (com infiltrações e problemas de climatização) e alertaram para a degradação de património único

Videoteca de Lisboa
DR/Arquivo MunicipalVideoteca de Lisboa

Em Junho de 2024, aliás, vários trabalhadores concentraram-se em frente ao edifício dos Paços do Concelho, para reivindicar melhores condições de trabalho e exigir a construção de um novo equipamento, que permitisse salvaguardar o património documental. A acção culminou na entrega de um abaixo-assinado à assessoria do presidente da Câmara, Carlos Moedas. "O Arquivo está situado num bairro habitacional. Ou seja, aquilo era uma solução provisória, que já se arrasta há mais de 15 anos. O arquivo está em garagens dessa zona residencial. Isso não faz sentido nenhum”, apontou, na altura, o sindicalista Luís Dias, defendendo que "as preocupações" dos trabalhadores, tanto quanto às condições de trabalho como à estrutura, e "que se prende com a construção de um edifício único, foi um compromisso que já tinha sido assumido por este executivo".

O compromisso assumido pelo actual executivo foi de "ter um novo Arquivo Municipal que juntasse os vários arquivos da Câmara" (o histórico, o intermédio, o arquivo fotográfico, a fonoteca, a videoteca e a hemeroteca) num único local, e "esse local devia ser no eixo conhecido pelo eixo da cultura e do conhecimento, portanto começando no Museu de Lisboa e terminando no Palácio das Galveias", declarou esta semana o vereador Diogo Moura.

De acordo com o autarca, o programa funcional do novo Arquivo Municipal "já está fechado", após cerca de dois anos de trabalho com uma equipa de especialistas de acompanhamento do projecto a nível internacional. Já as ideias de arquitectura recebidas pela autarquia serão avaliadas pela empresa municipal Lisboa Ocidental SRU — Sociedade de Reabilitação Urbana.

A Time Out endereçou um conjunto de questões à Câmara Municipal de Lisboa não tendo ainda recebido resposta no sentido de perceber a localização exacta do novo arquivo, se será erguido num local propriedade da autarquia, quais os prazos previstos para a concretização do projecto e quais os planos para os edifícios que albergam actualmente os diferentes arquivos com a história do município, uma vez finalizada a sua função.  

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