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É verdade, falámos com o senhor do Polígrafo

Escrito por
Maria Ramos Silva
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A propósito do 1 de Abril, Amável Sanches, o mais famoso técnico em Portugal (único até, que ele saiba) da máquina da verdade, respondeu às nossas dúvidas.

O que o levou a tornar-se técnico nesta área?

Quando vi a aplicação de testes do polígrafo em casos reais percebi o valor que a profissão tem para uma sociedade mais justa. Ajudar pessoas falsamente acusadas, assim como descobrir aquelas que utilizam o engano para aproveitar-se de ou ferir terceiros. Pensei que tinha o futuro assegurado, já que o engano e a procura da verdade vão fazer sempre parte da sociedade.

Quantos profissionais existem no sector?

Não existem muitos profissionais técnicos do polígrafo em geral, não só em Portugal, mas em todo o mundo. Em Portugal, não conheço nenhum outro técnico.

Quem mais procura os seus serviços e porquê?

Particulares, pelas razões mais diversas. Dúvidas de infidelidade na relação, furto no seio familiar, provar a sua inocência, acusações de abusos sexuais, etc. Empresas também podem requerer os nossos serviços para a área de recursos humanos, mas também por causa furtos internos, dúvidas de espionagem industrial, etc.

Que pergunta faz quase sempre e que pergunta jamais faria?

As perguntas dependem de cada caso, mas se consideramos que testes de infidelidade são os mais frequentes então essa pergunta sobre infidelidade deve ser a mais utilizada. As perguntas que não se fazem são normalmente sobre preferências sexuais, políticas ou religiosas.

Quantas pessoas vos procuraram no ano passado?

É difícil dar uma resposta. Temos muitas pessoas que nos procuram, mas depois na hora de fazer o teste este número diminui. Talvez tenhamos umas 200, 300 pessoas por ano e umas 30 finalmente realizam o teste.

Recorde-nos algumas histórias curiosas.

Tratamos temas muito pessoais e há sempre informação curiosa. Podem ser confissões ou resultados inesperados ou comportamentos fora do padrão normal. Homens ou mulheres ciumentos que desconfiam da/o parceira/o até ao ponto de insinuar que podem corromper o técnico do polígrafo.

Tem algum caso em que tenham mentido a tudo?

Num teste do polígrafo profissional o resultado é total. Portanto quando uma pessoa examinada não passa o teste significa que as suas respostas são consideradas falsas. Agora, se me pergunta se em testes realizados em programas de televisão existiu um caso em que tenham mentido em tudo, isso não sucedeu. Mentir não é tão fácil e as pessoas que se submetem ao teste normalmente fazem-no de forma voluntária.

O polígrafo terá evoluído mais do que a mentira desde 1921. Há truques para enganar o polígrafo?

O polígrafo é um instrumento médico que regista a atividade fisiológica e limita-se unicamente a isso. A melhor forma de enganar o polígrafo é não se submeter ao teste. Existem truques para distorcer as medições, mas qualquer técnico dará conta da falta de participação por parte da pessoa examinada.

Já lhe aconteceu a máquina não funcionar?

Felizmente nunca. Sempre resolvi qualquer problema antes de realizar o teste. Qual a margem de erro do polígrafo? Como instrumento é bastante fiável. As margens de erro das técnicas que utilizamos estão entre 9% a 14 %.

Já foi submetido ao polígrafo?

Fui submetido ao polígrafo, mas em testes de conhecimento para testar as reacções fisiológicas. Não eram perguntas para detecção de engano.

Aceda a Polígrafo Portugal ou visite o WorkOffice Portugal, na Av. Fontes Pereira de Melo, para fazer o teste em Lisboa, que ronda os 400€/500€.

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