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Eléctrico 444, o São Luís
Helena Galvão SoaresEléctrico 444, o São Luís

Este sábado a Carris sopra as velas – e há desfile de clássicos, claro

Preciosidades do Museu da Carris como o São Luís, um eléctrico de 1901 em pleno funcionamento, vão desfilar de Alcântara a Algés.

Helena Galvão Soares
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Helena Galvão Soares
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A Carris celebra 151 anos e o desfile faz-se na direcção de Algés, evocando o histórico percurso para Ribamar, zona balnear onde nos anos 30 até existiu um casino. As saídas estão marcadas para as 10.30 e 16.00 do Museu da Carris, na Estação de Santo Amaro, seguindo pela Rua da Junqueira, com os seus palácios, e passando a zona histórica de Belém e a calma e discreta Rua de Pedrouços, até Algés. 

O Desfile dos Clássicos 2023 é uma oportunidade para voltar a sentir-se no início do século XX: vai poder ver (ou ir a bordo, se tiver comprado bilhete) o eléctrico 283, conhecido como eléctrico de Salão Aberto, dado não possuir laterais, o 330, de Salão Fechado, o 444, modelo conhecido como São Luís (em primeiro plano na foto), o 802, o 535, um dos primeiros eléctricos construídos pelas oficinas da Carris, o 713, o 744, o 745 e o T1.

Nos autocarros, as estrelas desta edição são o 76, com porta ao centro, que pode ver na foto abaixo, e o 1001. Este último veio trazer a cor laranja a toda a frota, em substituição do verde, em 1975, e é o veículo mais recente do desfile.

O modelo nº 76
Helena Galvão SoaresO modelo nº 76

A título de curiosidade, saiba que o eléctrico 283, o sem paredes laterais, é o único desse modelo na colecção e é quase um milagre que esteja no museu. Entrou ao serviço em 1902, foi suprimido na década de 60 e foi parar ao Parque Infantil do Alvito, onde ficou como atracção uns anos. Foi resgatado de lá pela Carris e restaurado com o aspecto que tinha em meados dos anos 40.

Já o número 444, conhecido por São Luís, foi o primeiro modelo de carro eléctrico fechado em Lisboa. Chegou em 1901 e tinha tecto de madeira ornamentado, janelas de caixilhos envidraçados e cadeiras reversíveis forradas com tecido de palha entrançada. O cognome deve-se a ter sido fabricado pela St. Louis Car, uma companhia americana.

Outro eléctrico que certamente não lhe passará despercebido é o T1. É de 1901 e originalmente tinha bancos de palhinha, mas, nos anos 60, ele e o seu gémeo T2 foram postos ao serviço do turismo e ganharam cortinados, veludos, candeeiros de tecto, apliques e assentos reversíveis acolchoados, como resultado da decoração de Pedro Leitão.

Uma boa notícia: se não conseguiu bilhete para ir a bordo, saiba que pode apreciar o conforto e todos os pormenores da decoração do T1 quando visitar o Museu da Carris. É nele que se faz a viagem de ligação entre o Núcleo I e o Núcleo II da exposição.

Museu da Carris, Rua 1º de Maio 101-103 (Alcântara)

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