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Festival de teatro de Almada regressa em Julho com mais sessões

A 37.ª edição do Festival de Almada durará mais tempo que o previsto, para compensar a redução da lotação das salas para metade.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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A decisão foi tomada após o anúncio das regras para a terceira fase de desconfinamento. Agora é oficial: o Festival de Almada, que decorre habitualmente de 4 a 18 de Julho, irá este ano realizar-se de 3 a 26 de Julho, com menos peças, mas mais sessões. No evento, que homenageia o actor e encenador Rui Mendes, estreiam-se também três espectáculos nacionais, a começar por Bruscamente no Verão passado, de Tennessee Williams, numa encenação de Carlos Avilez para o Teatro Experimental de Cascais.

“Numa altura em que vivemos tempos marcados por uma pandemia que nos assola em diferentes perspectivas e realidades, deixemos o teatro, com o seu papel transformador, ser o nosso escape, para ganharmos forças para uma batalha que se prevê longa”, afirma Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada. “Este Festival é de Almada, do país e do mundo. Nestes dias mais sombrios, será certamente uma luz regeneradora que nos devolverá a todos mais esperança no futuro.”

Para respeitar as normas impostas pela Direcção-Geral de Saúde, as salas, que acolherão os espectáculos em Almada e Lisboa, vão estar com lotação reduzida e haverá lugares marcados, sendo o uso de máscaras obrigatório. A programação, adaptada às naturais limitações decorrentes da pandemia, como as dificuldades de circulação internacional, contempla apenas três peças internacionais, focando-se sobretudo em apoiar o precário tecido teatral português.

Ao todo, vão ser encenados 17 espectáculos, em 90 sessões repartidas por um palco lisboeta (o do Centro Cultural de Belém) e cinco almadenses (Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Municipal Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense e Teatro-Estúdio António Assunção). Entre os temas abordados, contam-se a juventude, a sexualidade, a herança colonial, a gentrificação, a violência de género, a intolerância religiosa, o crescimento do populismo e até a importância do mundo literário. 

O arranque do festival está marcado para 3 de Julho, pelas 21.00, com a primeira de três estreias nacionais: Bruscamente no Verão passado, de Tennessee Williams, que denuncia a intolerância relativa à homossexualidade na sociedade dos anos 1950. Entre 16 e 19 de Julho, respectivamente no Fórum Municipal Romeu Correia e no Cine-Teatro da Academia Almadense, estão previstas as estreias dos espectáculos As Artimanhas de Sapin, uma das mais conhecidas comédias de Moliére; e Instruções para Abolir o Natal, de Michael Mackenzie, pela Companhia de Teatro do Algarve, que aborda os efeitos da crise financeira de 2008, mas não só.

Além dos espectáculos, haverá os habituais debates entre os criadores e o público, os chamados Colóquios da Esplanada, que em 2020 serão 14 conversas. Já a exposição “O actor que queria ser sinaleiro”, da autoria de José Manuel Castanheira, estará patente no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, durante todo o festival, para recordar o homenageado Rui Mendes, considerado pela organização “um dos mais destacados actores portugueses, com um percurso que abarca o teatro, a televisão e o cinema”, desde a estreia no Teatro do Gerifalto, em 1956, aos 19 anos. 

A programação completa está disponível para consulta no site do festivalPara ter acesso a todos os espectáculos, poderá optar pela já conhecida assinatura do Festival de Almada (50€), que deverá ser trocada pelos respectivos bilhetes para cada peça na bilheteira do Teatro Municipal Joaquim Benite. Se preferir bilhetes avulso, os preços variam entre os 10€ e os 15€, consoante a sala.

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