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Gourmet Italiano, mercearia, Cascais
© Sara Sanz Pinto

Gourmet Italiano. Como ir a Itália, sem sair de Cascais, e sentar-se à mesa com os piccoli produttori

Além de dar a conhecer o trabalho de pequenos produtores artesanais italianos, a pequena mercearia também fornece dicas e sugestões de receitas tradicionais.

Escrito por
Sara Sanz Pinto
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Para os fãs da gastronomia italiana, surgem boas-novas dos lados de Cascais. Aberta há uns meses, a mercearia Gourmet Italiano é quase como um consulado gastronómico do país em forma de bota. O negócio de Morris Fantoni, de 45 anos, e da mulher, Simona Reale, de 47 anos, ele doutorado em Engenharia Ambiental, ela directora comercial de um grande tour operator italiano, era para ser uma casa de tapas italiana, com vinhos, aperitivos e tábuas de queijos e enchidos, mas a Covid-19 deu-lhes cabo do plano inicial. Confinados e depois de muito tempo a falarem “só um com o outro e com a SIC Notícias”, recorda Morris, surgiu então a ideia da mercearia, por forma a fintar as restrições impostas pela pandemia.

“Conheço pessoalmente cada produtor que está representado nesta loja. Pessoas que ainda sujam as mãos, por assim dizer”, afirma o proprietário cheio de orgulho, sublinhando que duas vezes por semana há um camião que sai de Itália com as suas mercadorias. “Gostamos de dar voz aos pequenos produtores artesanais especializados e isto significa que cada produtor só sabe fazer uma coisa, duas no máximo, mas não mais. Quem faz azeite, só faz azeite, quem produz massa, só produz massa. Gosto sempre de dar este exemplo: não é como a Samsung, que produz telemóveis, frigoríficos e ar condicionado”, sublinha.

Gourmet Italiano, mercearia, Cascais
© Sara Sanz Pinto

No espaço, pequeno mas muito bem composto, há embalagens de biscoitos artesanais elaborados com antigas farinhas da Sicília, massas variadas estendidas à mão bem como molhos para as acompanhar, manteiga, queijos e iogurtes feitos com leite de vacas que pastam no Monte Branco, a mais alta montanha dos Alpes e da Europa ocidental, ravioli frescos confeccionados por encomenda e com diversos recheios, café, chocolates e gelados artesanais.  

“Este produtor”, conta-nos Morris enquanto agarra numa embalagem de biscoitos Tumminello, “ganhou em 2021 o Gambero Rosso para os biscoitos, algo equivalente a uma estrela Michelin na Itália. É um produtor fantástico.” Há-os de imensas variedades, como os de amêndoas e compota de abóbora (9,90€), os de pistacho (12,90€), os de chocolate (5,90€), ou os de frutos vermelhos (5,90€). Outro exemplo de qualidade são arrozes e risottos da Lucedio. “Vês este desenho aqui [no logótipo]? Isto aqui foi uma antiga igreja italiana que foi convertida num laboratório de produção de arroz. Nasceu em 1123, estamos a falar de uma empresa que tem 900 anos”, avança, sem esconder o seu entusiasmo. “Depois temos o DeMori, que nesta época produz a colomba que é o panettone de Páscoa. Ele é mestre pasteleiro e esta colomba (24,90€/ 800 g), por exemplo, tem 30 horas de fermentação natural, massa-mãe. Depois tem ovos frescos de galinhas criadas ao ar livre e manteiga da montanha. Estamos a falar de padrões de qualidade muito elevados.”

Gourmet Italiano, mercearia, Cascais
© Sara Sanz Pinto

No frigorífico, além dos obrigatórios gelados italianos, há, por exemplo, embalagens da Pastificio Temporin que confecciona massas recheadas (entre 3,90€/ 250g – 11,70€/ 500g). “Só trabalham por encomenda, significa que não têm nada em estoque. Demoram entre sete a dez dias na produção.” Ainda no departamento dos frescos, do coração do Monte Branco, “no Vale de Aosta, que é a região mais pequena de Itália, perto de França, chegam os iogurtes Panizzi (entre 1,70€/ 125g – 3,90€/ 375ml), feitos com leite de vacas que comem erva a 2500 metros de altitude”. Além dos iogurtes, também produzem manteiga e alguns queijos, exibidos ao lado dos enchidos no balcão-montra da mercearia.

“Aqui, por exemplo, Campisi, novamente da Sicília, ele produz molhos.” Sim, a visita guiada ainda não terminou e Morris não nos deixa dispersar. “Isto é passata di pomodoro di Pachino (3.90€/ 330 ml – 5,90€/ 500 ml). Pachino é uma pequena aldeia no sul da Sicília que é muito famosa por este tipo de tomates. Também produz patés e conservas de peixe. Esta marca foi fundada por uma pequena família de pescadores e o peixe vem todo do Mar Mediterrâneo ao largo da costa da Sicília.”

Gourmet Italiano, mercearia, Cascais
© Sara Sanz Pinto

Prestes a chegarmos ao ponto de partida, próximo dos vinhos e refrigerantes, eis o “cantinho da trufa”, como lhe chamam. “Há desde aperitivos para comer com pão, pesto com trufa, vinagre balsâmico de Modena aromatizado com trufa, polenta com trufa, arroz, maionese, mostarda e mel com trufa, até às trufas propriamente ditas de diferentes qualidades. Tudo o que quiser com trufa está aqui!”, garante o proprietário, que também fornece dicas e sugestões de receitas. “Se me disser que quer cozinhar uma carbonara, eu digo-lhe o que comprar e como a fazer”, assegura Morris.

“Há mais alguma coisa que queira acrescentar?”, perguntamos em jeito de conclusão. “Sim. Estamos muito felizes de estar aqui. E há uma coisa muito importante que eu tenho de dizer. Uma das coisas de que mais gostamos aqui é o céu, é de um azul que eu nunca vi na minha vida. É um tom de azul que só há em Portugal”, remata.

Av. Infante Dom Henrique 1027 D (Cascais).  214 842 127/ 961 066 489. Seg 15.30-19.30, Ter-Sáb 10.00-19.30. www.gourmetitaliano.pt

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