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Já se conhecem os 37 projectos BIP/ZIP com pernas para andar

Das 100 candidaturas recebidas este ano, a autarquia prevê apoiar 37 projectos que visam melhorar a vida da cidade.

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
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A Casa das Artes do Vale de Alcântara, uma iniciativa de promoção da vida em comunidade junto ao antigo Casal Ventoso, o Amar'ela, que apoia o desenvolvimento e inclusão de mulheres ciganas, e o Bairro Verde, que visa juntar os vizinhos da Rua de São Paulo em torno da jardinagem, foram os três projectos com as classificações mais altas na edição deste ano do programa BIP/ZIP. Entre as 100 candidaturas recebidas até ao final de Junho, a autarquia aprovou ontem, dia 11 de Outubro, uma proposta que prevê a atribuição de financiamento a um total de 37 projectos centrados em áreas como a ecologia, a educação informal, a equidade de género, a saúde oral, a integração social, a actividade científica e artística e a protecção da infância. 

Com um apoio previsto de 50 mil euros, a Casa das Artes do Vale de Alcântara deverá ser, assim, o centro de promoção de uma nova vida cultural e comunitária para os bairros do Vale de Alcântara. Como explicam os promotores da iniciativa, o Projecto Alkantara e a associação O Homem, “cerca de 24 anos passados sobre o realojamento [dos moradores do antigo Casal Ventoso], os bairros do Vale de Alcântara continuam a ser considerados territórios de intervenção prioritária e a concentrar problemas sociais graves, como o fraco aproveitamento escolar, desemprego, violência”. Assim, a partir desta casa, pretendem estimular a participação comunitária e incentivar à vida cultural no bairro, com a produção de literatura, exposições e filmes (em parceria com a APORDOC, por exemplo), entre outras actividades.

Já a Associação de Apoio e Segurança Psico-Social e a Associação para o desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas candidataram-se ao BIP/ZIP com o projecto Amar’ela, através do qual pretendem contribuir para o debate e a sensibilização para o tema da equidade de género na comunidade cigana (em particular entre os jovens e as mães). A valorização da escola é um dos vectores centrais do programa, já que, como enquadram as organizações, “as mulheres ciganas enfrentam barreiras no acesso à educação de qualidade, são vítimas de abuso verbal ou físico, têm dificuldades de acesso ao emprego e ausência de participação na vida pública”.

Já o Bairro Verde, o terceiro projecto que a autarquia prevê apoiar com 50 mil euros, é uma proposta de intervenção da Associação Jardins Abertos na Rua de São Paulo, no Cais do Sodré, uma zona marcada pela “diminuição do sentido de pertença e coesão da comunidade”, impulsionada por factores como a redução do número de residentes permanentes, o envelhecimento da população e a pressão turística crescente. Para contrariar o processo, o objectivo é envolver os moradores na prática da jardinagem, “estimulando a consciência ambiental e promovendo a responsabilização pelo bem comum”. 

Criado em 2011, o BIP/ZIP Lisboa tem apoiado dezenas de agentes sociais a desenvolver projectos que visam a melhoria as condições de vida dos mais de 60 Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária da cidade e dos seus residentes, abrangendo um universo superior a 150 mil pessoas. Desde então, a autarquia investiu aproximadamente 18 milhões de euros na promoção de mais de 2 500 actividades locais

+ Pegada ante pegada pelos projectos BIP/ZIP

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