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Sala República e Resistência
Biblioteca de AlcântaraSala República e Resistência

Lisboa inaugura Sala República e Resistência na Biblioteca de Alcântara

O acervo da nova sala vem directamente da antiga Biblioteca-Museu República e Resistência, no bairro do Rego.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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A Biblioteca-Museu República e Resistência, no bairro do Rego, encerrou para obras de remodelação em Novembro de 2019 — a intervenção estava prevista demorar apenas um ano, mas o edifício só reabriu em Dezembro de 2022, já como casa do novo Espaço Avenidas. Quanto ao seu acervo original, que deveria ter ficado disponível ao público na rede de Bibliotecas de Lisboa no final de Janeiro de 2022, só agora voltou a encontrar casa. A nova Sala República e Resistência inaugura já esta sexta-feira, 10 de Fevereiro, às 17.30, na Biblioteca de Alcântara. O actual Vereador da Cultura, Diogo Moura, estará presente.

A antiga Biblioteca-Museu República e Resistência, originalmente Museu República e Resistência, inaugurou em 1993 no edifício da antiga creche do Bairro Grandella, na Estrada de Benfica. Em Dezembro de 2001, foram inauguradas novas instalações na Rua Alberto Sousa, no bairro do Rego, onde esteve de portas abertas até 2019. Na altura do seu encerramento para “obras de beneficiação do equipamento”, a então Vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, garantiu que a biblioteca iria reabrir, apesar de prevista uma avaliação para perceber “se parte daquele espólio deveria ser ou não ser integrado no Museu do Aljube”. Entretanto, a biblioteca não reabriu mas o local deu lugar a outro projecto: ao Avenidas, o primeiro espaço a abrir na capital no âmbito do programa Um Teatro em Cada Bairro.

Situada na ala esquerda da Biblioteca de Alcântara, a nova Sala República e Resistência disponibilizará, já a partir de quarta-feira, o acervo da antiga Biblioteca-Museu, que inclui uma extensa colecção de monografias, publicações periódicas, material de arquivo e documentos relacionados com a I República e a resistência ao regime do Estado Novo. “Temos tudo em catálogo, mas fisicamente estará disponível apenas parte do espólio, que na verdade se divide em duas colecções. A colecção “República e Resistência”, com títulos de livre acesso, inclusive para empréstimo, e a colecção “Dulce Ferrão” [do jornalista, escritor e historiador português], que é patrimonial e apenas de consulta local”, esclarece Ana Gomes dos Santos, coordenadora da Biblioteca de Alcântara.

“Há títulos absolutamente incontornáveis, mas vamos procurar rodar a colecção de forma temática, seguindo um guião temático já planeado até aos 50 anos do 25 de Abril, que se celebra em 2024. Agora, temos expostos sobretudo livros que aludem às lutas republicanas e à Implantação da República, nomeadamente à revolta de 31 de Janeiro no Porto e a todas as movimentações em Loures e Lisboa, até ao 5 de Outubro de 1910.”

Em parceria com o Museu do Aljube, a Academia e diversos Centros de Investigação, a Biblioteca de Alcântara, que se encontra na Rua José Dias Coelho — assim nomeada em homenagem ao antigo artista plástico, militante e dirigente do Partido Comunista Português, que foi assassinado em 1961 pela PIDE — pretende ainda “desenvolver uma programação temática sobre este fundo bibliográfico, reforçando a sua importante significação cultural, na cidade de Lisboa e no país”. Além da apresentação do livro Exílios no Feminino (6 de Março, Seg 18.00) e de uma conferência com o professor e historiador Fernando Rosas (27 de Março, Seg 18.00) ambas no âmbito do ciclo Cidadãos e Cidadania, estão previstas muitas outras actividades, sobretudo para famílias e inclusive a propósito das comemorações do 49.º aniversário do 25 de Abril. Haverá desde oficinas, teatro e leituras encenadas até conversas e música ao vivo.

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