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Mama Shelter, um hotel arrojado com alma de restaurante e bar

O Mama Shelter chegou para animar o número 19 da rua do Vale de Pereiro, entre o Rato e o Marquês de Pombal, no lugar onde durante anos estava um edifício abandonado. Aqui come-se, dorme-se e bebem-se copos em ambiente de folia.

Teresa David
Escrito por
Teresa David
Jornalista
Mama Shelter
DR
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O novo hotel Mama Shelter, entre o Marquês de Pombal e o Rato, não passa despercebido, nem mesmo do lado de fora. Basta espreitar pelas janelas em vidro para perceber que é animado, arrojado, movimentado. Entrando, tudo isto ganha dimensão. É impossível fugir a toda a extravagância boémia do piso térreo, onde fica a recepção, o restaurante e o bar, aberto a hóspedes e não hóspedes. A decoração, disruptiva, é o que mais contribui para essa faceta. Os desenhos no chão de alcatifa, nas mesas, no tecto e nos sofás são um feliz desencontro a inundar o espaço de identidade. Há apontamentos da cultura portuguesa a ornamentar a sala de jantar, como peixes desenhados no tecto, capitéis com criaturas marítimas em cerâmica da Bordallo Pinheiro e azulejos da Viúva Lamego; e também elementos decorativos que são característicos de todos os Mama Shelter, uma marca francesa, espalhados pelo mundo, como uma ilha de bar muito generosa em tamanho, um palco e uma cozinha aberta. 

Mama Shelter
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“Nós somos um restaurante com quartos por cima”, diz Henrique Tiago de Castro, director geral do Mama Shelter Lisboa. É neste restaurante, que além de uma zona de bar também conta com uma esplanada e com um pequeno palco, onde se vive o espírito do hotel. E isso nota-se pela quantidade de pessoas que vão chegando para jantar e que acabam por ocupar os mais de 200 lugares à mesa. “Temos estado sempre cheios”, garante o responsável. A uma quinta-feira à noite o ambiente é de folia, com música a acompanhar o jantar preparado pelo chef Nuno Bandeira de Lima, que já passou pelo Infame e pelos restaurantes do grupo The Independent. Henrique Tiago de Castro descreve a sua comida como “cuidada, mas descontraída”, um estilo que resulta numa carta composta por sugestões de assinatura Mama Shelter, mas também por pratos da nossa praça. “Dizemos que somos uma brasserie portuguesa”, comenta o responsável. 

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Entre os pratos de eleição do almoço e do jantar estão o bife tártaro (12€), o polvo grelhado (19€), o pica-pau (15€), a coquillette, uma massa ao estilo francês com fiambre e ovo (16€), e uma torta de Azeitão (4€). As pizzas (10€-15€) são um dos ex-libris da casa e estão disponíveis mesmo fora do horário de refeições e para take-away. O pequeno-almoço, com tudo aquilo a que tem direito, também está disponível a não-hóspedes (das 7.00 às 10.30 durante a semana e até às 11.00 ao fim-de-semana). No bar servem-se cocktails de assinatura e outras bebidas, como vinho ou cerveja, até às duas da manhã. “Todos os nossos cocktails têm nomes portugueses. A maior parte deles são feitos com algum licor ou algo português, como o Amália Rodrigues, que é um negroni mas só feito com bebidas portuguesas”, explica o director geral. Assim, além do Amália Rodrigues (11€), pode provar o António Variações, com tequila, mezcal, agave e puré de pêra e canela, ou o Padeira de Aljubarrota (10€), com whisky, licor Giffard Piment D'espelette, agave, sumo de ananás e praliné de amêndoa. 

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De quinta a sábado, o Mama Shelter tem uma agenda musical com concertos ou DJs. ”Temos três sessões: os sofa sessions, mais low profile, o the originals, alguns DJs clássicos da praça de Lisboa, e o upcoming com DJs novos que se estão a mostrar”, detalha Henrique. A isto junta-se o jogo de matraquilhos, entre mesas, para animar ainda mais a noite. O factor instagramável do hotel também entretém. Há ecrãs espalhados pela sala com selfies dos clientes, partilhadas nas redes sociais. Muitas delas foram tiradas na casa de banho do restaurante. “Os seguidores no nosso Instagram estão a disparar”, afirma o responsável. 

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Também arrojados, ainda que ligeiramente mais sóbrios, são os quartos. São 130, divididos em quatro tipologias consoante o tamanho — S, M, L e M com terraço (a partir de 89€ por noite). “A nossa melhor categoria são os L, alguns até têm uma sala separada”, informa Henrique. Estão equipados com Wi-Fi, amenities orgânicas, e uma televisão que disponibiliza uma selecção de filmes gratuitos, incluindo filmes para adultos. Os espelhos incluem mensagens e convidam a mais uma selfie, e os candeeiros têm máscaras de figuras como o Homem Aranha e o Batman para quem quiser experimentar. Estas máscaras estão à venda para quem as quiser comprar. “Nós basicamente vendemos tudo o que a pessoa vir. As máscaras, pratos, máscaras [de protecção contra a Covid], t-shirts, casacos Mama Shelter, um bocadinho de tudo. É o Mama Gang”, revela. 

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Em Março, o hotel terá um brunch e em Abril abre o rooftop. O hotel em Lisboa é ​​o primeiro da empresa francesa Mama Shelter a chegar à Península Ibérica, mas já se considera uma abertura no Porto. “Ainda não sabemos qual a marca, se Mama Shelter ou se outra das catorze  marcas que temos no grupo, mas há essa ambição”, diz o responsável. 

Rua do Vale de Pereiro 19. Dom-Qua 12.00-15.00 e das 19.00-23.00. Qui-Sáb 12.00-15.00 e das 19.00-00.00. 

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