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Manifesto contra telemóveis ocupa paredes de Lisboa

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Esta semana a cidade acordou com um alerta, ou melhor, centenas deles. A campanha ONLINE OFFLIFE quer alertar as pessoas para os vícios tecnológicos, desafiando-as a reconectarem-se, fora das redes.

Sabia que, em média, os utilizadores passam 2h15 nas redes sociais e verificam o smartphone a cada 12 minutos? Ou que dois em cada cinco adultos (40%) olham para o telefone cinco minutos logo depois de acordar? Número que sobe para 65% nas faixas etárias abaixo dos 35 anos. Tomaz Castelão sabe estes números de cor e muitos outros que pode ficar a conhecer em www.onlineofflife.com e também no seu novo site, onde se apresenta ao mundo, em www.jetfightertom.com.

Tomaz é criativo e copywriter numa agência de marketing digital, mas é também a figura de proa de um novo movimento que propõe uma folga do mundo digital, que vai absorvendo em demasia as interacções da humanidade. É ele o autor da campanha ONLINE OFFLIFE, que o levou à rua a espalhar cartazes por vários locais da cidade, munido de um grupo de 30 amigos e de uma missão: alertar os utilizadores de telemóvel para o tempo que passam a olhar para o ecrã em vez de olhar para o mundo que está ali, mesmo à frente dos olhos. Uma manobra de marketing de guerrilha e um “vandalismo positivo” como defende Tomaz em conversa com a Time Out, numa luta contra a perda das relações humanas e contra o vício da tecnologia que, para este criativo, “tem realmente consequências negativas”.

Fotografia: Inês Félix

As mensagens nos cartazes estão escritas em inglês, mas para bom entendedor, um bom tradutor basta. No entanto, arriscamos dizer que os portugueses, na sua maioria, percebem-na bem. São frases simples, impactantes e que nos deixam a pensar. Como “You’ve typed 'i love you' more than you’ve said it” (Digitaste mais vezes 'amo-te' do que o disseste); “You’ve read more social media posts than book pages” (Leste mais publicações de redes sociais do que páginas de livros); ou “You’ve shared more petitions to help the poor than helped the poor” (Partilhaste mais petições para ajudar os pobres do que ajudaste os pobres).

No total, são 12 as frases que foram replicadas em 450 cartazes, espalhados pela cidade e colados com consciência: a cola, aplicada apenas nos quatro cantos de cada cartaz, foi fabricada com pasta de trigo orgânico caseiro, água e açúcar, para não danificar as superfícies onde foram aplicados e não comprometer a confiança das pessoas.

A iniciativa é ainda acompanhada por um vídeo, realizado por Marco Espírito Santo, autor de videoclips, videos publicitários e também de curtas-metragens, tendo já sido premiado em alguns festivais com a curta Blood Brothers, que acompanha uma noite na vida dos Forcados Amadores de Montemor.

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