[title]
O Prémio LeYa deste ano é atribuído por unanimidade ao romance de estreia do matemático brasileiro Celso José da Costa. Assinado sob o pseudónimo Fagundes Andrade, A Arte de Driblar Destinos segue um jovem, a sua vida e educação, em contextos nem sempre fáceis. O anúncio foi feito pelo grupo editorial esta quarta-feira, 26 de Outubro.
Nascido no estado do Paraná, Brasil, em 1949, o matemático Celso José da Costa, de 73 anos, é conhecido por ter descoberto a Superfície Costa (conhecida internacionalmente como Costa’s Surface), no âmbito do seu doutoramento no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, que completou em Dezembro de 1982, com uma tese na área da geometria diferencial. De acordo com o júri, o seu romance de estreia destaca-se por ser “uma saga familiar que reflecte muito bem, com ritmo e vivacidade, o mundo social do interior do Brasil”, o “forte pendor autobiográfico” da obra e “a forma como se organiza a estrutura romanesca e a limpidez da narrativa”.
Para esta edição, foram submetidos para avaliação 218 originais, oriundos de Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, Holanda, Inglaterra, Japão, Moçambique e Polónia. Além de Manuel Alegre, faziam parte do júri a escritora e poeta angolana Ana Paula Tavares; a jornalista, escritora e crítica literária portuguesa Isabel Lucas; o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck (da revista literária Quatro, Cinco, Um); os professores Lourenço do Rosário, fundador e antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo, e José Carlos Seabra Pereira, da Universidade de Coimbra; e ainda o escritor português Nuno Júdice.
Com o valor de 50 mil euros, o Prémio LeYa é o maior prémio literário para romances inéditos em língua portuguesa, podendo concorrer autores sob pseudónimo. Atribuído pela primeira vez em 2008, ao romance O Rastro do Jaguar, do escritor brasileiro Murilo Carvalho, já premiou dez autores: Gabriela Ruivo Trindade foi a única mulher distinguida até ao momento, com o romance Uma Outra Voz, em 2013. Em 2010, 2016 e 2019, o galardão não foi atribuído por alegada “falta de qualidade” das obras candidatas, e foi suspenso em 2020 por causa da pandemia. Em 2021, o Prémio LeYa foi atribuído a José Carlos Barros, por As Pessoas Invisíveis, editado pela LeYa em Abril deste ano.